quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Vaticano reitera a bispos alemães: "Protestantes não podem comungar".


Uma carta sobre a participação e comunhão de católicos e protestantes na Eucaristia, emitida pela Congregação para a Doutrina da Fé aos bispos alemães, obscureceu a Assembleia Plenária realizada de 22 a 24 de setembro na cidade de Fulda para discutir questões como o “caminho sinodal”, o papel da mulher na Igreja e a indenização das vítimas de abuso sexual cometido por religiosos.

Trata-se de uma carta de 18 de setembro que rejeita a possibilidade de dar a comunhão aos protestantes que participam das Missas católicas, como alguns Bispos têm promovido na Alemanha.

Na carta, assinada pelo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Luis Francisco Ladaria Ferrer; e pelo secretário desta Congregação, Dom Giacomo Morandi, afirma-se que as diferenças entre católicos e protestantes sobre a Eucaristia "ainda são muito significativas".

Segundo assinalam Cardeal Ladaria e Dom Morandi na carta, “é necessário um aprofundamento teológico para determinar temas centrais, como a questão da 'presença real' (do corpo de Cristo na Eucaristia) e o conceito de sacrifício”.

A Congregação para a Doutrina da Fé assim se expressou depois que, no dia 20 de maio, a Congregação para os Bispos lhe enviou o documento intitulado “Juntos à Mesa do Senhor - Opções ecumênicas para a celebração da Ceia Eucarística e da Eucaristia”, publicado em setembro de 2019, após dez anos de trabalho do grupo ecumênico formado por teólogos católicos e protestantes e fundado em 1946 na cidade alemã de Paderborn.

Arcebispo convoca fiéis a voltarem às missas: "Se podem ir à praia, também podem ir à igreja".


O Arcebispo de Teresina (PI), Dom Jacinto Brito, convocou os fiéis a retornarem à participação presencial nas Missas e ressaltou que, se as pessoas podem ir à praia, podem também frequentar a Igreja.
 
A declaração do Prelado se deu no contexto da retomada das atividades após um período de isolamento social devido à pandemia de coronavírus.
 
“Se você pode ir a supermercado, farmácia e até a praia, você também por ir à missa, pois nossas igrejas estão todas preparadas e seguras para recebê-los”, afirmou Dom Jacinto, segundo o site da Arquidiocese de Teresina.
 
O Arcebispo recordou que “o auge da pandemia se deu quanto todos os nossos templos estavam fechados, inclusive a basílica de São Pedro, na Itália”. “Não foi através da nossa Igreja que o vírus se espalhou, e agora que estamos na linha azul de segurança, com índice decrescente de casos e óbitos provocados exclusivamente pela Covid, convoco a todos os fiéis que retomem a participação na missa”, exortou.
 
Pediu ainda para que, “se for preciso, aumentem a quantidade de celebrações diárias”, a fim de que os fiéis possam participar presencialmente das Celebrações Eucarísticas, seguindo o limite de do número de pessoas que podem ingressar nos templos. 
Segundo a Arquidiocese de Teresina, as Igrejas estão autorizadas a receber pessoas com até 50% da sua capacidade de lotação, respeitando todos os critérios de distanciamento, como a sinalização dos bancos, uso de máscara e álcool em gel acessível.
 
Além disso, na liturgia da Santa Missa, está suspenso o cumprimento da paz de Cristo e a Eucaristia deve ser entregue diretamente na mão do fiel.
 

STF: Padre é condenado a pagar R$ 398 mil por impedir aborto


O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e determinou que um padre pró-vida pague R$ 398 mil de indenização a um casal por ter impedido uma jovem de abortar.

Em 2005, uma jovem de 19 anos descobriu que o bebê que estava esperando tinha a síndrome de Body Stalk, o que impedia o desenvolvimento de órgãos como tórax e pulmão.

Pe. Lodi impetrou o habeas corpus para impedir que a gestante levasse adiante o procedimento de aborto, que foi autorizado pela Justiça. A doença de Body Stalk é caracterizada pelo cordão umbilical curto e a não possibilidade de fechamento da parede abdominal, promovendo a exposição dos órgãos.

De acordo com o STJ, a mulher já havia tomado medicação para induzir o parto, quando chegou ao hospital a decisão do Tribunal de Justiça de Goiás, que atendeu ao pedido do padre e determinou a interrupção do procedimento.

Justiça dá, justiça toma!

A condenação gerou indignação para os cristãos em geral, uma vez que o padre foi condenado por uma decisão da Justiça.

Leia o comentário do Padre José Eduardo sobre a condenação feito através de suas redes sociais:

SOBRE O CASO DO PADRE LODI

Como noticiado ontem pela imprensa, o Padre Luiz Carlos Lodi da Cruz foi condenado pelo STF a pagar R$ 400.000,00 de indenização por ter conseguido uma liminar da justiça para a interrupção de um aborto.

É isto, mesmo! A justiça está condenando o Pe. Lodi por ter recorrido à justiça e ganhado na justiça (e isto sem reformar a sentença anterior nem condenar o juiz que a emitiu).

Se isto não é um caos jurídico, não sei mais o que poderia ser.

Quer dizer que, daqui pra frente, qualquer pessoa poderá ser condenada pelo fato de ter ganhado uma causa e a justiça ter-lhe dado razão? ISTO É UM ABSURDO!“

Trump nomeia a juíza católica Amy Coney Barrett para a Suprema Corte dos EUA


Donald Trump convocou uma coletiva de imprensa no domingo para defender veementemente sua escolha de Amy Coney Barrett, a juíza da Suprema Corte, depois que os democratas lançaram uma série de ataques contra sua suposta incapacidade de ser uma juíza imparcial devido à sua fé católica.

