Neste dia 2 de novembro celebra-se o Dia de Finados, momento de fazer memória aos parentes e amigos já falecidos, em uma manifestação pública de afeto. Para os cristãos, este é também o momento de olhar para o futuro e ter o conforto de saber que o destino está em Deus e que a morte nada mais é do que o nascimento para a vida eterna.
O Salvador ilumina o mistério da dor, quer pessoal, quer social. Cristo ensina a olhar a morte além da angústia e do medo. Ele venceu o lado angustiante da morte, através da sua Ressurreição. E, através da Ressurreição, foi possível abrir a porta da esperança para a eternidade. Cristo transformou a morte, que anteriormente era vista como um túnel escuro e sem saída, em uma passagem luminosa, um caminho para a Páscoa de cada um.
Na Epístola aos Tessalonicenses, São Paulo afirma: “Não queremos, irmãos, que ignoreis coisa alguma a respeito dos mortos, para que não vos entristeçais como os outros homens que não têm esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim precisamos crer também que Deus levará, por Jesus e com Jesus, os que morreram.” “Consolai-vos, portanto, uns aos outros com estas palavras” (cf. I Tessalonicenses, 4,13 a 15 e 18).
Desta forma, é necessário perceber que, em Cristo, a morte pode ser enfrentada e vencida. Segundo o Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro Dom Nelson Francelino, em artigo publicado em ocasião do dia de finados de 2011, apesar de ser uma experiência dolorosa, viver em comunhão com o Senhor permite que a morte final tome um significado novo: “Certamente a morte continua dolorosa, ela nos desrespeita; mas, se no dia a dia aprendermos a viver unidos a Cristo e a vivenciar as pequenas mortes de cada momento em comunhão com Senhor que venceu a morte, a morte final será um ‘adormecer em Cristo’”, afirmou.
Por isso, mais que uma ocasião para lembrar-se dos irmãos falecidos, o dia de Finados é sempre uma oportunidade para alargar o conceito de vida, reforçando a esperança de um dia estar diante do Pai. A Igreja Católica também se faz presente nos cemitérios através de seus presbíteros, diáconos permanentes, agentes da Pastoral das Exéquias e leigos consagrados, celebrando missas, realizando ações pastorais e oferecendo assistência às famílias de pessoas falecidas. Na Arquidiocese do Rio de Janeiro, são mais de mil Ministros da Consolação e Esperança que trabalham nos 19 cemitérios da cidade levando esperança e consolação àqueles que perderam seus entes queridos.
Em seu artigo intitulado “Comunhão dos Santos” – publicado no Portal da Arquidiocese em 2010 –, o Arcebispo da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, lembrou que no dia de Finados a Igreja quer celebrar a vida.
“Em toda a liturgia do Dia de Finados, a Igreja quer, portanto, celebrar a vida. Lembramos a derrota do último inimigo (1Cor 15, 26). Viveremos no amor incomparável, no amor sem egoísmo, onde acontecerá a verdadeira partilha numa comunidade sem fronteiras e barreiras humanas, que tanto insistimos em levantar nesse nosso mundo. Nossa oração deve ser, sim, de agradecimento pela vida que nossos irmãos e irmãs têm agora em abundância.”
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