1.
Itália, anos 60. Um homem vai se confessar com o Padre Pio de
Pietrelcina. "Você já rasgou?", pergunta o santo. "Rasguei o
quê, padre?", surpreende-se o homem. "Ora, a carteirinha do Partido
Comunista!" O homem fica perplexo. "Volte para casa, rasgue a
carteirinha, jogue-a no lixo e só então volte para se confessar." E o
homem fez tudo que Padre Pio mandou.
2. Londrina, 2014. Durante missa em homenagem ao Padre José
Kentenich, herói e fundador da Obra de Schoenstatt, Dom Albano Cavallin faz um
duro sermão contra o governo petista. Diz que a Copa e a Olimpíada são motivo
de vergonha em um país com tantos problemas de saúde e educação. Uma liderança
política, presente à cerimônia, ao sair critica o arcebispo emérito: "Ele
não sabe do que está falando!"
3. Londrina, 1999. Imaginem o que aconteceria se os então
governantes da cidade, que vinham sendo denunciados por corrupção, resolvessem
levar suas bandeiras partidárias e sua militância para o ambiente da Igreja
Católica. Imagine como reagiriam os membros do movimento Pé Vermelho Mãos
Limpas (do qual este cronista fazia parte). A conclusão é óbvia: não há que
transigir com o erro. Essa é a transigência que mata, também chamada omissão.
Não há que transigir com a mentira ou com o crime, ou o preço será a morte.
4. A história comprova: a revolução, a tomada de poder e o
golpe socialista sempre são feitos por uma minoria, uma pequena elite que se
aproveita do silêncio e da submissão da maioria. É exatamente isso que a
esquerda petista — derrotada nas urnas e nos tribunais — tenta fazer agora na
Igreja. E terão sucesso se não fizermos nada.
5. A distorção da linguagem é uma das maiores armas dos
totalitários para chegar ao poder. Em cartilha recentemente distribuída aos
católicos que vieram a Londrina — pessoas simples, que em sua maioria
procuravam guiamento e consolação espiritual — a palavra "golpe" é
usada para designar o impeachment constitucional da sra. Dilma. As palavras
falsas são a estratégia pela qual a esquerda pretende reconquistar o poder no
Brasil, transformando-o numa grande Venezuela.
6. "A Igreja não é um pequeno grupo de ativistas que se
reúnem em um certo lugar para viver em comunidade. A Igreja também não é
simplesmente um grande grupo que se reúne aos domingos para celebrar a
Eucaristia. A Igreja é muito mais do que o Papa, os bispos e os sacerdotes.
Todos eles fazem parte da Igreja, mas a companhia na qual entramos através da
fé, vai muito além, vai além da morte." (Cardeal Joseph Ratzinger, depois
Bento XVI, 1990)
7. Não é que eu simplesmente goste da Igreja, frequente a
Igreja, defenda a Igreja. Eu amo a Igreja mais que tudo neste mundo; ela salvou
minha vida, ela É a minha vida. Por isso, sinto-me no dever moral de combater
esses abutres políticos que querem transformá-la em "posto de
gasolina" das suas ambições de poder. Tenho esperança de que as
autoridades da Igreja, iluminadas por Deus, não compactuem com esse golpe. O
altar não é o lugar de partido nenhum: é o lugar de Cristo.
Paulo Briguet
_____________________
Folha de Londrina
Nenhum comentário:
Postar um comentário