‘Percebemos alguns comentários feitos na mídia sobre minha incrivelmente qualificada nomeada, Amy. O New York Times disse que sua religião não é consistente com os valores americanos – ela é católica. Isso cobre muitas pessoas. Isso é uma coisa muito vergonhosa de se dizer ‘, disse Trump a repórteres reunidos na Casa Branca no domingo à noite, apenas um dia depois de anunciar sua escolha. 
‘Pensei, porém, na situação religiosa de Amy – pensei que havíamos resolvido isso há 60 anos com a eleição de John F. Kennedy’, disse Trump referindo-se ao primeiro e único presidente católico dos Estados Unidos.

A nomeação de Kennedy na época foi controversa, já que muitos americanos tinham fortes atitudes anticatólicas.

Ele conseguiu prevalecer, no entanto, devido à sua convicção vocal na separação entre Igreja e Estado e capacidade de atrair os eleitores católicos.

Trump jurou que a religião de Barrett não interferiria em sua tomada de decisão como juíza da Suprema Corte – e cinco dos oito juízes restantes são católicos romanos.

“Mas, falando sério, eles estão perseguindo o catolicismo dela”, lamentou Trump. – Vou ficar com ela, lutar com ela e vamos garantir que esses ataques parem. Porque eles são realmente – não tem precedentes. 

‘‘Eles estão basicamente lutando contra uma religião importante em nosso país’, disse o presidente sobre os democratas. ‘Isto é incrível. Lutar contra qualquer religião – lutar contra o catolicismo é simplesmente incrível."

Os democratas afirmam que a religião de Barrett pode afetar seus pensamentos sobre o aborto no que diz respeito ao caso histórico Roe vs. Wade.

A fé de Barrett provavelmente terá um papel nas próximas audiências do Comitê Judiciário, que a presidente Lindsey Graham disse que começará em 12 de outubro.

Arquidiocese do Rio impede gravação Anitta no Cristo Redentor



Na semana passada, a cantora Anitta se queixou de não ter sido autorizada, pela Prefeitura do Rio de Janeiro, a exibir pontos turísticos da cidade em uma apresentação. Mas, além da Prefeitura, a Arquidiocese do Rio vetou uma gravação da cantora no Cristo Redentor.

O trabalho da cantora foi considerado “incondizente” com a imagem do Cristo. Segundo informou o site da Veja Rio, a cantora conseguiu que a filmagem seja feita no Bondinho do Pão de Açúcar, porém a data não foi revelada.

A busca por um local de gravação faz parte da divulgação do novo single de Anitta, Me Gusta. O conteúdo será exibido no programa The Tonight Show, de Jimmi Fallon.

Na última quarta-feira (16), Anitta usou as redes sociais para falar sobre a dificuldade de encontrar um local para gravar.

– É verdade! Vai ter Me Gusta no Jimmy Fallon. A apresentação vai ser babado na medida do possível, porque ia ser super babado. Ia ser passando pelo Cristo Redentor, para o Pão de Açúcar, projeções no MAC (Museu de Arte Contemporânea) de Niterói… mas aí, ano eleitoral, o governo brasileiro e suas questões, a gente não conseguiu. Não entendi muito bem, mas fazer o quê? – declarou ela, na ocasião.

Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões 2020


MENSAGEM DE SUA SANTIDADE
O PAPA FRANCISCO
PARA O DIA MUNDIAL DAS MISSÕES DE 2020
 
[18 de outubro de 2020]
 
«Eis-me aqui, envia-me» (Is 6, 8)
 
 
Queridos irmãos e irmãs!
 
Desejo manifestar a minha gratidão a Deus pelo empenho com que, em outubro passado, foi vivido o Mês Missionário Extraordinário em toda a Igreja. Estou convencido de que isso contribuiu para estimular a conversão missionária em muitas comunidades pela senda indicada no tema «Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo».
 
Neste ano, marcado pelas tribulações e desafios causados pela pandemia do covid-19, este caminho missionário de toda a Igreja continua à luz da palavra que encontramos na narração da vocação do profeta Isaías: «Eis-me aqui, envia-me» (Is 6, 8). É a resposta, sempre nova, à pergunta do Senhor: «Quem enviarei?» (Ibid.). Esta chamada provém do coração de Deus, da sua misericórdia, que interpela quer a Igreja quer a humanidade na crise mundial atual. «À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas, ao mesmo tempo, importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos. Tal como os discípulos que, falando a uma só voz, dizem angustiados “vamos perecer” (cf. Mc 4, 38), assim também nós nos apercebemos de que não podemos continuar estrada cada qual por conta própria, mas só o conseguiremos juntos» (Francisco, Meditação na Praça de São Pedro, 27/III/2020). Estamos verdadeiramente assustados, desorientados e temerosos. O sofrimento e a morte fazem-nos experimentar a nossa fragilidade humana; mas, ao mesmo tempo, todos nos reconhecemos participantes dum forte desejo de vida e de libertação do mal. Neste contexto, a chamada à missão, o convite a sair de si mesmo por amor de Deus e do próximo aparece como oportunidade de partilha, serviço, intercessão. A missão que Deus confia a cada um faz passar do «eu» medroso e fechado ao «eu» resoluto e renovado pelo dom de si.
 
No sacrifício da cruz, onde se realiza a missão de Jesus (cf. Jo 19, 28-30), Deus revela que o seu amor é por todos e cada um (cf. Jo 19, 26-27). E pede-nos a nossa disponibilidade pessoal para ser enviados, porque Ele é Amor em perene movimento de missão, sempre em saída de Si mesmo para dar vida. Por amor dos homens, Deus Pai enviou o Filho Jesus (cf. Jo 3, 16). Jesus é o Missionário do Pai: a sua Pessoa e a sua obra são, inteiramente, obediência à vontade do Pai (cf. Jo 4, 34; 6, 38; 8, 12-30; Heb 10, 5-10). Por sua vez, Jesus – crucificado e ressuscitado por nós –, no seu movimento de amor atrai-nos com o seu próprio Espírito, que anima a Igreja, torna-nos discípulos de Cristo e envia-nos em missão ao mundo e às nações.
 
