terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Jesus não queria a Igreja?

"O povo quer meu coração de padre" Pe. Fábio de Melo
Exatamente, padre... É só o que queremos...

No último domingo, o Pe. Fábio de Melo foi entrevistado pela Maria Gabriela em seu programa no SBT. Como esperado, Pe. Fábio falou de modo fluido e, dentre as coisas que ele disse, a maior parte ficou muito bem dita. As declarações em que o padre foi feliz, no entanto, não anulam a gravidade dos seus erros. Destes, o pior foi a afirmação de que Jesus queria o Reino de Deus, mas nós só pudemos dar a Igreja a Ele. Uma afirmação rápida, que podia facilmente passar despercebida no contexto da conversa. Porém, uma afirmação grave, de consequências funestas e que, além de tudo, já consta no histórico de condenações dogmáticas da Igreja. É, portanto, uma heresia formal.

Pois bem. Depois do ocorrido, resolvi escrever um artigo comentando sobre os erros já comuns do Pe. Fábio. Quando alguém decide fazer algo assim, porém, se torna vítima fácil dos fãs do referido sacerdote que se juntam a defendê-lo. Nesta empresa, é frequente que abandonem o jeito melífluo que aprenderam do Pe. Fábio e passem a imitar, antes, os modos mais enérgicos do Olavo de Carvalho, inclusive no seu recorrente costume de mandar os seus contendores irem fazer uma visita nos países baixos, ou, se preferirem, na porta dos fundos.

Quero, primeiramente, dizer que a simpatia que devotam pelo Pe. Fábio é, em alguma medida, participada por mim. No entanto, isto não nos deve fazer fechar os olhos para os seus erros objetivos. Nós, enquanto católicos, devemos viver consumidos de zelo pela Igreja. Uma Fé correta é fundamental, pois nos fala da verdade sobre Deus. Ao professarmos uma heresia, que estamos a fazer? Estamos obscurecendo a imagem de Deus na inteligência das outras pessoas de modo que, aqueles que aderem este erro, terminam por ter na consciência uma imagem de Deus que não corresponde à realidade. Ora, o homem foi feito para Deus. Por isso, é de fundamental importância que o seu conhecimento sobre Deus seja o mais exato possível, pois um conhecimento equivocado tem como consequência o dificultamento do acesso a Ele. Por isso também que o Cristo deixou a Igreja para cuidar da pureza na transmissão deste conhecimento e combater, desde o início, todas as heresias que tentassem distorcer a verdade.


Só pra termos uma idéia, quando João evangelista escreve o seu Evangelho, ele o faz já combatendo uma heresia que havia surgido no século I, o movimento dos docetas. Estes hereges diziam que o corpo de Jesus era apenas uma aparência, pois, sendo esta heresia uma variante gnóstica, tendia a enxergar a matéria como má em si. Logo, Deus não podia ter matéria. Para responder a isso, João escreve: "O Verbo se fez carne", isto é, a Encarnação foi real. Note que, desde o início, a Igreja combate os erros contrários à Fé.

E se formos observar toda a história da Igreja, veremos que as maiores heresias surgiam de padres, bispos, etc. Portanto, não é nenhuma novidade para a Igreja que um padre ou um bispo defendam heresias. Porém, se ele o faz, é importante que todos os católicos defendam a doutrina verdadeira abertamente. É o que fazemos, aqui. No entanto, as fabietes parecem ficar cegas porque o seu objeto de culto foi atacado e, ao invés de se aterem aos argumentos, passam a incorrer naquilo mesmo de que nos acusam: os julgamentos de intenção, os xingamentos, etc. Nada disso nos incomoda, mas é preciso esclarecer as coisas.

O primeiro ponto de que nos acusam é o de julgar o padre, quando está claro que Jesus pediu para que não julgássemos ninguém. Mas veja: se não é possível julgar a ninguém em nenhum sentido, que vocês fazem vindo aqui e nos julgando? Além disso, quer dizer que ninguém mais pode falar nada sobre ninguém? Não é possível chegar para alguém que está imerso no pecado e dizer: "você está errado. Saia daí"? É óbvio que isso não é cristianismo. Se há uma coisa que mudou a partir do momento em que Nosso Senhor veio à terra e nos esclareceu sobre as coisas é que acusar o erro não é mais somente uma recomendação, mas se nos tornou um dever estrito. Jesus é a luz do mundo. Com a luz, fica tudo claro. Portanto, se vemos o erro e não o acusamos, tornamo-nos cúmplices morais pela negligência. E só podemos afirmar que um ocorrido é certo ou errado se, de algum modo, julgamos as situações, pois julgar é meramente fazer afirmações a respeito de algo.

O que é que Jesus nos proíbe, então? Ele nos proíbe o julgamento de intenção, isto é, não nos é permitido dizer qual é a intenção do padre com essas entrevistas. Ele quer aparecer? Ele quer se mostrar cool? Ele quer aumentar o número de fãs? Ele quer desorientar as pessoas? Todas essas afirmações se alheiam ao nosso horizonte de conhecimento, a menos que ele nos falasse diretamente sobre isso ou que isso se tornasse claro de algum modo. E o que é que nos é acessível? O teor objetivo daquilo que ele fala. E, objetivamente, aquilo que ele falou no que se refere à Igreja é errado, é herético, e ponto.

Todos deveríamos saber que o amor e a estima que se tem a uma pessoa não devem contrariar, mas, ao contrário, devem estar fundamentados na verdade e no bem objetivos. Por mais apreço que um católico possa ter ao Pe. Fábio, este apreço não pode fazê-lo cegar para os erros do padre sobre a Igreja, pois tais erros apenas aumentam a já imensa desorientação dos católicos hodiernos. Amar mais ao Pe. Fábio do que à verdade é um caso de idolatria, de cegueira, de fanatismo, de infantilidade, de pouca seriedade.

Portanto, o que devemos fazer diante de tal caso? Primeiro, segurar a onda: não é porque eu gosto de Pe. Fábio que vou fazer vista grossa aos erros dele. Depois, eu também não vou sair por aí ofendendo-o excessivamente. Tenhamos sempre diante dos olhos as gravíssimas advertências que Deus Pai faz a Sta Catarina de Senasobre o trato com sacerdotes. Terceiro, precisamos rezar por ele e pelo clero porque, hoje em dia, é relativamente raro encontrar um bom padre. E, por fim, é preciso também esclarecer as coisas aos que, desconhecendo a natureza e os fundamentos da Fé Católica, poderiam ser ainda mais desorientados pelos erros açucarados do padre. E, no caso de pertinácia, isto é, de o Pe. Fábio, ainda que avisado dos seus erros, não se retratar e decidir manter-se em tais erros, nosso papel enquanto católicos deverá ser expô-lo publicamente como um inimigo da Fé. Peçamos a Deus que este último ponto não seja necessário, mas é o que recomendam os santos da Igreja no caso de hereges contumazes.

E, tendo esclarecido isso tudo, vamos deixar de frescuralhadas. "Minha gente", não permitam que a simpatia pelo padre provoque em vocês um "sequestro de subjetividade".. Que este amor excessivo, que lhes fecha os olhos da razão, não os roube de si mesmos.. hehehe..

Fiquemos, enfim, com este vídeo que, embora tenha um título meio "propaganda enganosa", será suficiente para esclarecer aos amigos do que é que estamos falando. Pax.

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Título Original: Pe. Fábio de Melo e as "fabietes" - algumas considerações.
Fonte: Grupo de Resgate Anjos de Adoração - Graa

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