Foto: Ricardo Perna/Família Cristã |
O Papa Francisco
anunciou hoje a intenção de aumentar idade mínima para o Matrimónio no Direito
Canónico, perante os participantes na cimeira dedicada à Proteção de Menores,
que decorre no Vaticano.
A nova norma para a
Igreja Católica, em todo o mundo, passa por aumentar a idade mínima para o
casamento para os 16 anos.
Atualmente, segundo o
Código de Direito Canónico, de 1983 (cânone 1083), não podem contrair
matrimónio válido “o homem, antes de 16 anos completos de idade, e a mulher,
antes de 14 anos também completos”.
As conferências
episcopais, no entanto, podem estabelecer a sua própria legislação, como
acontece em Portugal desde 1985 (fixando a idade mínima nos 16 anos) ou no
Brasil (18 anos para homens e 16 para as mulheres).
O cânone 1072 convida os
membros do clero a “dissuadir os jovens de contrair matrimônio antes da idade
em que, segundo os costumes recebidos na região, é habitual celebrá-lo”.
O tema foi comentado, na
conferência de imprensa sobre os trabalhos desta manhã, por D. Charles
Scicluna, secretário-adjunto da Congregação para a Doutrina da Fé.
“O Papa está a propor
uma mudança no Direito Canônico”, assinalou o arcebispo maltês.
O responsável falou numa
experiência “poderosa”, na abertura dos trabalhos da cimeira, perante as vozes
“emocionadas” das vítimas, que considera fundamental para entender a dimensão
dos casos.
Num momento que as
vítimas se manifestam publicamente, perante o interesse mediático gerado pela
convocatória do Papa, D. Charles Scicluna defende a necessidade de ouvir as
suas reivindicações.
“Não podemos ignorar
essas vozes”, sustentou, pedindo que as vítimas não fiquem “sem informação”
sobre os processos que as envolvem, por exemplo, e que as dioceses divulguem
publicamente os nomes do pessoal eclesiástico que foi “condenado” por abusos.
Com os jornalistas
esteve também D. Mark Coleridge, da Arquidiocese de Brisbane (Austrália), para
quem é necessários que os bispos sejam mais “pastores” do que “gerentes”, com
novos modelos de liderança que promovam uma maior colaboração.
D. Charles Scicluna, que
foi um dos dois oradores na primeira manhã da cimeira, lembrou aos bispos e
responsáveis de institutos religiosos presentes no Vaticano o dever de
respeitar protocolos e leis civis.
Estamos a falar de uma
conduta que também é um crime em todas as jurisdições civis. A competência das
autoridades estatais deve ser respeitada. As regras de denúncia devem ser
seguidas cuidadosamente e um espírito de colaboração beneficiará tanto a Igreja
quanto a sociedade em geral”.
Na sua conferência, o
arcebispo maltês tinha considerado que o papel das vítimas nos atuais
procedimentos canónicos é “limitado”, pelo que esta é “uma lacuna a ser
preenchida”.
A agenda prevê nove
intervenções, com relatores dos cinco continentes, seguidas por um tempo de
perguntas e respostas, além de debates em pequenos grupos.
Entre quinta-feira e
sábado, cada dia de trabalho é dedicado a um tema específico: responsabilidade,
prestação de contas e transparência.
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A reportagem em Roma no
Encontro sobre Proteção de Menores na Igreja é realizada em parceria para a
Agência Ecclesia, Família Cristã, Flor de Lis, Rádio Renascença, SIC e Voz da
Verdade.
eu percebi que quanto mais conservadora uma religião, mais cedo as pessoas se casam e vice-versa. as pessoas de hoje reclamam que os jovens estão se perdendo cedo demais, mas não enxergam o problema principal que todo ser humano tem desejos sexuais
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