«A missão, a “Igreja em saída” não é um programa, um intuito concretizável por um esforço de vontade. É Cristo que faz sair a Igreja de si mesma. Na missão de anunciar o Evangelho, moves-te porque o Espírito te impele e conduz (Francisco, Sem Ele nada podemos fazer, 2019, 16-17). Deus é sempre o primeiro a amar-nos e, com este amor, vem ao nosso encontro e chama-nos. A nossa vocação pessoal provém do facto de sermos filhos e filhas de Deus na Igreja, sua família, irmãos e irmãs naquela caridade que Jesus nos testemunhou. Mas, todos têm uma dignidade humana fundada na vocação divina a ser filhos de Deus, a tornar-se, no sacramento do Batismo e na liberdade da fé, aquilo que são desde sempre no coração de Deus.
Já o facto de ter recebido gratuitamente a vida constitui um convite implícito para entrar na dinâmica do dom de si mesmo: uma semente que, nos batizados, ganhará forma madura como resposta de amor no matrimónio e na virgindade pelo Reino de Deus. A vida humana nasce do amor de Deus, cresce no amor e tende para o amor. Ninguém está excluído do amor de Deus e, no santo sacrifício de seu Filho Jesus na cruz, Deus venceu o pecado e a morte (cf. Rom 8, 31-39). Para Deus, o mal – incluindo o próprio pecado – torna-se um desafio para amar, e amar cada vez mais (cf. Mt 5, 38-48; Lc 23, 33-34). Por isso, no Mistério Pascal, a misericórdia divina cura a ferida primordial da humanidade e derrama-se sobre o universo inteiro. A Igreja, sacramento universal do amor de Deus pelo mundo, prolonga na história a missão de Jesus e envia-nos por toda a parte para que, através do nosso testemunho da fé e do anúncio do Evangelho, Deus continue a manifestar o seu amor e possa tocar e transformar corações, mentes, corpos, sociedades e culturas em todo o tempo e lugar. 

sábado, 26 de setembro de 2020

Abertura da Campanha Missionária 2020 terá programação especial


 
Na próxima quinta-feira, 1º de outubro, a Igreja Católica celebra a Festa de Santa Teresinha do Menino Jesus – padroeira das missões, e, em todo o Brasil, também terá início o mês missionário.
 
Para marcar essa data, o presidente da Comissão Missionária da CNBB, Dom Odelir José Magri, presidirá uma Missa de abertura do mês dedicado às missões no Santuário Nacional de Aparecida, às 9h.
 
Nesta segunda-feira, 28 de setembro, as Pontifícias Obras Missionárias (POM) realizam uma Live para o lançamento da Campanha Missionária, às 19h. A transmissão será pelo Facebook das POM (@POMBrasil1) e terá a participação de Dom Odelir José Magri, da presidente da CRB Nacional, Ir. Maria Inês Ribeiro, e do diretor das POM no Brasil, Pe. Maurício Jardim.
 

ONU: Papa apela a desarmamento nuclear e alerta para «erosão do multilateralismo»


 
O Papa apelou na sexta-feira (25), desde o Vaticano, ao desarmamento nuclear e alertou para “erosão do multilateralismo”, numa intervenção em vídeo para a 75ª Assembleia Geral das Nações Unidas, a decorrer em Nova Iorque.
 
“Temos de perguntar-nos se as principais ameaças à paz e à segurança, como a pobreza, epidemias e terrorismo, entre outras, podem ser efetivamente enfrentadas quando a corrida armamentista, incluindo às armas nucleares, continua a desperdiçar recursos preciosos”, referiu Francisco, numa intervenção em espanhol.
 
Os trabalhos da 75.ª sessão da Assembleia Geral da ONU, órgão constituído por representantes dos 193 Estados-membros da organização, começaram na última semana; o debate geral teve início na terça-feira.
 
O Papa lamentou o “clima de desconfiança existente” no cenário global, convidando os responsáveis políticos a “apoiar os principais instrumentos jurídicos internacionais de desarmamento, não proliferação e proibição nuclear”.
 
“Estamos a testemunhar uma erosão do multilateralismo que é ainda mais grave à luz das novas formas de tecnologia militar”, advertiu Francisco, com referência específica aos sistemas de armas autónomas letais, “alterando irreversivelmente a natureza da guerra, separando-a ainda mais da ação humana”.
 
O uso de armas explosivas, especialmente em áreas povoadas, tem um impacto humano dramático, a longo prazo. Nesse sentido, as armas convencionais estão a tornar-se cada vez menos ‘convencionais’ e cada vez mais ‘armas de destruição em massa’, arrasando cidades, escolas, hospitais, locais religiosos, infraestrutura e serviços básicos para a população”.
 

Seria Michelangelo um lacrador?

Analisar qualquer obra de arte, especialmente as grandiosas e épicas como o afresco “O Juízo Final” (Il Giudizio Universale) de Michelangelo, A Divina Comédia de Dante ou a Nona Sinfonia de Beethoven sob a luz (perdoem-me o paradoxo) da lacração sempre será uma barca furada.

“Lacração” nada mais é que um discurso que interpreta algo de maneira rasa, com nenhuma intenção de se buscar a verdade, mas tão somente para se criar uma narrativa de cunho político-ideológico, particularmente de acordo com a agenda autodenominada “progressista”. 

A elite bem-comportada e sinalizadora de falsas virtudes alçada à categoria de “pensadores modernos” pelo establishment está cheia de lacração, até o talo. A lacração é, de fato, o comburente da fogueira à qual são despejadas toda sorte de estultices. A lacração é o próprio ar que se respira no mundo dos Macaquinhos e Queermuseum. 

