A Igreja Católica da Nicarágua iniciou nesta sexta-feira, 20, uma jornada de orações a São Miguel Arcanjo, em "desagravo pelas profanações" dos últimos três meses "contra Deus", em razão da violência desencadeada no país desde abril, que já deixou quase 300 mortos.
O bispo auxiliar de Manágua, Silvio Baez, convidou nicaraguenses para o jejum e oração. A oração de exorcismo será realizada em todos os templos católicos do país nesta sexta-feira para combater o espírito do mal no país, segundo disse o episcopado, que atua como mediadora de um diálogo nacional para superar a grave crise no país.
O bispo auxiliar de Manágua, Silvio Baez, convidou nicaraguenses para o jejum e oração. A oração de exorcismo será realizada em todos os templos católicos do país nesta sexta-feira para combater o espírito do mal no país, segundo disse o episcopado, que atua como mediadora de um diálogo nacional para superar a grave crise no país.
Na quinta-feira, o presidente Daniel Ortega qualificou de "golpistas" todos os bispos e afirmou que são cúmplices das forças internas e de grupos internacionais que, em sua opinião, atuam na Nicarágua para derrubá-lo. O presidente fez as acusações diante de milhares de sandinistas em uma praça da capital Manágua, durante comemorações do 39º aniversário da revolução de 1979.
No dia 7 de junho, a Conferência propôs a Ortega o adiantamento para março de 2019 das eleições previstas para 2021, e que ele não se candidatasse. O presidente rejeitou a proposta e afirmou que os bispos estavam "comprometidos com o golpe".
Durante as orações de hoje, os bispos pediram "especialmente aos policiais, militares e demais funcionários públicos" que apoiam a violência contra os nicaraguenses por ordem do governo para quem reflitam sobre a "grave e urgente" situação do país e tomem as decisões "que sua consciência lhes manda e se comprometam a defender a vida, a verdade e a justiça".
O dia de jejum e oração será repetido no dia 27 e em 3 e 10 de agosto, quando ocorrerão outros atos religiosos.
A Nicarágua é um país de 6,3 milhões de habitantes, dos quais 58,5% se consideram católicos, segundo dados oficiais. O país atravessa a crise sociopolítica mais sangrenta desde a década de 80. Os protestos começaram em 18 de abril contra reformas no sistema de aposentadoria e passaram a reivindicar a renúncia do presidente, no poder há 11 anos. / EFE
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Estadão
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