Em 2017, a
Campanha da Fraternidade teve como tema “Fraternidade: biomas brasileiros
e defesa da vida”. Como todos os anos, no Domingo de Ramos (que caiu no dia 09
de abril de 2017) houve uma coleta cuja finalidade exclusiva seria o
financiamento das obras de caridade decorrentes da CF.
Ao menos, isso é o que pensavam
todos os brasileiros que deram a sua contribuição para a coleta. Na prática,
não foi bem assim.
Conforme explica o site da Caritas,
a coleta promovida pela Campanha da Fraternidade (chamada Coleta
Nacional da Solidariedade) forma o Fundo Nacional da Solidariedade –
FNS (60% do valor arrecadado na coleta) e os Fundos
Diocesanos da Solidariedade – FDS (40% do valor arrecadado na
coleta), cuja finalidade é o “atendimento de demandas a projetos
sociais“. O site deixa bem claro que a finalidade dos fundos
obtidos com a coleta não é assistencialista.
Até aí, alguém poderia pensar,
tudo bem, se há um compromisso da CNBB em financiar projetos sociais católicos
(principalmente) e até não católicos que visem mais a promoção humana do que o
mero assistencialismo.
Porém, que projetos sociais são
esses? Qual é o critério de escolha dos projetos que serão favorecidos pelo
dinheiro arrecadado dos fieis católicos em todas as dioceses e paróquias do
país?
Embora a CNBB faça bastante propaganda das campanhas da
fraternidade, o mesmo não ocorre com a sua prestação de contas. Existe, sim, um site do Fundo Nacional de Solidariedade (foto abaixo) – mas a imensa maioria dos católicos
brasileiros nem sabe que ele existe.
Acessando esse site hoje, dia 19 de
fevereiro de 2018, descobri alguns dados estarrecedores:
- uma das ONGs favorecida pelos
recursos do FNS (na verdade, uma associação de ONGs) é a ABONG. Em seu site, entre outros
objetivos, a ABONG defende a “legalização do aborto“, o
reconhecimento civil da união gay e a liberdade sexual (veja imagens abaixo);
- outra organização beneficiada pelo
FNS chama-se Fundação Grupo Esquel Brasil. Acessando o site dessa fundação,
encontra-se um projeto chamado “Marco Regulatório“, cuja finalidade
é definir um novo marco regulatório para as organizações da sociedade civil
brasileira. Entre os gestores desse projeto estão
a ABONG (de novo!!) e (pasmem!!) o MST – Movimento dos
Sem-Terra (imagens abaixo)!!
O que isso significa? Simples: que o
dinheiro da coleta da Campanha da Fraternidade está financiando, ao
menos em parte, ONGs que promovem a legalização do aborto e grupos
terroristas como o MST, que invadem terras e destroem propriedades Brasil
afora, além de terem associação com grupos de guerrilha como as FARC!!
E o dinheiro da coleta da Campanha da
Fraternidade é o dinheiro de cada fiel católico de boa fé, que espera que a
CNBB dará um bom destino à sua contribuição, por menor que seja; que não
acredita que o seu dinheiro suado, doado por amor a Deus e ao próximo, possa
ser usado para promover invasão de terra e legalização do aborto no Brasil.
O site do Fundo Nacional da
Solidariedade não esconde os nomes das organizações que foram beneficiadas com
seus recursos. Basta acessar o site do FNS e clicar nas listas de projetos
deferidos em cada reunião da comissão responsável. Estão incluídas aí as datas
das reuniões e também as datas do repasse dos recursos. Embora sem divulgação,
há uma certa transparência.
No entanto, ficam algumas questões
escandalosas e sem resposta: por que uma conferência episcopal (a CNBB)
beneficiaria com recursos da Campanha da Fraternidade (ou com
quaisquer outros) organizações que defendem e promovem a legalização do
aborto e a invasão de terras? Não vai tudo isso contra a
moral católica? Não é a defesa da vida desde a concepção até a morte natural um
dos princípios inegociáveis da Igreja Católica, como disse o
Papa Bento XVI em seu discurso de 30 de março de 2006? E também não é um princípio inegociável o
reconhecimento e a promoção da estrutura natural da família,
dentro do matrimônio, união entre um homem e uma mulher? Como, então, a CNBB
financia projetos de ONGs que objetivam promover união homossexual e liberdade
sexual?