Déborah Aladin é uma das queridinhas da velha mídia, juntamente com outros jovenzinhos eleitos sabe-se lá por quem como sendo as mais novas promessas da intelectualidade tupiniquim, tal qual Felipe Neto, o porta-voz do STE contra as fake news (que soltou a maior fake news da década), Átila Iamarino, o pequeno estalinista de tiara, Jonas Manoel e a globalistinha Soros-friendly, Tábata Amaral. 

Recentemente a professorinha Déborah Aladin soltou uma pérola no Twitter e, após receber uma chuva de avisos de seu erro crasso, simplesmente apagou a própria conta, provavelmente voltando para a lâmpada de onde saiu. 



Decerto que tal narrativa não foi invenção da professora Aladin. Há muito mais de 40 ladrões por aí, prontos a roubar a realidade e torcê-la sem dó para que caiba em suas narrativas. Há até um tour gay no Vaticano, no qual o guia, empolgadíssimo, avisa aos g(ui)ados: “Agora, à nossa direita, veremos um homem nu e gostosão, ui!” 


Aproveitemos então a súbita, porém equivocada popularidade da obra magistral de Michelangelo para, de uma vez por todas, desmistificar essa bobajada. 

O afresco “Il Giudizio Universale”, feito entre 1535 e 1541 pelo mestre renascentista Michelangelo Buonarroti, retrata o momento que todos os cristãos esperam com esperança e pavor: o fim dos tempos, o começo da eternidade, quando o mortal se torna imortal, quando os eleitos se unem a Cristo em seu reino celestial e os condenados são lançados nos tormentos intermináveis ​​do inferno. 

A conclusão do teto da Capela Sistina, em 1512, selou a reputação de Michelangelo como o maior mestre da figura humana – especialmente o nu masculino. O Papa Paulo III estava bem ciente disso quando o encarregou de repintar a parede do altar da capela com a representação do Juízo Final. O foco de Michelangelo – teologicamente correto – está na ressurreição do corpo. A pura fisicalidade desses nus musculosos afirmava a doutrina católica da ressurreição corporal (que no dia do julgamento, os mortos ressuscitariam em seus corpos, não como almas incorpóreas). 

Após a conclusão da obra, alguns ficaram escandalizados – sobretudo pela nudez – apesar de sua exatidão teológica. Os críticos também se opuseram às poses contorcidas (algumas resultando na apresentação indecorosa de nádegas), a ruptura com a tradição pictórica (o Cristo imberbe, os anjos sem asas) e o aparecimento de seres mitológicos (as figuras de Caronte e Minos) em uma cena sacra. Os críticos viram esses enfeites como distrações da mensagem espiritual do afresco e acusaram Michelangelo de se preocupar mais em exibir suas habilidades criativas do que em retratar a verdade sagrada com clareza e decoro. A arte religiosa era o “livro dos analfabetos” e como tal deveria ser fácil de entender. 

O Juízo Final de Michelangelo, no entanto, não foi pintado para um público leigo e iletrado. Ao contrário, foi projetado para um público muito específico, elitista e erudito. Esse público entenderia e apreciaria seu estilo figurativo e inovações iconográficas. Eles reconheceriam, por exemplo, que sua inclusão de Caronte e Minos foi inspirada no Inferno de Dante, um texto que Michelangelo admirava muito. Eles veriam no rosto jovem de Cristo sua referência ao Apolo Belvedere, uma antiga escultura helenística grega na coleção papal elogiada por sua beleza ideal. Assim, Michelangelo descreve a identidade de Cristo como o “Sol da Justiça” (Malaquias 4, 2). 

Como Dante em seu grande poema “A Divina Comédia”, Michelangelo buscou criar uma pintura épica, digna da grandeza do momento. Ele usou metáfora e alusão para ornamentar seu assunto. Seu público educado se deliciaria com suas referências visuais e literárias. 

Originalmente destinado a um público restrito, as gravuras reprodutivas do afresco rapidamente o espalharam por todos os lugares, colocando-o no centro de debates animados sobre os méritos e abusos da arte religiosa. Enquanto alguns o aclamaram como o auge da realização artística, outros o consideraram o epítome de tudo o que poderia dar errado com a arte religiosa e pediram sua destruição. No final, um acordo foi alcançado. Pouco depois da morte do artista em 1564, Daniele Da Volterra foi contratado para cobrir nádegas e virilhas nuas com pedaços de cortina e repintar Santa Catarina de Alexandria, originalmente retratada sem roupa, e São Brás, que pairava ameaçadoramente sobre ela com seus pentes de aço. 

sábado, 12 de setembro de 2020

Palavra de Vida: “Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso regaço.” (Lc 6,38)



Estava “com uma numerosa multidão de discípulos seus, e de muito povo de toda a Judeia e Jerusalém, do litoral de Tiro e de Sídon, que vieram para o ouvir…“ (1) . É assim que o evangelista Lucas introduz o longo discurso de Jesus, que prossegue com o anúncio das bem-aventuranças, com as exigências do Reino de Deus e as promessas do Pai aos seus filhos.

Jesus anuncia livremente a Sua mensagem a homens e mulheres, de diferentes povos e culturas, que acorreram para O escutar. É uma mensagem universal, dirigida a todos e que todos podem aceitar para se realizarem como pessoas, criadas por Deus Amor à Sua imagem.

Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso regaço.

Jesus revela a novidade do Evangelho: o Pai ama pessoalmente cada um dos seus filhos com um amor “transbordante” e dá-lhes a capacidade de alargarem o seu coração para com os irmãos, com uma generosidade cada vez maior. São palavras prementes e exigentes: dar do que é nosso – bens materiais, mas também acolhimento, misericórdia, perdão – com abundância, à imitação de Deus.

