A liderança inconteste
de Jair Bolsonaro na corrida presidencial desconstruiu um monte de arrazoados
produzidos por especialistas de toda ordem que observaram a eleição de 2018 com
os olhos de 2014.
Como diria Chico
Buarque, a internet passou na janela e só eles não viram. E, por meio dela, ao
longo dos últimos anos, Bolsonaro conversou com a família brasileira e se
apresentou como o único candidato viável a defender os valores dela.
Sob a tutela do
politicamente correto, partidos de esquerda, parte da imprensa e da academia
impõem uma agenda que faz sucesso no Leblon e na Vila Madalena, mas que está
longe de representar o pensamento do povo brasileiro. Contra a corrente,
Bolsonaro foi ele mesmo – e está nadando de braçada.
Não receia o confronto
ao falar de identidade de gêneros, escolas sem partido, casamento homoafetivo, descriminalização
da maconha. Quando Bolsonaro diz que a “minoria deve seguir a maioria”, é à
essa agenda que ele se refere. E com razão: a maioria da população brasileira
não quer agressão a homossexuais, nem pena de morte a quem fuma um baseado;
pede apenas que limites sejam estabelecidos. O eleitor de Bolsonaro não acha
certa uma união que infrinja aquilo em que ele acredita (87% dos brasileiros
são cristãos), não acha certo que se consuma drogas ilegais e não seja punido,
não acha certo o professor ensinar para o seu filho aquilo que não está
previsto na base curricular.
Simples assim.
Pela régua dos seus
críticos, o discurso básico e assertivo faz de Bolsonaro um “tosco”. Mas, ao
demonstrar disposição para enfrentar essa pauta progressista, ele dá voz a
milhões de brasileiros que ditam suas vidas por valores conservadores.
Em recente sabatina na
GloboNews, ele disse que sua candidatura era uma missão de Deus. “Deus?”,
perguntou, surpreso, um dos entrevistadores que não pode ser identificado.
Bolsonaro respondeu que era cristão e entendia como obra divina ter chegado
onde chegou. O estranhamento prosseguiu, mas é compreensível. Para essa gente
moderninha que leu Schopenhauer e acha Mel Gibson um tonto, falar em “Deus”
deve, realmente, causar um enorme espanto.
O espanto, talvez, só
fique maior em 7 de outubro.
Domingos Fraga
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R7
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