E que dizer da invasão de terras,
quando a defesa da propriedade privada é um dos princípios da
Doutrina Social da Igreja Católica? Diz o Compêndio da Doutrina Social a
respeito da destinação universal dos bens:
A propriedade privada é elemento
essencial
de uma política econômica autenticamente
social e democrática e é
garantia
de uma reta ordem social.
Logicamente que a Igreja Católica não
defende o abuso de propriedade, mas requer, em sua doutrina social, que a
propriedade dos bens seja acessível a todos, ao menos em certa medida, de modo
que todos possam ser, de algum modo, proprietários de bens. E defende que
toda propriedade deve ter em vista o bem comum, não apenas o bem daquele que a
detém. Isso, porém, não justifica a tomada violenta de propriedade alheia, que
é roubo. Aliás, um dos Mandamentos da Lei de Deus, que não
pode ser revogada por nenhuma pessoa humana, é justamente o sétimo,
que diz: “NÃO ROUBARÁS” (Ex 20,15).
Como pode, pois, o dinheiro
arrecadado pela CNBB em uma coleta destinada a obras sociais vir a financiar,
sem autorização ou conhecimento prévio dos fieis católicos brasileiros, uma
organização terrorista como o MST, que subverte a ordem social ao
tomar violentamente (e, muitas vezes, destruir) a propriedade alheia, sem
qualquer respeito ao direito de propriedade, sem amparo legal, em desobediência
a qualquer tentativa governamental de promover pacífica e ordeiramente a
Reforma Agrária e que ainda ameaça invadir as ruas das cidades brasileiras para
defender seus corruptos de estimação?
A CNBB deve, com urgência,
explicações aos católicos brasileiros sobre o uso de recursos doados por eles
para beneficiar organizações cujas finalidades estão muito longe daquelas que
um católico entende por “projeto social”. Nenhum católico que se preze gostaria
de saber que seu dinheiro financia aborto e invasão de terras.
Com tantas instituições vinculadas a
paróquias e dioceses católicas passando por imensas dificuldades para manter
seu trabalho social junto às populações mais carentes, por que o Fundo Nacional
da Solidariedade vai financiar abortistas e terroristas? Quais os critérios de
escolha que levam a privilegiar estas e preterir aquelas? A comissão
responsável da CNBB dirá que não sabia de nada, quando
basta acessar os sites de tais organizações para descobrir, em poucos minutos,
estas finalidades infames?
Enquanto a CNBB não apenas der
explicações convincentes a respeito do desvio de finalidade do
dinheiro dos fieis e enquanto a CNBB não cortar o financiamento a esse tipo de
organização, é urgente que os fieis católicos deixem de contribuir para
a coleta do Fundo Nacional da Solidariedade.
No Domingo de Ramos,
não deposite nenhum dinheiro nos envelopes da Campanha da Fraternidade.
Não permita que o seu dinheiro ajude
a financiar o aborto e a invasão de terras neste país, entre outras finalidades
que nos são totalmente desconhecidas. Escreva ou ligue para a CNBB e para a
Nunciatura Apostólica (endereços, telefones, e-mails abaixo) dizendo da sua
inconformidade com esta situação absurda e reclamando providências urgentes.
Núncio Apostólico: Exmo. e Revmo. DOM
GIOVANNI D’ANIELLO
Endereço: SES – Av. das Nações – Qd. 801 – Lt. 01/ 70401-900 – Brasília – DF –
Caixa Postal: 3383 – CEP 70059-970
Telefone: (61) 3223-0794 ou 3223-0916
E-mail: nunapost@solar.com.br
PRESIDENTE DA CNBB – CARDEAL DOM
SERGIO DA ROCHA
Endereço: Esplanada dos Ministérios EMI lt. 12 – CEP 70050-000
Telefone: 3213-3333
E-mail: secretaria.episcopal@arquidiocesedebrasilia.org.br
E enquanto a resposta por parte das
autoridades católicas deste país não se traduzir em maior transparência em todo
o processo de escolha dos projetos beneficiados e em mudança concreta das
finalidades da Campanha da Fraternidade, que o dinheiro dos fieis católicos não
sirva mais para financiar morte, violência e roubo.
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Paráclitus
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