A imagem da recompensa abundante, lançada no regaço, faz-nos compreender que a medida do amor de Deus por nós é sem medida. As suas promessas realizam-se para além das nossas expectativas, pois libertam-nos da ânsia dos nossos cálculos, dos nossos programas e da desilusão por não receber dos outros segundo a nossa medida.

Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso regaço.

A propósito deste convite de Jesus, Chiara Lubich escreveu: «Já te aconteceu receber um presente de um amigo e sentir a necessidade de o retribuir? […] Se isso te acontece a ti, imagina como será com Deus, que é Amor. Ele retribui sempre todas as ofertas que fazemos ao próximo em Seu nome. […] Deus não procede assim para te enriquecer ou para nos enriquecer. (…) Fá-lo para que, quanto mais tivermos, mais possamos dar; para que – como verdadeiros administradores dos bens de Deus – façamos circular todos os bens na comunidade que nos rodeia […]. Sem dúvida que Jesus pensava sobretudo na recompensa que vamos ter no Paraíso, mas tudo o que acontece nesta Terra é já um prelúdio e garantia dessa recompensa». (2) 

Coleta em favor da Terra Santa, uma ajuda essencial aos cristãos na terra de Jesus



Neste domingo, 13 de setembro, é celebrada a Coleta pela Terra Santa. Normalmente ocorre na Sexta-Feira Santa, mas devido às restrições derivadas da pandemia da COVID, o Papa Francisco decidiu alterá-la para esta data, para que pudesse ser realizada com segurança. É uma ajuda essencial para que os cristãos continuem vivendo na terra de Jesus, onde são minoria.

Frei Salvador Rosas, Guardião do Santo Sepulcro de Jerusalém, explicou à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que atualmente “a Basílica do Santo Sepulcro e os lugares santos estão praticamente vazios. Faltam nossos peregrinos, os poucos cristãos que os visitam são os que moram aqui, que são cristãos de nascimento ou estrangeiros que residimos em Jerusalém”.

Isso significa que as famílias que dependem da presença de cristãos peregrinos, como guias, hoteleiros, vendedores ... até mesmo os não cristãos, estão “sofrendo essas calamidades. Acreditamos que tempos melhores virão, que retomaremos o ritmo de vida saudável, o movimento e, quando a movimentação seja possível, a nossa realidade melhore”.

Nesse sentido, Frei Salvador incentivou a colaborar com a coleta em favor da Terra Santa “que se celebra em memória dos lugares onde Cristo entregou a vida por nós. E cristãos de todo o mundo se unem em oração e em apoio financeiro em favor dos cristãos que realizam suas obras ali”.

Por isso, assegurou que “os frades franciscanos, que há 800 anos guardam os lugares santos, têm diferentes apostolados, como a custódia dos lugares santos que nos recordam a nossa redenção. Mas, como somos uma parte importante desta sociedade, também temos o prazer de dizer que contribuímos com as novas gerações através das escolas que cristãos e muçulmanos podem frequentar, porque estão abertas a todos. Através do estudo e da formação com os valores do Evangelho e os valores universais, para o bem da sociedade”. 

Festa da Padroeira no Santuário de Aparecida será virtual devido ao coronavírus



O Santuário Nacional de Aparecida comunicou que a festa da Padroeira neste ano, de 3 a 12 de outubro, será celebrada de forma virtual, em razão da pandemia do coronavírus; além disso, algumas atividades realizadas em anos anteriores, como as procissões, tiveram que ser canceladas.

“Diante do cenário de pandemia que o mundo vive, que continua inspirando profundo cuidado e respeito pelo próximo, sobretudo no nosso país, o Santuário Nacional e a Arquidiocese de Aparecida optaram por realizar as festividades da padroeira do Brasil de um jeito diferente: este ano, sem a presença física dos devotos nas celebrações. Todos estão convidados a viver a novena e a festa da padroeira em suas casas, pelos meios de comunicação”, declarou o reitor do Santuário, Pe. Eduardo Catalfo em uma mensagem de vídeo. 

Anunciam livro sobre a luta contra abusos na Igreja com prólogo do Papa Francisco



No final de setembro, chegará às lojas o novo livro "Teologia e Prevenção: Estudo sobre os Abusos Sexuais na Igreja Latino-americana", esforço editorial do Centro de Pesquisa e Formação Interdisciplinar para a Proteção do Menor (CEPROME) da Universidade Pontifícia do México, que conta com um prólogo do Papa Francisco.

Em diálogo com ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, Pe. Daniel Portillo, diretor do CEPROME e editor do livro, destacou que o novo texto “não é apenas um tratado científico, mas de forma interdisciplinar visa abordar o complexo tema do abuso e da prevenção”.

“É também uma importante contribuição para a teologia da prevenção, ainda não suficientemente desenvolvida na Igreja Católica”, e que “é necessário abordá-la da melhor maneira”.

Em seu prólogo, o Papa Francisco destacou que “recebi com alegria e esperança o trabalho Teologia e Prevenção”, e agradeceu aos especialistas que contribuíram para o livro, que “a partir da teologia, nos convidam a aprofundar neste doloroso mal do abuso sexual ocorrido em nossa Igreja Católica”.

O Santo Padre indicou que “nestes últimos tempos eclesiais fomos desafiados a enfrentar este conflito, assumi-lo e sofrê-lo junto com as vítimas, suas famílias e toda a comunidade para encontrar caminhos que nos façam dizer: nunca mais à cultura do abuso”.

“Esta realidade nos exige trabalhar na conscientização, prevenção e promoção da cultura do cuidado e da proteção em nossas comunidades e na sociedade em geral, para que nenhuma pessoa veja a sua integridade e dignidade vulnerada e maltratada”, disse.

