O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, também nesta segunda-feira, 18 de março, concedeu uma coletiva aos jornalistas. Ele revelou detalhes do almoço do Papa Francisco com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, após um encontro privado com ela de cerca de 20 minutos na Casa Santa Marta, no Vaticano.
Sobre a celebração de início de Pontificado, que será realizada nesta terça-feira, 19 de março, o padre recordou que a celebração é motivada também pela celebração do Padroeiro da Igreja Universal, São José. “No patamar da Basílica de São Pedro teremos à esquerda as personalidades eclesiásticas, arcebispos e bispos, não concelebrantes e também – muito provavelmente – as delegações das outras Igrejas e comunidades cristãs”, disse Lombardi.
São esperados mais de 200 mil fiéis. “À direita, teremos as delegações dos vários países, conduzidas pelos chefes de Estado, reinantes, ministros e assim por diante. A delegação argentina será conduzida pela Presidente Cristina Kirchner, a delegação brasileira pela Presidente Dilma Rousseff e a delegação italiana pelo Presidente Giorgio Napolitano”.
Nos primeiros setores da Praça São Pedro, abaixo do patamar, próximo à estátua de São Pedro, à esquerda, será destinado às delegações das outras religiões – judaica, islâmica, budista, sique, jainista – e os sacerdotes e seminaristas: fala-se de cerca de 1.200 pessoas.
Ao lado direito, diante da estátua de São Paulo, será destinado ao Corpo diplomático e autoridades. A praça estará aberta a todos, a partir das 6h30 da manhã. Não haverá necessidade de bilhetes.
O Pontífice deixará a Casa Santa Marta por volta das 8h45 locais e, a bordo do papamóvel, dará uma longa volta pela Praça São Pedro. Em seguida, ainda no papamóvel, por alguns minutos antes do início da celebração, saudará a multidão de fiéis passando pelos diversos corredores formados na praça.
Depois, irá até a Sacristia, que está próxima da estátua La Pietà, no interior da Basílica de São Pedro. A celebração começa às 9h30, no horário de Roma (5h30 em Brasília). Pe. Lombardi precisou que a cerimônia de amanhã é intitulada "Início do ministério petrino do bispo de Roma", mas que pode ser chamada também de “inauguração". “É a missa de início solene do serviço do Papa que é bispo de Roma, mas que é um serviço para a Igreja universal: o ministério petrino é um ministério para a Igreja inteira”, explicou.
A cerimônia começará no túmulo de São Pedro, no centro da Basílica, sob o altar central, e se realizará na praça que, segundo a tradição, é também o lugar do martírio de São Pedro, porque o Circo de Nero ocupava também esta área. A missa desta terça-feira será celebrada entre o túmulo e o lugar do martírio de São Pedro, de quem o Papa é Sucessor.
Da Sacristia o Papa irá ao túmulo de São Pedro, sob o altar, e será acompanhado pelos patriarcas e arcebispos maiores das Igrejas Orientais Católicas. “Não somente o Papa, mas também os chefes das Igrejas Orientais Católicas descem ao túmulo de Pedro, e são uma dezena, entre patriarcas e arcebispos maiores: quatro são cardeais, e os outros seis, ao invés, não são cardeais, mas têm outra dignidade e, portanto, se fazem presentes para esta missa de amanhã e concelebrarão também eles junto aos cardeais”, explicou Lombardi.
Ao todo, serão 180 concelebrantes com o Papa Francisco. Durante a procissão de dentro da Basílica para fora dela será cantado o "Laudes Regiae", ou seja, Louvores ao Rei: “o Rei é Cristo, evidentemente”, recorda padre Lombardi. Nesta celebração se invocam também explicitamente os Santos papas, após os Apóstolos. O mais recente é São Pio X.
A procissão sai da porta esquerda da Basílica e os primeiros ritos, antes ainda que comece a missa, são a entrega do pálio e do anel ao Papa, que são os sinais de seu ministério.
O pálio será entregue e imposto ao Papa pelo protodiácono, Jean-Louis Tauran, o mesmo que anunciou o Habemus Papam do Balcão Central da Basílica Vaticana. Este pálio é do mesmo que tinha Bento XVI, idêntico. Após a entrega do pálio, há uma oração que é feita pelo Cardeal protopresbítero, ou seja, o primeiro da Ordem dos Presbíteros.
Depois, se tem a entrega do anel que será feita pelo Cardeal Decano, Angelo Sodano, que é o protoepiscopo, ou seja, o primeiro da Ordem dos Bispos. Em seguida, os três primeiros cardeais das três ordens entregam o pálio, rezam e entregam o Anel do Pescador, que não é de ouro.
"O anel se chama 'Anel do Pescador' porque São Pedro era um pescador, como sabemos, e Jesus o fez tornar-se pescador de homens. Porém, no anel que desta vez o Papa receberá é representado São Pedro com as chaves. Este anel é obra de um famoso artista italiano, Enrico Manfrini, e é de prata dourada", explicou Pe. Lombardi.
Em seguida se terá lugar o ato de "obediência" feito por seis cardeais.
"Nas grandes celebrações – explicou –, inclusive na Páscoa, por exemplo, existe a tradição de se ter o latim e o grego para recordar a Igreja do Ocidente e a Igreja do Oriente, as duas grandes dimensões da tradição da Igreja. Por simplicidade, nesta missa, o Evangelho será cantado somente em grego, porque o latim já estará presente em muitas outras partes" – ressaltou Pe. Lombardi.
A celebração durará cerca de duas horas e a homilia será feita em língua italiana. A celebração se concluirá com o "Te Deum". Depois haverá a saudação do Papa aos chefes de delegações, provenientes de diversos países do mundo inteiro.
A seguir, o Papa entrará na Basílica, deixará as vestes litúrgicas, irá para diante do altar central e os chefes das delegações dos vários países entrarão na Basílica para saudar o Santo Padre.
As delegações das outras Igrejas e confissões cristãs e das outras religiões encontrarão o Papa, na Sala Clementina, no Vaticano, no dia seguinte, quarta-feira, às 11h locais.
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Fonte: CNBB.
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