sábado, 26 de janeiro de 2019

Reflexão do Papa Francisco na Via-sacra da JMJ 2019


VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO
AO PANAMÁ POR OCASIÃO
DA 34ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
(23-28 DE JANEIRO DE 2019)

VIA-SACRA COM OS JOVENS
DISCURSO DO SANTO PADRE

Campo Santa Maria la Antigua – Faixa Costera (Panamá)
Sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Queridos jovens
de todo o mundo!

Caminhar com Jesus será sempre uma graça e um risco.

Uma graça, porque nos compromete a viver na fé e a conhecê-Lo, penetrando nas profundezas do seu coração, compreendendo a força da sua palavra.

Um risco, porque, em Jesus, as suas palavras, os seus gestos, as suas ações contrastam com o espírito do mundo, a ambição humana, as propostas duma cultura do descarte e da falta de amor.

Há uma certeza que enche de esperança esta via-sacra: Jesus percorreu-a com amor; e viveu-a também a Virgem Gloriosa, Ela que, desde o início da Igreja, quis sustentar com a sua ternura o caminho da evangelização.

Senhor, Pai de misericórdia, nesta Faixa Costeira, juntamente com tantos jovens vindos de todo o mundo, acabamos de acompanhar o vosso Filho no caminho da cruz; caminho esse, que Ele quis percorrer por nós, para nos mostrar quanto Vós nos amais e como estais envolvido na nossa vida.

O caminho de Jesus para o Calvário é um caminho de sofrimento e solidão que continua nos nossos dias. Ele caminha e sofre em tantos rostos que padecem a indiferença satisfeita e anestesiante da nossa sociedade, sociedade que consome e que se consome, que ignora e se ignora na dor dos seus irmãos.

Também nós, vossos amigos, Senhor, nos deixamos levar pela apatia e o imobilismo. Tantas vezes nos derrotou e paralisou o conformismo. Foi difícil reconhecer-Vos no irmão sofredor: desviamos o olhar, para não ver; refugiamo-nos no barulho, para não ouvir; tapamos a boca, para não gritar.

Sempre a mesma tentação. É mais fácil e «remunerador» ser amigo nas vitórias e na glória, no sucesso e no aplauso; é mais fácil estar próximo a quem é considerado popular e vencedor.

Como é fácil cair na cultura do bullying, do assédio, da intimidação, do encarniçamento sobre quem é fraco!

Para Vós, Senhor, não é assim! Na cruz, identificastes-Vos com todo o sofrimento, com quem se sente esquecido.

Para Vós, Senhor, não é assim, porque quisestes abraçar todos aqueles que muitas vezes consideramos não dignos de um abraço, uma carícia, uma bênção; ou, pior ainda, nem nos damos conta de que precisam disso, ignoramo-los.

Para Vós, Senhor, não é assim! Na cruz, unistes-Vos à via-sacra de cada jovem, de cada situação para a transformar numa via de ressurreição.

Cerimônia de acolhida: Papa pede que jovens digam ‘sim’, como Maria

VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO
AO PANAMÁ POR OCASIÃO
DA 34ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
(23-28 DE JANEIRO DE 2019)

CERIMÔNIA DE ACOLHIMENTO E ABERTURA DA JMJ

DISCURSO DO SANTO PADRE

Campo Santa Maria la Antigua – Faixa Costera (Panamá)
Quinta-feira, 24 de janeiro de 2019



Queridos jovens, boa tarde!

Que bom é encontrar-nos de novo, e fazê-lo nesta terra que nos acolhe com tantas cores e tanto calor! Reunidos no Panamá, a Jornada Mundial da Juventude é mais uma vez uma festa, uma festa de alegria e esperança para toda a Igreja e, para o mundo, um grande testemunho de fé.

Lembro-me que, em Cracóvia, alguns perguntaram-me se estaria presente no Panamá, tendo-lhes respondido: «Eu, não sei; mas Pedro estará lá certamente. Pedro estará…» Alegra-me poder-vos dizer hoje: Pedro está convosco, para celebrar e renovar a fé e a esperança. Pedro e a Igreja caminham convosco e queremos dizer-vos que não tenhais medo, que prossigais com esta energia renovadora e esta inquietação constante que nos ajuda e impele a ser mais alegres, mais disponíveis, mais «testemunhas do Evangelho». Prossegui, não para criar uma Igreja paralela, um pouco mais «jovial» e «atrevida» numa modalidade para jovens, com alguns elementos decorativos, como se isso pudesse deixar-vos contentes. Pensar assim seria faltar ao respeito devido a vós e a tudo aquilo que o Espírito, por vosso intermédio, nos tem vindo a dizer.

Ao contrário, queremos descobrir e despertar, juntamente convosco, a novidade incessante e a juventude da Igreja, abrindo-nos sempre a esta graça do Espírito Santo que tantas vezes realiza um novo Pentecostes (cf. Sínodo dedicado aos jovens, Documento final, 27/X/2018, 60). Isto só é possível, se, como há pouco vivemos no Sínodo, soubermos caminhar escutando-nos e escutar completando-nos uns aos outros, se soubermos testemunhar anunciando o Senhor no serviço aos nossos irmãos; que, naturalmente, é sempre um serviço concreto. Não se trata dum serviço em banda desenhada: é um serviço concreto. Se começarmos a caminhar, jovens, sempre jovens como na história da América... Penso naqueles de vós que começaram primeiro a caminhar nesta Jornada: vós, jovens da juventude indígena, fostes os primeiros na América e os primeiros a caminhar neste encontro. Um grande aplauso, forte! E ainda vós, jovens descendentes de africanos: também vós fizestes o vosso encontro, antecipando-vos a nós. Outro aplauso!

Bem! Sei que, para chegar aqui, não foi fácil. Conheço os esforços, os sacrifícios que fizestes para poderdes participar nesta Jornada. Muitos dias de trabalho e dedicação, encontros de reflexão e oração, cuja recompensa é o próprio caminho. O discípulo não é apenas aquele que chega a um lugar, mas quem começa com decisão, quem não tem medo de arriscar e pôr-se a caminho. Se alguém se põe a caminhar, já é um discípulo. Se ficas parado, perdeste… Começar a caminhar, estar a caminho: esta é a alegria maior do discípulo. Vós não tendes medo de arriscar e caminhar. Se hoje podemos estar em festa, é porque esta festa já começou há muito tempo em cada comunidade.