O Papa acrescentou que “lutar contra os abusos é propiciar e potencializar comunidade capazes de velar e anunciar que toda vida merece ser respeitada e valorizada; especialmente a dos mais indefesos que não contam com os recursos para fazer sentir a sua voz”.

Por sua vez, Pe. Portillo disse à ACI Prensa que “torna-se cada vez mais importante destacar a reflexão sobre a reparação, em particular, uma reparação que resulte de um modo mais integral, uma reparação que não seja considerada somente em um aspecto, mas que seja contemplada a partir de diferentes aspectos”.

No entanto, apesar do incentivo do Papa Francisco à luta contra os abusos, o diretor do CEPROME assinalou que ainda podem ser encontrados obstáculos ao longo do caminho.

“Um dos obstáculos mais fortes é a desarticulação. Também podemos entendê-lo como a desarmonia que existe nas diferentes instâncias que deveriam ser colaborativas ou que deveriam gerar um vínculo colegiado entre elas e estão desarticuladas”, explicou.

Esta falta de articulação, assinalou, afeta desde "as esferas do Vaticano às esferas mais concretas de nossos países". 

Cristãos na Política



Um dos maiores desafios para o Cristianismo no mundo de hoje é a presença efetiva dos cristãos na sociedade, assumindo com responsabilidade a vida política, econômica e cultural. Os cristãos, em virtude da fé professada e celebrada, não podem assistir com indiferença ou passividade ao desenrolar da história, como simples espectadores ou vítimas. São chamados a serem sujeitos da história, contribuindo para a construção de uma sociedade fundada na fraternidade, na justiça e na paz. À luz da fé cristã, a pessoa humana não pode ser compreendida como vítima de um destino cego que se abate sobre ela de modo inexorável. Ao invés da visão fatalista, o homem e a mulher são chamados a construir a própria vida e a vida social com consciência, liberdade e profundo senso de responsabilidade.

“Sal da terra” e “Luz do mundo” são expressões empregadas por Jesus, que expressam, com forte simbolismo, o ser e o agir dos seus seguidores no mundo. Não se pode relegar a fé à esfera privada ou ao interior dos templos. Tal postura equivocada ignora que a pessoa humana não pode ser concebida como indivíduo fechado sobre si, sobre sua liberdade e interesse próprio, mas como pessoa aberta ao “Outro”, que é Deus, e aberta ao “outro”, que é o próximo. A abertura ao outro faz parte da natureza do ser humano, o que inclui a sua dimensão social. A fé repercute não apenas nos círculos mais próximos, de cunho familiar ou comunitário, mas se expressa também nos diversos ambientes e situações da sociedade. 

Ofertas recolhidas em todo o mundo em 13 de setembro constituem a “Coleta Pró Terra Santa”



As ofertas recolhidas em todo o mundo em 13 de setembro constituem a “Coleta Pró Terra Santa”, uma ajuda que há séculos se destina aos cristãos do Oriente Médio. Para esta ocasião, acompanhados pelo Custódio da Terra Santa, Fr. Francesco Patton, o Vatican News preparou um especial dedicado à história e às atividades da Custódia, que há mais de 800 anos se compromete a sustentar a presença cristã na terra de Jesus.

“Preservar a história, guardar a história significa guardar a memória. O nosso é um tempo que vive muito no presente e, portanto, mesmo as pessoas, as escolhas que as pessoas fazem, ou mesmo as comunidades, os povos e nações, hoje tendem a esquecer a própria história, a perder as próprias raízes. A memória, a história, as raízes são fundamentais”, afirma Fr. Francesco Patton, Custódia da Terra Santa.

História, raízes, memória: as da Custódia da Terra Santa remontam há mais de 800 anos. Quando São Francisco de Assis enviou seus frades para estabelecer a “Província de Além Mar”. Pouco depois, eles mesmos receberiam um mandato claro: guardar – em nome da Igreja Católica – os Lugares Santos, testemunhas da vida, morte e Ressurreição de Jesus.

“Nós temos em nossos arquivos documentos muito preciosos: as bulas papais – incluindo a bula de 1342 com a qual o Papa Clemente VI, de Avinhão, na prática, estabelece a Custódia da Terra Santa -, mas também as bulas anteriores. Para nós têm um duplo valor: por um lado, remetem à nossa história, por outro, têm um valor muito concreto porque nos permitem documentar a nossa presença… também quando, às vezes, acontecem algumas disputas, que requerem a apresentação dos documentos que demonstram porque estamos aqui.

Um dos momentos chave desta longa história é representado pelo encontro de 1219 entre São Francisco e o Sultão do Egito Al Malek Al Kamel em Damietta, no Delta do Nilo. Enquanto a Quinta Cruzada se alastrava por todos os lados, esse diálogo pacífico entre dois mundos moldou profundamente o estilo dos frades da Custódia”, afirma Fr. Francesco Patton, Custódio da Terra Santa.

Ainda segundo o Custódio da Terra Santa, as indicações que Francisco dá são sucessivas ao encontro com Sultão, sobretudo, a primeira parte em que diz “não fazer litígios ou disputas” e de colocar-se à serviço de todos com uma clara identidade cristã, parece-me ser uma indicação que, para nós, ao longo destes oito séculos, realmente serviu como uma diretriz. 

Os cristãos e as eleições


Em breve, teremos eleições municipais em todo o Brasil para a renovação do Legislativo e do Executivo nos municípios, que são a base da organização política do Estado brasileiro. Essas eleições se referem às administrações locais, nas quais o povo percebe melhor e tem mais condições de avaliar o desempenho dos seus governantes e legisladores. Elas são especialmente importantes porque definem as bases de apoio para as instâncias estaduais e federais da vida política.

