quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Fora da Sucessão Apostólica, pastor e bispo é tudo made in Paraguay


Em maio, tivemos uma conversa amigável na fanpage de O Catequista (pros demais leitores não ficarem viajando: o Lucas é evangélico). Foi então que eu lhe prometi escrever este post (perdoe a demora). Resumindo aqui o seu pensamento, sei que você entende, basicamente, que:

1.    todos os cristãos, seja qual for a igreja que frequentem, formam uma só Igreja;
2.   nenhuma igreja pode afirmar que tem a chave da salvação, pois só Jesus salva;
3.   as diferenças doutrinárias entre as várias denominações cristãs não são relevantes.

Vamos ver agora porque essas ideias NÃO SE SUSTENTAM.


Há uma só Igreja, e os protestantes estão separados dela

É belo o seu pensamento, Lucas F., de que todos os cristãos fazem parte de uma só Igreja. Isso tem uma raiz nobre: o desejo de unidade. Entretanto, tal ideia não corresponde ao real. No post “Placa de igreja não traz salvação –será?”, mostramos porque é impossível que todos os cristãos formem uma só igreja, por causa das grandes divergências doutrinárias entre as diversas comunidades. Cada igreja evangélica prega um Zizuiz diferente das outras!!!

Lucas F., você argumentou que citar as doutrinas absurdas de certas igrejas evangélicas seria uma apelação, equivalente a de apelar pra história da inquisição, pra desmerecer o catolicismo. Não, são coisas bem diferentes. Pois nenhum dos erros cometidos na Inquisição foi respaldado na doutrina da Igreja(lembrando que a Inquisição salvou milhares de vidas e teve muito mais acertos do que erros).

Você está certo, Lucas F., quando diz que só em Jesus há absoluta certeza da salvação. E essa salvação Ele quis nos dar por meio da Sua Igreja. Afinal, como saberíamos quem é Jesus e o que ensinou, se não fosse por meio da Igreja por Ele fundada?

Os protestantes são nossos irmãos separados. Vagando no mar do mundo, longe da barca de Pedro, as comunidades protestantes mergulham em erros doutrinários gravíssimos. Mas, apesar disso, algo de bom muitas delas pregam, graças ao pouco que ainda guardam de católico em si (a começar pela Bíblia).

A Igreja Católica está vacinada 
contra erros de doutrina

Lucas, F., você nos chama de bitolados por crer na doutrina infalível da Igreja. Mas veja, foi o próprio Cristo que deu a seus Apóstolos a autoridade do ensinamento:

“Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e, quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.” - Lc 10, 16

Em outras palavras: tudo o que os Apóstolos ensinavam era própria palavra de Cristo, e na palavra de Cristo não pode haver falhas. Concorda? O Espírito Santo foi quem garantiu que aqueles homens falíveis transmitissem o conteúdo da fé infalivelmente.

Se não fosse assim, você, que é protestante, não poderia nem mesmo confiar nas palavras do Novo Testamento, que foi organizado pelo Papa e pelos bispos católicos. E se eles, por equívoco, tiverem inserido no Cânon textos não-inspirados? E se alteraram maliciosamente as palavras do Evangelho? O garantiria que essas coisas não ocorreram, se a Igreja Católica não fosse guiada pelo Espírito Santo?

Note, Lucas F, que se você não crê na Sucessão Apostólica – que legitima a autoridade dos bispos católicos – e na infalibilidade do Papa, então você deve confessar que sua Bíblia é pó. Uma Bíblia organizada por um Papa e por bispos não inspirados pelo Espírito Santo não teria a menor credibilidade! Certamente estaria cheia de erros. E, sem uma Bíblia confiável (é só isso que vocês têm), como podem ficar de pé as igrejas evangélicas?

O fato é que na Igreja Católica pode haver erros na ação pastoral, pode haver maus sacerdotes e maus leigos, mas não erros de doutrina.

Quem são os Apóstolos hoje? Quem é Pedro?

A sentença “Quem vos ouve, a mim ouve” não foi dirigida a todos os discípulos, mas somente ao grupo seleto dos Apóstolos. Então, havia uma hierarquia bem clara. Do contrário, qualquer cristão – tipo eu – poderia falar e ensinar com a autoridade do próprio Cristo. Num rola, né…

Jesus fundou uma Igreja organizada de forma hierárquica, estabelecendo Pedro como autoridade máxima (a Pedra) e os demais Apóstolos como colunas. Sobre a primazia de Pedro, já falamos no post de ontem.

Então, para o cristão atual, a pergunta mais importante é: quem são os Apóstolos hoje? Serão os pastores de todas as igrejas evangélicas? Serão os pastores só de algumas igrejas evangélicas? Será o pastor ex-funkeiro*? Será o Benedito? E Pedro… quem hoje ocupa o lugar de Pedro? Precisamos chegar a uma conclusão sobre isso, pois seguindo os sucessores dos Apóstolos estaremos seguramente seguindo a vontade do próprio Cristo.


No nosso bate-papo, você chegou justamente no ponto central da questão, Lucas F.: é claro que ninguém pode se apresentar como pastor, bispo ou apóstolo se não tiver recebido essa consagração de um legítimo sucessor dos Apóstolos. E qual líder de igreja protestante pode se garantir nesse sentido? NE-NHUM!

Agora, podemos perguntar: de onde o Papa Francisco tirou o seu título de “pastor” e “sucessor de Pedro”? De onde os bispos católicos tiraram seus títulos de “sucessores dos Apóstolos”?

Lendo Atos 1,21-26, vemos que a sucessão apostólica teve início com Matias, que foi colocado no lugar de Judas Iscariotes. Assim, sempre que morria um Apóstolo, outro o sucedia. É uma missão passada de Apóstolo para Apóstolo, como herança, desde a igreja primitiva até hoje.

E a única igreja que detém essa herança é a Igreja Católica APOSTÓLICA Romana e as Igrejas Ortodoxas do Oriente (apesar de estas estarem unidas a Roma apenas de modo parcial). Só nessas igrejas há verdadeiros bispos e legítimos sucessores dos apóstolos. O resto, é “ungido” achando que baixou nele o caboclo de pastor, bispo ou apóstolo…


Por fim, Lucas F., você nos pediu uma prova de que a Igreja Católica é continuidade da Igreja primitiva, e não uma dissidência. Bem, reflita sobre as informações que apresentamos até agora, e amanhã falaremos sobre isso. Até lá!


* Pra quem não conhece o pastor ex-funkeiro, vale conferir o vídeo da sua performance ungida! “No passinho, no passinho, no passinho do abençoado…”.
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Fonte: O Catequista

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