Como ouvimos há pouco na apresentação e constatamos pelas bandeiras que desfilavam, vimos de culturas e povos distintos, falamos línguas diferentes, vestimos roupas diversas. Cada um dos nossos povos viveu histórias e circunstâncias distintas. Quantas coisas podem diferenciar-nos! Mas nada disso impediu de nos encontrarmos; tantas diferenças não impediram de nos encontrarmos e estarmos juntos, de nos alegrarmos juntos, de celebrarmos juntos, de confessarmos Jesus Cristo juntos. Nenhuma diferença nos deteve. Isto é possível, porque sabemos que há Alguém que nos une, que nos faz irmãos. Vós, queridos amigos, fizestes muitos sacrifícios para vos poderdes encontrar, tornando-vos assim verdadeiros mestres e artesãos da cultura do encontro. Com isso, tornastes-vos mestres e artesãos da cultura do encontro, que não é «Olá! Como estás? Adeus, até breve». Não, a cultura do encontro é aquela que nos faz caminhar juntos com as nossas diferenças, mas com amor, todos unidos no mesmo caminho. Vós, com os vossos gestos e atitudes, com as vossas perspetivas, desejos e sobretudo a vossa sensibilidade, desmentis e refutais certos discursos que se concentram e empenham em semear divisão, aqueles discursos que procuram excluir e expulsar quantos «não sejam como nós». Como dizemos em vários países da América: «Não são um GCU [gente como um (que eu conheço), gente como nós]. Vós desmentis isto. Todos são pessoas como nós, cada qual com as próprias diferenças. Assim é, porque tendes um olfato capaz de intuir que «o amor verdadeiro não anula as diferenças legítimas, mas harmoniza-as numa unidade superior» (Bento XVI, Homilia, 25/I/2006). Repito-o: «O amor verdadeiro não anula as diferenças legítimas, mas harmoniza-as numa unidade superior». Sabeis quem disse isto? Sabeis ou não? O Papa Bento XVI, que está a acompanhar-nos. Façamos-lhe um aplauso. Mandemos-lhe daqui uma saudação! Ele está a ver-nos na televisão. Uma saudação (todos, todos com as mãos) para o Papa Bento! Entretanto sabemos que o pai da mentira, o demónio, prefere sempre o contrário: um povo dividido e litigioso. Ele é o mestre da divisão e tem medo de um povo que aprenda a trabalhar em conjunto. E isto é um critério para distinguir as pessoas: os construtores de pontes e os construtores de muros. Os construtores de muros que, semeando medo, procuram dividir e amedrontar as pessoas. Mas vós quereis ser construtores de pontes. Que quereis ser? [os jovens respondem: «Construtores de pontes!»] Aprendestes bem, gostei!

Na viagem ao Panamá, Papa se reúne com bispos da América Central

 
 VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO
 AO PANAMÁ POR OCASIÃO
DA 34ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
(23-28 DE JANEIRO DE 2019)


ENCONTRO COM OS BISPOS DA AMÉRICA CENTRAL (SEDAC)

DISCURSO DO SANTO PADRE

Igreja de São Francisco de Assis (Panamá)
Quinta-feira, 24 de janeiro de 2019


Amados irmãos!

Agradeço ao Arcebispo de São Salvador, D. José Luis Escobar Alas, as palavras de boas-vindas que me dirigiu em nome de todos os presentes, entre os quais tenho a alegria de ver um amigo das nossas traquinices juvenis. Sinto-me feliz por poder encontrar-vos e partilhar, de forma mais familiar e direta, os vossos anseios, projetos e sonhos de pastores a quem o Senhor confiou o cuidado do seu povo santo. Obrigado pela receção fraterna.

Encontrar-me convosco oferece-me também a oportunidade de poder abraçar e sentir-me mais próximo dos vossos povos, poder fazer meus os seus anseios e também os seus desânimos, mas sobretudo aquela fé corajosa que sabe animar a esperança e provocar a caridade. Obrigado por me permitirdes aproximar desta fé provada, mas simples do rosto pobre do vosso povo, que sabe que «Deus está presente, não dorme; está ativo, observa e ajuda» (São Óscar Romero, Homilia, 16/XII/1979).

Este encontro recorda-nos um acontecimento eclesial de grande relevância. Os pastores desta região foram os primeiros a criar na América um organismo de comunhão e participação que deu, e continua a dar, abundantes frutos. Refiro-me ao Secretariado Episcopal da América Central, o SEDAC: um espaço de comunhão, discernimento e empenho que nutre, revitaliza e enriquece as vossas Igrejas. Pastores que souberam progredir, dando um sinal que, longe de ser um elemento apenas programático, indicou como o futuro da América Central – e de qualquer outra região no mundo – passa necessariamente pela lucidez e capacidade que se possui para ampliar a visão, unir esforços num trabalho paciente e generoso de escuta, compreensão, dedicação e empenho, e poder assim discernir os novos horizontes para onde nos está a conduzir o Espírito (cf. Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 235).[1]

Nestes setenta e cinco anos passados desde a sua fundação, o SEDAC procurou partilhar as alegrias e tristezas, as lutas e esperanças dos povos da América Central, cuja história se forjou entrelaçando-se com a história do vosso povo. Muitos homens e mulheres, sacerdotes, consagrados, consagradas e leigos ofereceram a vida até ao derramamento do próprio sangue, para manter viva a voz profética da Igreja contra a injustiça, o empobrecimento de tantas pessoas e o abuso do poder. Lembro-me, quando era jovem sacerdote, que o nome de alguns de vós era tido por suspeito, como se fosse uma palavra feia, mas a vossa constância indicou-nos a estrada. Obrigado! Recordais-nos que «quem deseja verdadeiramente dar glória a Deus com a sua vida, quem realmente se quer santificar para que a sua existência glorifique o Santo, é chamado a obstinar-se, gastar-se e cansar-se procurando viver as obras de misericórdia» (Francisco, Exort. ap. Gaudete et exsultate, 107). E fazê-lo, não como esmola, mas como vocação.