O voto dos eleitores está domiciliado nos municípios. Neste ano, a campanha eleitoral será bastante diferente das anteriores por causa das alterações na legislação eleitoral e da pandemia de COVID-19, que ainda afeta o Brasil. Será, sobretudo, mais breve, menos visível em eventos notórios publicamente e realizada muito mais pelas mídias sociais e meios eletrônicos. O efeito disso no comportamento dos candidatos e dos eleitores ainda é uma incógnita e poderá ser avaliado somente depois que saírem os resultados das eleições. Tudo isso, porém, não diminui a importância dessas eleições e a necessidade de que todos os cidadãos desempenhem bem, por meio da participação ativa no processo político-eleitoral, seu direito e dever de cidadania. E vale também para os cidadãos católicos, que não devem ficar alheios à vida política, mas participar da promoção do bem comum.

O Papa Francisco, em certa ocasião, observou que é falso dizer que um bom católico não se interessa pela política. E confirmou: um bom católico deve estar interessado na política e oferecer o melhor de si para que o governante governe bem. Como foi feito em outras ocasiões, também neste ano eleitoral os bispos católicos estão promovendo a orientação política para as suas comunidades. Desde logo, fique claro que não se trata de apoio a partidos ou de recomendação do voto para determinados candidatos: a lei eleitoral brasileira e a própria lei da Igreja vetam esse tipo de atitude dos líderes da Igreja. Trata-se de orientações básicas sobre a organização política do Brasil, os ensinamentos da Doutrina Social da Igreja a respeito da participação na vida política, os direitos e deveres de cidadãos e governantes e esclarecimentos sobre questões relativas às eleições municipais deste ano. Nas cartilhas disponibilizadas, também se indicam as qualidades de um bom político e o que se espera dele no cargo que pretende ocupar. A Igreja no Brasil, por meio dos bispos reunidos em sua conferência episcopal (CNBB), já promoveu muitas iniciativas esclarecedoras e educativas acerca da participação na vida política. Diversas vezes, a Campanha da Fraternidade abordou tanto temas relativos à vida política no Brasil e à promoção do bem comum quanto a justiça social, a solidariedade e a paz. 

Covid-19: Vaticano diz que é hora de voltar à Missa presencial



A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (Santa Sé) enviou uma carta aos presidentes das Conferências Episcopais, defendendo o regresso à celebração presencial da Missa, após as limitações provocadas pela pandemia.

“Assim que as circunstâncias o permitirem, é necessário e urgente regressar à normalidade da vida cristã, que tem o edifício da Igreja como casa e a celebração da liturgia, em particular a Eucaristia, como meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força”, refere o texto assinado pelo cardeal Roberth Sarah, prefeito da congregação.

A missiva, intitulada ‘Voltemos com alegria à Eucaristia!’, destaca que participar numa Missa através dos meios de comunicação não é equiparável à participação física, na igreja.

“A pandemia criou transtornos” não somente na dinâmica social e familiar, “mas também na vida da comunidade cristã, incluindo a dimensão litúrgica”, assinala o colaborador do Papa, destacando a colaboração da Igreja com as autoridades civis, neste contexto.

“A comunidade cristã nunca procurou o isolamento e nunca fez da igreja uma cidade de portas fechadas. Formados para o valor da vida comunitária e na busca do bem comum, os cristãos sempre procuraram a inserção na sociedade”, destaca a carta, que é publicada na edição dominical do jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’, já disponível online.

Segundo o cardeal Sarah, os bispos católicos “estiveram prontos a tomar decisões difíceis e dolorosas, até a prolongada suspensão da participação dos fiéis na celebração da Eucaristia”.

Conscientes de que Deus nunca abandona a humanidade que criou, e que mesmo as mais duras provas podem dar frutos de graça, aceitamos a distância do altar do Senhor como um tempo de jejum eucarístico, útil para redescobrir o importância vital, a beleza e a preciosidade incomensurável. No entanto, assim que possível, é necessário voltar à Eucaristia”.

O prefeito da Congregação para o Culto Divino sublinha que, “embora os meios de comunicação prestem um reconhecido serviço aos doentes e aos que estão impossibilitados de ir à igreja”, que se alargaou no tempo em que foi impossível celebrar a Missa comunitariamente, “nenhuma transmissão é equiparável à participação pessoal ou pode substituí-la”.

“Com efeito, estas transmissões, por si só, correm o risco de nos afastar de um encontro pessoal e íntimo com o Deus incarnado”, adverte o responsável da Cúria Romana.

O cardeal Sarah observa que, uma vez “adotadas as medidas” concretamente praticáveis” para reduzir ao mínimo o contágio do vírus, é necessário que todos os católicos “retomem o seu lugar na assembleia dos irmãos“, encorajando os “desanimados, amedrontados, há muito tempo ausentes ou distraídos”.

A carta sugere “algumas linhas de ação para promover um regresso rápido e seguro à celebração da Eucaristia”, assinalando que “a atenção às normas de higiene e segurança não pode levar à esterilização de gestos e ritos”.

Confia-se na ação prudente mas firme dos Bispos, para que a participação dos fiéis na celebração da Eucaristia não seja reduzida pelas autoridades públicas a uma ‘aglomeração’, e não seja considerada como equiparável ou até mesmo subordinada às formas de agregação recreativa”.

A mensagem questiona algumas indicações sanitárias que impedem os fiéis de receber a Comunhão na língua.

“Os fiéis têm o direito de receber o Corpo de Cristo e adorar o Senhor presente na Eucaristia nas formas previstas, sem limitações que possam até ir além do previsto pelas normas higiénicas emanadas pelas autoridades públicas ou pelos bispos”, pode ler-se. 

