quarta-feira, 24 de outubro de 2018

“Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”


Caríssimos e amados irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo!

É extremamente oportuno tratar da PAZ SOCIAL.  A priori, podemos afirmar sem a mínima sombra de dúvida, que os comunistas, ateus que são,  nunca trarão a paz, porque sem Deus não há paz.  Há sim luta de classes, um lançar insano de terror na alma simples do povo, divisões e insubmissões nefastas entre filhos e pais. A nossa sociedade acha-se viciada nos seus pilares fundamentais: a família e a moral religiosa.

Os comunistas, ou seja, os políticos de partidos de esquerda, querem uma sociedade sem Deus e sem respeito ao direito de propriedade particular.

Quando Lula desgovernava o Brasil, e a Lava Jato ainda não existia, estive em Portugal e lá me perguntaram porque no Brasil não era proibido roubar. Não foi difícil responder: infelizmente parece que é isto mesmo e até bem pior do que isto: o direito de propriedade particular é que é ROUBO, segundo os comunistas. Invertem assim o sétimo mandamento da lei de Deus como o vemos exarado em Êxodo XX, 15. Daí, hoje, graças à Lava Jato que ficará exarada imortal nos fastos do Brasil,  quando presos por comprovados roubos, se fazem de vítimas, e dizem que é golpe.

“Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. Nesta frase do Divino Mestre está contido o cumprimento exato dos nossos deveres para com Deus e para com o próximo, dando a cada um o que lhe pertence. Na verdade, todo poder vem de Deus: “Não haveria poder algum se não fosse dado do alto” (cfr. Jo. 19, 11). A autoridade política legitimamente constituída provém de Deus e há de ser respeitada como um reflexo da autoridade divina. Por isso, todo o cristão está obrigado a obedecer à autoridade política, desde que esta não ordene coisas contrárias à Lei de Deus, porque neste caso já não representaria a autoridade divina, e, então, como diz São Pedro, “deve-se obedecer antes a Deus que aos homens” (Atos V, 29).

Ante as sérias ameaças feitas à paz pelos comunistas, o Cristianismo que deverá fazer? O que sempre fez, ou seja,  por meio de seus filhos espalhados por todas as partes do mundo, realizar as obras de caridade e de fé, coisas estas que vêm de Deus. “Deus é o sol das mentes sublimes e dos corações ardentes”, dizia Carducci. No amor a Deus e ao próximo encontramos o cumprimento de toda a Lei e os Profetas; e os justos vivem de fé. Quem, porém, não se detém em considerações apressadas, não pode deixar de chegar a conclusões nimiamente dolorosas. O espetáculo das massas indiferentes e, por vezes, hostis à Religião, os progressos do ódio e do mal no mundo, a afirmação em muitas consciências de doutrinas contrárias à verdade e aos princípios cristãos tradicionais (e quem os defende é vítima de facada), as perseguições desencadeadas em muitos países com métodos e um encarniçamento que não têm paralelo na história, tudo isso dá a impressão de nos encontrarmos no meio daquela crise espiritual predita pela Bíblia para a época do anti-cristo.

Caríssimos, para os comunistas, a religião não se apóia em bases transcendentes certas e sólidas, como sejam, a existência de Deus, a lei eterna e a vida ultra terrena, mas apenas na necessidade que o homem  –  “oprimido pelas forças naturais nos estados primitivos da civilização e pelas forças sociais nos estados superiores”  – experimentou de criar para si um mundo imaginário e melhor no além, que o compensasse dos sofrimentos, das injustiças e das opressões sofridas neste mundo. Para eles, a Religião, pode, por enquanto, lhes ser útil para tomar o poder (comungando p. ex.) mas, na verdade, está fadada a ser superada e a desaparecer, logo que seja superada e desapareça a miséria presente, graças à revolução social que o comunismo  –  apregoam eles  –   se encarrega de levar a cabo em todo o mundo. Para os comunistas a Religião não é apenas um erro inofensivo, é, outrossim, um mal nefasto sob o ponto de vista social.

Os comunistas dizem que a Religião engana as massas e cega-as, de tal modo que as torna presa fácil do capitalismo. Carl Marx dizia que a Religião é o ópio do povo. Ela, dizem os comunistas, corta as asas e elimina as aspirações a qualquer movimento contra as injustiças perpetradas pela classes dominadoras.  O crente que julga assegurado o Paraíso no futuro, pouco se importa com o presente, afirmam… Daqui vem o ódio e o incitamento para abolir a religião; daqui vem a propaganda do ateísmo feita pelo comunismo entre as massas, daqui a luta contra Deus, contra a Igreja, contra a família e contra a moral religiosa.
Quero, caríssimos, apresentar alguns excertos da imortal Encíclica RERUM NOVARUM de Leão XIII. Esta encíclica escrita em 1891 marcou uma data na história da Igreja e da Humanidade. Deu princípio a um movimento social católico. Se a Igreja tivesse universalmente sido escutada e obedecida, teríamos assistido a um irresistível impulso à obra de pacificação social, e não teríamos hoje a tristeza de ver o caos do ateísmo comunista grassando-se no mundo todo, inclusive na nossa querida Pátria que já vai caminhando a passos largos rumo à uma nova Venezuela. Esperamos que no próximo dia 28 os verdadeiros brasileiros dêem um basta a esta avalanche de lama comunista. E que a Lava Jato continue depois afastando esta lama pútrida da corrupção.

Mas mister também se faz que católicos e cristãos em geral, combatam a sua avareza (quem dela se vê contaminado) e pratiquem  a justiça e a caridade, como as Sagradas Escrituras ensinam e, nelas baseados, ensinam Documentos Pontifícios e como mostra a vida dos santos.

E demos, então, a palavra ao Papa Leão XIII:

“O homem tem sobre os bens da terra, não somente o simples uso, como os brutos, mas também o direito de propriedade, tanto a respeito das coisas que se consomem com o uso, como das que o uso não consome”.

“A propriedade particular, fruto do trabalho ou da indústria, de cessão ou de doação, é um direito indiscutível da natureza, e cada um pode dispor dele a seu arbítrio”.

“Para resolver a desarmonia entre os ricos e os proletários é preciso distinguir a justiça da caridade. Só há direito de reivindicação, quando a justiça for lesada”.

“O proletário e o operário têm as seguintes obrigações de justiça: fornecer por inteiro e fielmente todo o trabalho contratado livremente e segundo à equidade; não lesar os bens nem ofender as pessoas dos patrões; abster-se de atos violentos na defesa de seus direitos e não transformar as reivindicações em motins”.

“Os capitalistas e os patrões têm as seguintes obrigações de justiça: pagar o justo salário aos operários; não causar prejuízo às suas justas economias, nem por violências, nem por fraudes, nem por usuras evidentes ou dissimuladas; dar-lhes liberdade de cumprir os deveres religiosos; não os expor às seduções corruptoras e aos perigos do escândalo; não os desviar do espírito de família e do amor da economia; não lhes impor trabalhos desproporcionados às suas forças ou pouco convenientes para a idade ou para o sexo”.

“Os ricos e os que possuem têm obrigação de caridade de socorrer os pobres e indigentes, segundo o preceito evangélico. Este preceito obriga tão gravemente que dele serão exigidas contas de maneira especial no dia do Juízo, como disse o próprio Jesus Cristo (Mat. 25)”.

Aqui  faço minhas, as palavras do Apóstolo dos gentios: “Deus me é testemunha de que modo vos amo a todos nas entranhas de Jesus Cristo. O que eu lhes peço é que a vossa caridade cresça mais e mais em conhecimento e em todo o discernimento, para que possais distinguir o melhor, para que sejais sinceros e irrepreensíveis para o dia de Cristo, cheios de frutos de justiça por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus” (Filipenses I, 8-11).

Na oração final quero incluir mais um pensamento: Ó Jesus, fazei que guardemos  pura de toda mancha, a vossa imagem impressa na nossa alma com o Vosso bendito Nome, para merecermos ser reconhecidos por Vós no dia do Juízo e introduzidos no Céu. Amém!


Padre Élcio Murucci
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Fratres In Unum

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