Entre tais frutos proféticos da Igreja na América Central, apraz-me destacar a figura de São Óscar Romero, que tive o privilégio de canonizar recentemente no contexto do Sínodo dos Bispos sobre os jovens. A sua vida e magistério são fonte de inspiração para as nossas Igrejas e particularmente para nós, bispos. Também o nome dele se considerava como uma palavra feia: suspeito, excomungado nas bisbilhotices privadas de muitos Bispos.

O lema que escolheu para o brasão episcopal, e campeia na lápide da sua sepultura, expressa claramente o seu princípio inspirador e a realidade da sua vida de pastor: «Sentir com a Igreja». Uma bússola que marcou a sua vida na fidelidade, mesmo nos momentos mais turbulentos.

Este é um legado que pode tornar-se testemunho ativo e vivificante para nós, chamados por nossa vez ao martírio pela entrega diária ao serviço dos nossos povos; e, sobre tal legado, gostaria de me basear nesta reflexão: «sentir com a Igreja» é a reflexão que desejo partilhar convosco, uma reflexão sobre a figura de Romero. Sei que, entre nós, há pessoas que o conheceram pessoalmente – como o cardeal Rosa Chávez… O cardeal Quarracino dizia quer era candidato ao Prémio Nobel para a fidelidade! – de modo que, se me equivocar em alguma observação, Eminência, pode-me corrigir. Não faz mal! Invocar a figura de Romero significa invocar a santidade e o caráter profético que vive no DNA das vossas Igrejas particulares.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Papa sobre o Panamá: “Uma terra de convocação e de sonho”


VIAGEM DO PAPA FRANCISCO AO PANAMÁ – JMJ 2019
Encontro com as autoridades, com o corpo diplomático
e com os representantes da sociedade civil
Palácio Bolívar – Cidade do Panamá
Quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Senhor Presidente,
Distintas autoridades,
Senhoras e Senhores!

Agradeço-lhe, Senhor Presidente, as suas palavras de boas-vindas e o amável convite para visitar esta nação. Na sua pessoa, desejo saudar e agradecer a todo o povo panamense que, de Darién até Chiriqui e Bocas del Toro, fez um esforço incalculável para acolher tantos jovens vindos dos quatro cantos do mundo. Obrigado por nos terdes aberto as portas de casa.

Começo a minha peregrinação neste local histórico, para onde Simón Bolívar – afirmava que, «se o mundo tivesse de escolher a sua capital, para este augusto destino seria assinalado o istmo do Panamá» – convocou os líderes do seu tempo a fim de forjar o sonho da unificação da Pátria Grande. Uma convocação que nos ajuda a compreender que os nossos povos são capazes de criar, forjar e sobretudo sonhar uma pátria grande que saiba e possa acolher, respeitar e abraçar a riqueza multicultural de cada povo e cultura. Na esteira desta inspiração, podemos contemplar o Panamá como uma terra de convocação e de sonho.

1. Terra de convocação

Assim o manifestou o Congresso Anfictiónico e o mesmo manifesta também hoje a chegada de milhares de jovens que trazem consigo o desejo e a vontade de se encontrar e celebrar.

O vosso país, pela sua localização privilegiada, constitui um ponto estratégico não só para a região, mas também para o mundo inteiro. Ponte entre os oceanos e terra natural de encontros, o Panamá (o país mais estreito de todo o continente americano) é símbolo da sustentabilidade que nasce da capacidade de criar vínculos e alianças. Esta capacidade configura o coração do povo panamense.

Cada um de vós ocupa um lugar especial na construção da nação e é chamado a assegurar que a mesma possa cumprir a sua vocação de terra de convocação e de encontros; isto requer decisão, empenho e trabalho diário para que todos os habitantes deste território tenham a oportunidade de se sentir atores do destino próprio, das suas famílias e de toda a nação. É impossível conceber o futuro duma sociedade sem a participação ativa – e não apenas nominal – de cada um dos seus membros, para que a dignidade seja reconhecida e garantida através do acesso a uma instrução de qualidade e à promoção dum trabalho digno. Estas duas realidades juntas são capazes de ajudar a reconhecer e valorizar a genialidade e o dinamismo criativo deste povo, e ao mesmo tempo são o melhor antídoto contra qualquer tipo de tutela que pretenda limitar a liberdade e subjugue ou transcure a dignidade dos cidadãos, especialmente dos mais pobres.

A genialidade desta terra é configurada pela riqueza dos seus povos nativos: Bribri, Buglé, Emberá, Kuna, Nasoteribe, Ngäbe e Waunana, que muito nos têm a dizer e lembrar a partir da sua cultura e visão de mundo: para eles, a minha saudação e o meu reconhecimento. Ser terra de convocação requer celebrar, reconhecer e escutar o que é específico de cada um destes povos e de todos os homens e mulheres que compõem a fisionomia panamense e saber tecer um futuro aberto à esperança, porque só se é capaz de defender o bem comum acima dos interesses de poucos ou ao serviço de poucos, quando existe a firme decisão de partilhar com justiça os próprios bens.

Com a sua alegria e entusiasmo, com a sua liberdade, sensibilidade e capacidade crítica, as novas gerações exigem dos adultos, especialmente de todos aqueles que detêm um papel de liderança na vida pública, que tenham uma conduta conforme à dignidade e autoridade de que estão revestidos e que lhes foi confiada. É um convite a viver com austeridade e transparência, na responsabilidade concreta pelos outros e pelo mundo; uma conduta que demonstre que o serviço público é sinónimo de honestidade e justiça contrapondo-se a qualquer forma de corrupção. Os jovens exigem um empenhamento, em que todos – a começar por quantos se dizem cristãos – tenham a ousadia de construir «uma vida política verdadeiramente humana» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. Gaudium et spes, 73), que coloque a pessoa no centro como coração de tudo; e isto impele a criar uma cultura de maior transparência entre os governos, o setor privado e toda a população, como recita esta bela oração que fazeis pela pátria: «Dai-nos o pão de cada dia: que o possamos comer na nossa casa e com a saúde digna de seres humanos».

Mensagem do papa para o 53º Dia Mundial das Comunicações Sociais


MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA O LIII DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS
(2 DE JUNHO DE 2019)

« “Somos membros uns dos outros” (Ef 4, 25):
das comunidades de redes sociais à comunidade humana »

Queridos irmãos e irmãs!

Desde quando se tornou possível dispor da internet, a Igreja tem sempre procurado que o seu uso sirva o encontro das pessoas e a solidariedade entre todos. Com esta Mensagem, gostaria de vos convidar uma vez mais a refletir sobre o fundamento e a importância do nosso ser-em-relação e descobrir, nos vastos desafios do atual panorama comunicativo, o desejo que o homem tem de não ficar encerrado na própria solidão.

As metáforas da «rede» e da «comunidade»

Hoje, o ambiente dos mass-media é tão invasivo que já não se consegue separar do círculo da vida quotidiana. A rede é um recurso do nosso tempo: uma fonte de conhecimentos e relações outrora impensáveis. Mas numerosos especialistas, a propósito das profundas transformações impressas pela tecnologia às lógicas da produção, circulação e fruição dos conteúdos, destacam também os riscos que ameaçam a busca e a partilha duma informação autêntica à escala global. Se é verdade que a internet constitui uma possibilidade extraordinária de acesso ao saber, verdade é também que se revelou como um dos locais mais expostos à desinformação e à distorção consciente e pilotada dos factos e relações interpessoais, a ponto de muitas vezes cair no descrédito.

É necessário reconhecer que se, por um lado, as redes sociais servem para nos conectarmos melhor, fazendo-nos encontrar e ajudar uns aos outros, por outro, prestam-se também a um uso manipulador dos dados pessoais, visando obter vantagens no plano político ou económico, sem o devido respeito pela pessoa e seus direitos. As estatísticas relativas aos mais jovens revelam que um em cada quatro adolescentes está envolvido em episódios de cyberbullying.[1]

Na complexidade deste cenário, pode ser útil voltar a refletir sobre a metáfora da rede, colocada inicialmente como fundamento da internet para ajudar a descobrir as suas potencialidades positivas. A figura da rede convida-nos a refletir sobre a multiplicidade de percursos e nós que, na falta de um centro, uma estrutura de tipo hierárquico, uma organização de tipo vertical, asseguram a sua consistência. A rede funciona graças à comparticipação de todos os elementos.

Reconduzida à dimensão antropológica, a metáfora da rede lembra outra figura densa de significados: a comunidade. Uma comunidade é tanto mais forte quando mais for coesa e solidária, animada por sentimentos de confiança e empenhada em objetivos compartilháveis. Como rede solidária, a comunidade requer a escuta recíproca e o diálogo, baseado no uso responsável da linguagem.

No cenário atual, salta aos olhos de todos como a comunidade de redes sociais não seja, automaticamente, sinónimo de comunidade. No melhor dos casos, tais comunidades conseguem dar provas de coesão e solidariedade, mas frequentemente permanecem agregados apenas indivíduos que se reconhecem em torno de interesses ou argumentos caraterizados por vínculos frágeis. Além disso, na social web, muitas vezes a identidade funda-se na contraposição ao outro, à pessoa estranha ao grupo: define-se mais a partir daquilo que divide do que daquilo que une, dando espaço à suspeita e à explosão de todo o tipo de preconceito (étnico, sexual, religioso, e outros). Esta tendência alimenta grupos que excluem a heterogeneidade, alimentam no próprio ambiente digital um individualismo desenfreado, acabando às vezes por fomentar espirais de ódio. E, assim, aquela que deveria ser uma janela aberta para o mundo, torna-se uma vitrine onde se exibe o próprio narcisismo.

A rede é uma oportunidade para promover o encontro com os outros, mas pode também agravar o nosso autoisolamento, como uma teia de aranha capaz de capturar. Os adolescentes é que estão mais expostos à ilusão de que a social web possa satisfazê-los completamente a nível relacional, até se chegar ao perigoso fenómeno dos jovens «eremitas sociais», que correm o risco de se alhear totalmente da sociedade. Esta dinâmica dramática manifesta uma grave rutura no tecido relacional da sociedade, uma laceração que não podemos ignorar.

Esta realidade multiforme e insidiosa coloca várias questões de caráter ético, social, jurídico, político, económico, e interpela também a Igreja. Enquanto cabe aos governos buscar as vias de regulamentação legal para salvar a visão originária duma rede livre, aberta e segura, é responsabilidade ao alcance de todos nós promover um uso positivo da mesma.

Naturalmente não basta multiplicar as conexões, para ver crescer também a compreensão recíproca. Então, como reencontrar a verdadeira identidade comunitária na consciência da responsabilidade que temos uns para com os outros inclusive na rede on-line?

A tragédia se repete: Barragem da Vale se rompe e destrói a cidade de Brumadinho, em Minas



Mais uma “abominação da desolação”, como disse Jesus no Evangelho de Marcos, referindo-se aos absurdos nascidos das ganâncias e descasos com o outro, com a verdade e com o bem de todos: mais uma barragem rompida em Minas Gerais, agora em Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Arquidiocese de Belo Horizonte une-se a cada um dos atingidos, compartilhando suas dores. Nossas comunidades de fé, especialmente às que servem ao Vale do Paraopeba, estejam juntas, para levar amparo, ajuda, a todos que sofrem diante de tão lamentável tragédia.

Os danos humanos e socioambientais são irreparáveis e apontam para uma urgência, já tão evidente: é preciso repensar modelos de desenvolvimento que desconsideram o respeito à natureza, os parâmetros de sustentabilidade. Uma triste coincidência: nesta sexta-feira, dia 25, quando uma barragem se rompe no coração da nossa amada Brumadinho, entrou em pauta, no Conselho da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, autorização para a retomada da mineração na Serra da Piedade. Uma tragédia se efetiva e outra se anuncia.

A Arquidiocese de Belo Horizonte defende, incansavelmente, de modo inegociável, a natureza, obra do Criador, compreendendo que o ser humano, as plantas e os animais devem viver em completa harmonia, pois são todos habitantes do planeta, a Casa Comum.

Rezemos pelas vítimas desta tragédia, unidos ao coração de cada pessoa e de todas as famílias que sofrem, renovemos, mais uma vez, o nosso compromisso com a solidariedade. É urgência minimizar a dor dos atingidos por mais esse desastre ambiental, sem se esquecer de acompanhar, de perto, a atuação das autoridades, na apuração dos responsáveis por mais um triste e lamentável episódio, chaga aberta no coração de Minas Gerais. A justiça seja feita, com lucidez e sem mediocridades que geram passivos, com sentido humanístico e priorizando o bem comum, com incondicional respeito e compromisso com os mais pobres. Minas Gerais está de luto.


Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Venezuela: Bispos rezam pelo país e pedem respeito pelos direitos da população



A Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) apelou hoje ao respeito pela população, depois de o líder do parlamento, o opositor Juan Guaidó, se ter autoproclamado presidente interino do país.

“Pedimos à Santíssima Virgem de Coromoto, padroeira da Venezuela, que cuide de todos os venezuelanos, das famílias em busca de bem-estar e liberdade, e convidamos a todos a rezar pela Venezuela”, assinala uma mensagem da CEV, após as manifestações de protesto em vários locais da nação sul-americana.

Uma nota da Comissão Justiça e Paz, assinada pelo presidente, D. Roberto Lückert, bispo emérito de Coro, pede às forças de segurança “o respeito pelos cidadãos que se manifestam”, evitando a repressão violenta, detenções arbitrárias e o uso de armas de fogo.

A Igreja Católica considera que a Assembleia Nacional é “atualmente o único órgão do poder público legitimado a exercer o seu poder”.

A mídia está desesperada para destruir o governo Bolsonaro



Quem achou que a oposição ao governo Bolsonaro teria uma trégua se enganou feio. Com apenas 22 dias de gestão, o que o brasileiro assiste é a repetição da estratégia utilizada pela grande mídia nos Estados Unidos, logo após a vitória do presidente Donald Trump. Isto é, uma sequência de manchetes especulativas envolvendo o nome do presidente com o objetivo de desgastar sua imagem e minar a credibilidade dos eleitores.

O caso envolvendo o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente brasileiro, está servindo para confirmar que a gestão do atual governo sofrerá oposição não apenas de partidos políticos, mas da grande imprensa, em sua maioria controlada por devotos da ideologia esquerdista.


Isso é muito grave! Deixamos de contar com o papel fundamental dos veículos jornalísticos, que é informar os fatos. A imprensa não quer mais retratar informações, mas induzir o entendimento do público conforme os interesses de quem controla a mídia.

Venezuela: Cerco fechado contra Maduro após Juan Guaidó se declarar presidente



A tirania do governo Nicolás Maduro pode estar com os dias contados. Hoje, dia 23 de janeiro de 2018, os venezuelanos tomaram às ruas do país para protestar contra o regime responsável por deixar o país em pleno caos econômico e humanitário, declarando como seu legítimo presidente interino o opositor Juan Guaidó.

Guaidó é o líder do parlamento venezuelano e principal opositor ao regime de Nicolás Maduro. Se trata, portanto, de um dia histórico no país, considerando o número de manifestantes que saíram para exigir a queda de Maduro e a convocação de eleições legais pela mediação de um presidente interino.


Brasil, Estados Unidos, Canadá, Peru, Argentina, Colômbia e a Organização dos Estados Americanos já reconheceram a legitimidade de Juan Guaidó como o presidente interino da Venezuela, tornando oficial a nível diplomático (internacional) as decisões do opositor.


Na prática, isto significa a total ruptura diplomática desses países com o regime de Maduro, ao mesmo tempo que dá forças à oposição para se insurgir contra o governo, tornando Guaidó o seu legítimo presidente.

"O Senhor Juan Guaidó, Presidente da Assembleia Nacional venezuelana, assumiu hoje, 23/01, as funções de presidente encarregado da Venezuela, de acordo com a Constituição daquele país, tal como avalizado pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ)", comunicou o Itamaraty nesta quarta.


"O Brasil reconhece o Senhor Juan Guaidó como presidente encarregado da Venezuela. O Brasil apoiará política e economicamente o processo de transição para que a democracia e a paz social voltem à Venezuela", completa o documento, segundo informações do UOL.

Padre adverte sobre "escândalo" do cuidado exagerado de animais e desprezo da vida humana





Padre Hugo Valdemar, cônego penitencieiro da Arquidiocese Primaz do México, advertiu que é um "escândalo" que se tenha um cuidado exagerado com os animais, enquanto se despreza a vida humana desde o ventre materno até a morte natural.

Em sua coluna semanal no jornal mexicano ‘Contra Réplica’, intitulada "O amor desumanizado pelos animais," Pe. Valdemar disse que, ainda que "pareça algo positivo que tenha crescido na sociedade ocidental o amor e o cuidado pelos animais, como entender esta consciência moderna em um momento em que um ser humano indefeso no útero é percebido como uma ameaça, como um estranho que vem causar desconforto e uma série de males?".

"Que sociedade é esta onde a proteção dos animais se tornou mais valiosa do que a vida humana de um nascituro?", perguntou.

O sacerdote lamentou que hoje "os idosos são vistos como um incômodo e são retirados a lugares nem sempre dignos, onde os familiares nunca mais voltam a visitá-los, ou ainda pior, a lei permite assassiná-los, chamando este ato imoral de uma morte digna”.  

O Panamá que espera o Papa Francisco



As atenções, especialmente do mundo católico, voltam-se nestes dias para o Panamá,  pequeno país que liga a América do Sul à América Central, escolhido pelo Papa em 2016 para sediar esta Jornada Mundial de Juventude. Assim, Francisco retorna ao continente americano para encontrar novamente a juventude de todo o mundo depois de 2013 no Brasil, naquela que foi sua primeira JMJ.

O pequeno país com pouco mais de quatro milhões de habitantes, 88% dos quais declaram-se católicos, preparou-se para receber o Papa Francisco e os milhares de jovens de várias partes do mundo.  Há bandeiras de JMJ, do Panamá e do Vaticano espalhadas pela cidade, e ainda obras em andamento. O evento contou com total apoio do governo panamenho. O assunto domina os noticiários.