CNBB emite nota sobre o Projeto de Lei conhecido como “Projeto que perdoa dívida das igrejas”



A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) esclarece que não participou da elaboração, articulação ou discussão em relação ao PL 1581/2020. O texto aprovado pelo Congresso Nacional pode anular dívidas tributárias das igrejas com a Receita Federal e regulariza descontos em pagamento de precatórios (valores devidos depois de sentença definitiva na Justiça). O texto aguarda sanção do presidente Jair Bolsonaro.

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Governo comunista chinês ordena que hospitais realizem abortos tardios e matem bebês recém-nascidos de minorias religiosas



Os hospitais da Região Autônoma Uigur de Xinjiang, na China, foram orientados a realizar abortos tardios e matar bebês recém-nascidos como forma de fazer cumprir as regras de “planejamento familiar” do país comunista.

Hasiyet Abdulla, que atualmente mora na Turquia, trabalhou como obstetra em vários hospitais em Xinjiang ao longo de 15 anos, incluindo o Hospital XUAR de Medicina Tradicional Uigur. Ela disse à Radio Free Asia (RFA) que as maternidades dos hospitais criaram políticas que limitam os uigures e outros grupos minoritários a três crianças nas áreas rurais e duas nas áreas urbanas.

“Espera-se que as mulheres uigures esperem vários anos entre os partos. Se elas não cumprirem a política, os médicos matarão os bebês depois que nascerem”, disse Abdulla.

“Eles não dariam o bebê aos pais – eles matam os bebês quando nascem. É uma ordem que vem de cima. É uma ordem que foi impressa e distribuída em documentos oficiais. Os hospitais são multados se não obedecerem, então é claro que eles fazem isso”, acrescentou Abdulla.

Cada hospital da região tem um escritório de “planejamento familiar”, onde os funcionários mantêm uma lista detalhada de todas as gestações.

“Houve bebês nascidos aos nove meses que matamos após induzir o parto”, disse Abdulla. “Eles faziam isso nas maternidades porque essas eram as ordens.”

De acordo com a RFA, bebês nascidos vivos foram tirados de seus pais, mortos e depois descartados como lixo. Abdulla denunciou que essas instruções eram “uma ordem dada de cima”. Os hospitais enfrentam multa ou punição por violar as ordens.

Em junho, a Associated Press informou que o governo comunista chinês está pressionando por um controle populacional em Xinjiang, a ponto de obrigar as mulheres a fazerem exames de gravidez, usarem anticoncepcionais ou fazerem abortos.

“Não é um genocídio do tipo imediato, chocante e massacrante, mas é um genocídio lento, doloroso e assustador”, disse a Dra. Joanne Smith Finley, da Universidade de Newcastle, no Reino Unido. 

Arcebispo reforça: Membro do clero que se candidatar a cargo político será suspenso



O Arcebispo de Maringá (PR), Dom Severino Clasen, publicou uma nota por meio da qual recordou a proibição de membros do clero se candidatarem a cargo político e reforçou que aqueles que o fizerem terão suspenso o “exercício das sagradas ordens”.

O Prelado, que foi nomeado pelo Papa Francisco para a Arquidiocese de Maringá em 1º de julho e tomou posse no último dia 15 de agosto, recordou em sua nota “o que dispõe a Tradição e ordena o Magistério da Santa Igreja a respeito da identidade sacerdotal, consignada nas sábias e precisas Normas do Código de Direito Canônico”, bem como “a Declaração dos Bispos do Regional Sul 2 em data de 16 de março de 2016” a respeito da candidatura de padres e diáconos permanentes.

Nesse sentido, citando o Documento de Puebla (526), afirma que “os pastores, uma vez que devem preocupar-se com a unidade, despojar-se-ão de toda ideologia partidária que possa condicionar seus critérios e atitudes”.

Além disso, segundo o Código de Direito Canônico, “os clérigos se abstenham completamente de tudo o que não convém ao seu estado, de acordo com as prescrições do direito particular...; são proibidos de assumir cargos políticos que impliquem participação no exercício do poder civil (cân. 285 §1 e 3)”.

Por isso, Dom Clasen reforça em sua nota que os ministros ordenados estão proibidos de: “Filiar-se a partidos políticos (cân 287 §2); Pré-Candidatar, Candidatar e Disputar a cargos eletivos (cân 285 §3); Participar de atividades político-partidárias ou cargos públicos remunerados; Usar ou disponibilizar qualquer espaço físico da paróquia para apoiar candidatos ou partidos políticos; Usar ou disponibilizar dos meios de comunicação da paróquia para apoiar candidatos ou partidos políticos”.

“Suspenderei do exercício das sagradas ordens aquele, que por decisão própria, contrariar essa proibição. A suspensão compreende o total afastamento do ministério sacerdotal ou diaconal e o retorno à vida pastoral após o mandato e/ou a desobediência não será automático”, conclui.

No dia 25 de agosto, ao final da Missa do Crisma, na Catedral de Maringá, Dom Severino Clasen exortou a que “nenhum padre tome partido político” e advertiu que a Igreja não é “palco” para política.

“Quem acha que tem que ser candidato, que seja honesto, não utilize a Igreja. A Igreja não é placo para campanha política. Se alguém usar a Igreja como palco, eu faço propaganda contra, porque já não está sendo honesto e também não vai administrar honestamente”, afirmou.

O Arcebispo ainda indicou que “é importante a gente ter isso bem claro, nós servimos ao Senhor. É claro, toda injustiça deve ser denunciada. Nós estamos a serviço da misericórdia do Pai. Então, sejamos prudentes, firmes, profetas, sacerdotes, para fazer com que o Cristo reine pela nossa missão”.

Durante o ano passado, o nome de Padre Leomar Antônio Montagna, conhecido como Pe. Léo, havia sido cogitado como pré-candidato à prefeitura de Maringá pelo PT.

Confira a nota na íntegra: