quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Não desejemos feliz 2014


O que mais se ouve nestes dias são pessoas expressando votos de feliz ano novo. É sempre assim em todo final de ano. Eu já usei e abusei muito desta expressão. O que acontece é que o ano começa e tudo segue o seu ritmo dinamizado por homens e mulheres com corações velhos. Não  desejemos feliz ano novo, mas vivamos de  tal modo que  possamos ser felicidade para as pessoas que as encontrarmos, ou que conseguirmos avistar, ou  que nossa voz chegar aos seus ouvidos, ou ainda que nossas mensagens entrarem para dentro de suas vidas.

Desejar feliz ano novo é muito fácil, mas fazer os outros felizes ao longo do ano exige-se  muita dedicação. Queiramos fazer felizes os pobres, os enfermos, os que não tem casa, aos desempregados, aos desestruturados, aos dependentes, aos machucados, aos nossos familiares, as pessoas do novo convívio, as pessoas que encontramos mesmo que seja por pouco tempo, as pessoas que atendemos, que cumprimentamos... São muitas as pessoas que podemos levar a elas a felicidade.

Vivendo de um jeito novo, com Cristo crescendo em nossas vidas, podemos contribuir para que as pessoas sejam mais felizes. Li certa vez que a alegria que causamos aos outros retorna a nós. Fazer alguém feliz não custa nada, basta ter um coração muito humano iluminado pela fé.


Estou sem jeito para desejar feliz ano novo, mas tenho como projeto de vida viver e agir contribuindo para sejam felizes os presbíteros, os diáconos, os religiosos, os seminaristas, os consagrados, os diocesanos, os irmãos bispos, a minha família e especialmente a categoria de pessoas dos “sem”, ou seja aqueles que lhes falta algo. Desejo a todos ser causa de alegria e felicidade. Até mesmo quando a dor for necessária, como faz um cirurgião, não seja essa dor um sofrimento sadista, mas seja ela como o germinar de paz, alegria e felicidade.

Jesus foi a felicidade de muitas pessoas. Ele viveu para os outros e por isso foi causador de felicidades. Sua maior alegria e realização foi na Cruz quando ele sentindo-se  que tudo estava consumado (Jo 19,30) entregou- se plenamente nas mãos do Pai.

Agradeçamos a Deus por este tempo que se finda e acolhamos o novo pedaço de tempo chamado  2014 que é dádiva a nós. O ano novo é um tempo de viver, ser feliz e fazer muita gente feliz. Aspiro que nossa vivência seja causadora de alegria e felicidade a muitas pessoas e Deus mesmo se alegrará com nosso projeto de felicidade. Não desejemos feliz ano novo, mas façamos um grande esforço para fazer a felicidade acontecer sempre que encontrarmos alguém.


Dom Messias dos Reis Silveira

Bispo da diocese de Uruaçu, GO

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