O clima que se percebe nas ruas é de alegria e expectativa, com grupos de jovens vestindo a camiseta da JMJ e bandeiras de seus respectivos países e muitos com instrumentos musicais. Muitos destes jovens vieram da Costa Rica onde participaram da Semana Missionária.  A escolha do Papa Francisco permitiu que um maior número de centro-americanos  e do norte da América do Sul participassem desta Jornada, o que é perceptível pela quantidade de grupos vindos de El Salvador, Nicarágua, Costa Rica, Venezuela e Colômbia. Se facilitou para os americanos por janeiro ser período de férias, dificultou um pouco para os europeus que estão em pleno período de aulas. Os poloneses são o grupo mais numeroso, com 7.500 jovens, seguidos pelos italianos, com 1.500.

Na capital vivem quase 1 milhão e oitocentos mil habitantes. O trânsito está caótico, fato agravado pelos bloqueios nas áreas por onde o Papa Francisco passará e que acolherão os grandes eventos.  Altos prédios com arquitetura moderna e arrojada dominam a paisagem. Mas uma das atrações é o Casco Antiguo, ou Panamá Viejo, onde está o centro histórico declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Nesta “segunda cidade do Panamá” estão igrejas e monumentos históricos que remontam à época colonial. Na segunda-feira, justamente um dos programas dos jovens foi explorar este espaço.

Arquidiocese da Paraíba repudia violação de segredo de justiça em reportagem do Fantástico


A Arquidiocese da Paraíba emitiu uma nota de esclarecimento na qual assinala e repudia o fato de que uma reportagem exibida pelo programa ‘Fantástico’, da Rede Globo de Televisão, na noite do último domingo, 20 de janeiro, teria violado o segredo de justiça de um processo que ainda cabe recurso.

Na reportagem exibida pelo ‘Fantástico’, é denunciado que a Arquidiocese da Paraíba foi condenada pela Justiça do Trabalho a pagar uma indenização de R$ 12 milhões por exploração sexual.

Em nota, a Arquidiocese informa que foi procurada pela produção do programa no dia 16 de janeiro com uma solicitação de entrevista e assinala que “não recusou apresentar resposta, cumprindo o disposto na legislação, que impõe o segredo de justiça ao processo judicial mencionado”.

Depois que a matéria foi exibida na noite do último domingo, ressalta o texto assinado pelo Arcebispo Dom Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz, “foi constatado que a equipe de reportagem teve acesso pleno ao Procedimento Preparatório instaurado pelo Procurador do Trabalho, Eduardo Varandas”.

“A matéria informou a existência de decisão judicial de primeira instância, incluindo documentos e depoimentos exibidos e interpretados, respectivamente. Relatou, ainda, a configuração dos danos morais coletivos, assim como o critério de fixação do valor da condenação, os quais constam da Ação Civil Pública promovida na Justiça do Trabalho, e citada na reportagem, apesar do processo judicial estar sob sigilo e do seu caráter não definitivo”, acrescenta.

Embora a Arquidiocese tenha respeitado o segredo judicial no caso, a nota que leva a assinatura de Dom Frei Manoel Delson, assinala que o mesmo não foi feito pelo Procurador do Trabalho, o sr. Eduardo Varandas, que, ainda segundo o texto enviado à imprensa, teria violado “explicitamente o sigilo ao conceder indevidamente entrevista, inclusive, atribuindo à Juíza do Trabalho, que prolatou a decisão, a responsabilidade pela divulgação ilegal de informações protegidas”.

“O Procurador Eduardo Varandas afirmou que a magistrada do trabalho enviara para terceiros estranhos ao processo judicial, cópia integral da sentença de uma ação judicial que tramita em segredo de justiça, ainda, sequer alçado ao Tribunal Regional do Trabalho”.

Por isso, a Arquidiocese da Paraíba afirma que “adotará as providências cabíveis perante os órgãos competentes para apurar responsabilidades pelo flagrante desrespeito à lei e à ordem jurídica”.

Sobre o conteúdo apresentado na reportagem, a Arquidiocese “informa que foi instaurado o Processo Canônico devido, desde o recebimento da primeira denúncia, para apuração dos fatos mencionados”.

“Nitidamente, o protagonista da reportagem, o Sr. Eduardo Varandas, pinçou trechos de depoimentos prestados sem o crivo do contraditório, omitindo deliberadamente as inúmeras contradições dos depoimentos apresentados perante o Ministério Público do Trabalho e perante a Justiça do Trabalho, para conferir à matéria o enredo que mais interessava e tentar condenar previamente a Igreja Católica, sem a devida análise pela Justiça até a última instância”, diz o comunicado à imprensa da Arquidiocese paraibana.
Sendo assim, indica, “a Arquidiocese defenderá de forma veemente a aplicação do direito e confia plenamente na Justiça”.

“A matéria afirmou que a Igreja Católica na Paraíba está manchada. A Arquidiocese repele vigorosamente tal acusação, porque não existe nenhum processo judicial finalizado com decisão irrecorrível, podendo a sentença ser totalmente reformada”, completa.

Finalmente, “a Arquidiocese ressalta que sempre observou e observará pela Fé da comunidade católica, que estará acima até mesmo de desvios de conduta, reafirmando que lutará sempre para combater qualquer prática que atente contra a dignidade da pessoa humana, especialmente daqueles mais vulneráveis”.

Confira a íntegra da nota da Arquidiocese da Paraíba:

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Sabe em que momento o diabo ataca?


Eu cresci ouvindo que os três grandes inimigos da alma eram: o mundo, o demônio e a carne. Por muito tempo, falavam-se sobre o mundo e a carne; o demônio era um tabu. 

Depois de muito tempo, um sacerdote, em sua homilia, nos falou sobre o demônio. Disse ele: “devo lhes falar sobre o diabo para que estejam alertas e saibam como se defender. Não podemos viver ignorando a existência dele”.

O demônio é conhecido como “o pai da mentira”, “o tentador”, “o sedutor”. Todos sabem de sua habilidade em nos fazer cair em três tentações básicas: 

1.   A sensualidade;
2.  O afã pelo dinheiro;
3.  O orgulho.

Essas três coisas são muito perigosas. Principalmente a sensualidade. Basta que alguém ligue o computador para que apareçam imagens que você não procurou. A pornografia chega como um vírus. Isso me machuca porque cada pessoa é um templo de Deus. Seu corpo é sagrado! 

O diabo não vive os nossos parâmetros. Ele quer a sua alma e destruir a sua vida – e fará o que for possível para conseguir. Ele semeará a dúvida, a incerteza e te levará a duvidar de Deus. Mas não deixe! Você vale muito aos olhos do Senhor. 

Eu conheço pessoas que caíram nas armadilhas do diabo. A gente percebe nelas a dúvida, ao invés da certeza sobre Deus. E essas pessoas querem plantar essa dúvida em nós. Mas precisamos lembrar que a paz vem Deus; a incerteza e a angústia não!.

sábado, 19 de janeiro de 2019

Vaticano: Papa suprimiu Comissão Pontifícia «Ecclesia Dei»



O Papa Francisco suprimiu hoje a Comissão Pontifícia ‘Ecclesia Dei’, cujas funções vão ser atribuídos à Congregação para a Doutrina da Fé, com a publicação de uma Carta Apostólica sob forma de “Motu proprio”.

“É suprimida a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, estabelecida em 2 de julho de 1988 com o Motu Proprio Ecclesia Dei adflicta”, lê-se na primeira deliberação do Motu próprio (carta escrita por iniciativa do Papa), do dia 17 de janeiro, publicado hoje pela Santa de Imprensa da Santa Sé.

Depois, o Papa Francisco indica que as funções da referida comissão “são atribuídos inteiramente à Congregação para a Doutrina da Fé”, onde vai ser criada “uma secção especial comprometida” em “continuar o trabalho de supervisão, promoção e proteção” até agora realizado pela “suprimida” ‘Ecclesia Dei’.

A comissão ‘Ecclesia Dei’ foi criada pelo Papa São João Paulo II, a 2 de julho de 1988, com o objetivo de “facilitar a plena comunhão eclesial” dos sacerdotes, seminaristas, comunidades ou de cada religioso ou religiosa ligados à Fraternidade São Pio X, fundada por monsenhor Lefebvre, que desejem permanecer unidos ao sucessor de Pedro na Igreja Católica, “conservando as suas tradições espirituais e litúrgicas”.

O Papa argentino observa que o trabalho da comissão foi realizado com “solicitude sincera e o cuidado louvável” mas as condições que originaram a instituição da comissão pontifícia mudaram, que os “objetivos e as questões” tratadas “são de ordem predominantemente doutrinais”.

“Que tais finalidades se tornem cada vez mais evidentes à consciência das comunidades eclesiais”, escreveu no Motu Próprio.

O Papa Francisco contextualizou que a Congregação para a Doutrina da Fé solicitou a condução direta do diálogo com a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, na reunião de 15 de novembro de 2017, “por se tratarem de questões de caráter doutrinal”.

Para este caminho, Francisco destacou também os Motu próprios do agora Papa emérito Bento XVI ‘Summorum Pontificum’, 7 de julho de 2007, e ‘Ecclesiae unitatem’ que apresentou uma nova estrutura da comissão, a 2 de julho de 2009.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Palavra de Vida: «Deves procurar a justiça e só a justiça».




O Livro do Deuteronômio é uma coletânea de discursos, que Moisés pronunciou, no final da sua vida. Ele recorda as leis do Senhor às novas gerações, enquanto contempla de longe a Terra Prometida, para a qual corajosamente conduziu o povo de Israel.

Neste Livro, a “lei” de Deus é apresentada, acima de tudo, como a “palavra” de um Pai que cuida de todos os seus filhos. É um caminho de vida que Ele oferece ao seu povo, para realizar um projeto de Aliança. Se o povo seguir esta lei fielmente, por amor e gratidão, mais do que por medo dos castigos, poderá continuar a experimentar a proximidade e a proteção de Deus.

Uma das maneiras de realizar concretamente esta Aliança, recebida de Deus como uma dádiva, consiste em optar com decisão pela justiça. O fiel atua-a quando recorda com gratidão a escolha que Deus fez do seu povo e evita adorar qualquer outro deus senão o Senhor, mas também quando recusa benefícios pessoais que lhe perturbem a consciência perante as necessidades do pobre.

«Deves procurar a justiça e só a justiça».

A experiência quotidiana coloca-nos perante muitas situações de injustiça. Algumas são muito graves, especialmente sobre os mais fracos, aqueles que sobrevivem à margem das nossas sociedades. Quantos Caim exercem violência sobre o irmão ou a irmã!

A eliminação das desigualdades e dos abusos é uma exigência de fundamental justiça, e deve começar pelo nosso coração e pelos locais que frequentamos.

Todavia, Deus não realiza a sua justiça destruindo Caim. Pelo contrário, Ele preocupa-se em protegê-lo para que retome o caminho (1). A justiça de Deus consiste em dar uma nova vida.

Como cristãos, encontrámos Jesus. Ele, com as suas palavras e gestos, e especialmente com a sua vida e a luz da Ressurreição, revelou-nos que a justiça de Deus é o seu amor infinito para com todos os seus filhos.

Através de Jesus, abre-se, também para nós, o caminho para pôr em prática e difundir a misericórdia e o perdão, que são o fundamento da justiça social.

A salvação eterna é individual ou coletiva?


Deus, no Antigo Testamento, formou para si um povo, o povo de Israel. Na história desse povo, Deus preparou a salvação para toda a humanidade. E a Igreja é o novo Israel. Por isso, vivemos algumas certezas maravilhosas de nossa fé. Veja só

Cremos, sim, que a salvação é individual e que cada um de nós prestará contas de sua fidelidade ao Evangelho, quando Jesus voltar para julgar os vivos e os mortos, e nós repetimos isso no Credo, ao longo dos séculos. Cristo, porém, quis que sua Igreja fosse sinal de salvação para toda a humanidade. Por isso mesmo, os batizados são o novo povo de Deus, nascido das águas do Batismo. E podemos afirmar, sem medo de erro, que na Igreja ninguém se salva sozinho, porque o testemunho cristão arrasta as pessoas para o povo de Deus.

Pedofilia é doença? Entenda a estratégia do ativismo pedófilo por trás dessa mentira teórica

 
A pedofilia é tratada como uma "doença" tanto pelo Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM), como pela Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados (CID). O que poucos percebem, no entanto, é que tais classificações não representam qualquer consenso, muito menos uma verdade absoluta sobre o tema na comunidade científica.
 
A concepção de doença mental ou transtorno é mais uma necessidade de classificação do que um dado explicativo.
 
Quando falamos de doença mental a divergência começa pelo termo "mental".
 
