Jesus morreu crucificado, e sua cruz, juntamente com seu sofrimento, seu sangue e sua morte, foram o instrumento de salvação para todos nós. A Cruz não é uma vergonha, mas um símbolo de glória, primeiro para Cristo e depois para os Cristãos. Nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos? (1 Cor 1, 23). Jesus nunca diminuiu o escândalo da cruz, mas sim nos mostrou que sua crucificação ocultava um profundo mistério de vida nova.
Ademais, pelo sangue derramado na cruz, Deus reconciliou todos os homens? (Col 1,20) e suprimiu as antigas divisões entre os povos, causadas pelo pecado (Ef 2,14-18). Com efeito, Cristo morreu por todos (1 Ts 5,10) quando nós ainda éramos pecadores (Rm 5,6), dando-nos assim a prova suprema de amor (Jo 15,13) ( 1 Jo 4,10). Morrendo por nossos pecados (1 Cor 15,3) (1 Pd 3,18) reconciliou-nos com Deus por sua morte (Rm 5,10), de modo que já podemos receber a herança prometida (Hb 9,15).
A cruz de Cristo segundo o apóstolo Paulo, vem a ser o coração do Cristão. Por sua fé no Crucificado, o Cristão foi crucificado com Cristo no batismo e ademais morreu para a lei do Antigo Testamento para viver com Deus. Por minha parte, seguindo a lei, cheguei a ser morto para a lei a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo, e agora não vivo eu, senão Cristo que vive em mim? (Gl 2,19-20). Assim o Cristão põe sua confiança na única força de Cristo, pois do contrário, se mostraria inimigo da cruz?. Porque muitos vivem como inimigo da cruz de Cristo? (Fl 3,18).
Na vida cotidiana do Cristão, ?o homem velho é crucificado? (Rm 6,6) a tal ponto que fique plenamente livre do pecado. O cristão diariamente assumirá a sabedoria da cruz, se converterá, a exemplo de Jesus, em humilde e ?obediente até a morte e morte de cruz?.
A Cruz no peito
Não devemos temer levar uma cruz no peito nem tampouco colocar um crucifixo na cabeceira de nossa cama. Devemos temer, isto sim, ?a apostasia? ou traição à verdadeira religião que seria o mesmo que crucificar de novo o Filho de Deus (Hb 6,6). O verdadeiro cristão com a cruz na mão deve exclamar: Quanto a mim, queira Deus que me glorie somente na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo? (Gl 6,14).
Na cruz de Cristo encontramos uma espécie de um compêndio da verdadeira fé cristã e por isso o povo cristão com profunda fé encontrou milhares de formas para expressar seu amor a Cristo crucificado. Espontaneamente a religião do povo reproduziu em toda parte, em pinturas e esculturas, cruzes de diferentes formas. O cristão se persigna para proclamar sua fé na glória de Cristo, o discípulo fiel coloca a cruz no peito para anunciar a fé que ele leva no coração.
Estas expressões não são de nenhuma maneira idolatria, como falam os protestantes. É realmente uma autêntica expressão de fé e de amor a Cristo que morreu por nós. Quando se coloca uma imagem de Cristo sobre a cruz chamamos Crucifixo ao conjunto. O Católico não adora a madeira, sendo que ele vê Cristo nela. Ter um crucifixo não é nenhuma idolatria como se afirma no protestantismo. É um sinal de amor a Cristo. A Igreja nunca ensinou a adorar cruzes, mas Cristo que nela morreu. A Igreja, sim, nos ensina que ninguém deve levar uma cruz no peito se não têm pelo menos a intenção sincera de seguir as pegadas de Jesus Cristo.
Estas são as razões pelas quais os Católicos veneram e honram a Santa Cruz com grande respeito. E quando levamos uma cruz no peito, sempre devemos lembrar-nos das palavras de São Paulo: Quanto a mim, Deus não quer que eu me glorie senão na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo? (Gl 6,14). Que ninguém, pois me venha molestar. Eu, de minha parte, levo em meu corpo os sinais de Jesus? (Gl 6,17).
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Veritatis Splendor
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