O que é a mente? Como é possível definir o conceito de "doença" acerca de algo que não compreendemos plenamente?
 
Cérebro é uma coisa. Este é um dado objetivo. A mente é outra coisa. Ela é um conceito e, portanto, um dado subjetivo.
 
O que temos, na prática, em relação ao conhecimento psicológico e psiquiátrico, são classificações que visam nortear o trabalho de quem lida com o comportamento humano, mas não últimas verdades acerca do que é ou não uma doença - da mente -, de fato.
 
Desde 1904, quando o psiquiatra alemão Emil Kraepelin desenvolveu o primeiro sistema diagnóstico dos transtornos psiquiátricos que viria até hoje ser o principal fundamento da DSM, pouco evoluímos na compreensão das verdadeiras causas das assim chamadas "doenças mentais". Aevolução se deu muito mais no controle dos sintomas, proporcionado pelo avanço tecnológico que permitiu entender melhor os mecanismos fisiológicos, por exemplo, da ansiedade (antiga neurose), depressão (melancolia) e vários outros quadros do comportamento e emoções humanas, ampliados pela endocrinologia e neurologia.
 
Entretanto, apesar do esforço em tentar enquadrar a complexidade do comportamento/mente humano sob a lógica do modelo biomédico de saúde, ainda não podemos dizer com certeza que sabemos a causa, por exemplo, da esquizofrenia, da psicose ou depressão.
 
Caso o leitor não esteja familiarizado com o assunto, talvez fique confuso nesse momento. "Não descobrimos a causa dessas e outras doenças mentais?", pode se perguntar. Resposta: ainda estamos tentando chegar em um consenso sobre o que é "mental" (risos).
 
Não podemos confundir tratamento de sintomas com o conhecimento da doença. A psiquiatria moderna é capaz de tratar muitos sintomas, e controlá-los, mas pouco sabe sobre às causas das "doenças mentais". Temos muitas teorias e especulações, mas poucas conclusões.
 
É por essa razão que geralmente costumamos dizer que a causa do transtorno "A", "B" ou "C" é "multifatorial", ou causado por fatores "genéticos, circunstanciais e ambientais". Essa é muito mais uma fórmula de explicação diagnóstica para quase tudo o que não compreendemos plenamente no campo da saúde mental e do comportamento humano, do que a definição de uma doença, de fato.
 
Thomas S. Szasz, psiquiatra húngaro ex-professor da Universidade de Nova York, em "Ideologia e Doença Mental" (1977) faz diferença entre doença cerebral e mental, afirmando que é um problema "epistemológico" confundir a relação entre o que é "mental" com o "físico", mas também com o que é moral e ético. Com base nisso ele questiona:
 
"Qual é a norma da qual o desvio é considerado uma doença mental? Essa questão não pode ser respondida facilmente, mas qualquer que seja a norma, podemos estar certos de uma coisa: esta deve ser estabelecida em termos de conceitos psicossociais, éticos e legais.".
 
Em outras palavras, Szasz, para quem "doenças mentais não existem" e que tal conceito não passa de um "mito", está afirmando que há questões típicas do comportamento e da própria índole humana que devem ser tratadas como problemas de ordem moral, ética, existencial. Diferentemente de um desvio orgânico que pode ser observado, por exemplo, em uma sífilis cerebral, o "desvio de comportamento" pode ser muito bem entendido sob a perspectiva da moralidade.
 
"Sugiro que a ideia de doença mental esteja agora sendo trabalhada para obscurecer certas dificuldades que no presente possam ser inerentes - não que sejam irremovíveis - às relações sociais das pessoas. Se isso é verdade, o conceito funciona como um disfarce: em vez de chamar atenção para necessidades, aspirações e valores humanos conflitantes, o conceito de doença mental produz uma 'coisa' moral e impessoal - uma 'doença' - como uma explicação para problemas existenciais.", diz o autor.
 
Com base nisso, ele afirma que o "mito" da doença mental está sendo criado para explicar e mascarar problemas da mesma forma que alguns utilizaram a religião no passado:
 
"A crença na doença mental, como algo diferente do problema do homem em conviver com seus semelhantes, é a própria herdeira da crença em demônios e feitiçaria. Assim, a doença mental existe ou é 'real' exatamente no mesmo sentido no qual as feiticeiras existiam ou eram 'reais'."

Fiel deixa a hóstia cair e reação do padre viraliza


Em uma Missa nos Estados Unidos, uma pessoa deixou a hóstia consagrada cair no chão. Isso é difícil de acontecer. Mas quando acontece, as pessoas ficam sem saber o que fazer. Afinal, estamos falando do Corpo de Cristo!

Pois bem, nessa Missa, o Padre Jim esperou que todos recebessem a Comunhão e se colocou de joelhos no chão, levantou a hóstia que tinha caído e a e consumiu. Depois, limpou o chão com as mãos e as lambeu.

A narrativa acima foi postada por um usuário do Facebook, chamado Nick Switzer. A publicação, com a foto do padre diante da hóstia, viralizou rapidamente e tem mais de 10 mil curtidas.

Nick ainda escreveu: “Enquanto um dos acólitos foi buscar um sanguíneo e água, Pe. Jim ficou no lugar em posição de genuflexão como se estivesse adorando o local onde a Eucaristia caiu, como se fosse terra santa. O acólito lhe deu o sanguíneo e a água, e Pe. Jim limpou completamente o local e de forma muito reverente. Foi lindo. A mulher que estava à minha frente chorou e eu quase chorei. O organista continuou tocando enquanto isso acontecia. Foi muito inspirador”.

Depois do relato, Nick Switzer fez uma reflexão sobre o que significou para ele aquela reação devota do sacerdote: “A Eucaristia não é apenas pão, mas o corpo, sangue, alma e divindade de Jesus Cristo. E são os sacerdotes como Pe. Jim, que tratam a Eucaristia como o que a Eucaristia realmente é, que mostram aos seus fiéis o presente incrível que temos na Igreja Católica. Obrigado Padre Jim”.

O fato aconteceu na Paróquia St. Mary Our Lady of the Annunciation, na cidade de Rockwood, Arquidiocese de Detroit, Michigan. A paróquia confirmou ao Grupo ACI a autenticidade do relato de Switzer.