O Pe. Juan Pablo Catoggio, da Presidência
Geral do movimento Schoenstatt, expressou seu total rechaço às acusações de
supostos abusos sexuais contra mulheres consagradas por parte do fundador da
instituição religiosa, o falecido Pe. José Kentenich.
Em um comunicado publicado este 2 de julho, o
Pe. Catoggio assegurou que “rechaçamos firmemente a acusação de que José
Kentenich tenha sido culpado de abuso sexual contra membros do Instituto das
Irmãs de María de Schoenstatt”.
“Seu comportamento em torno de outras pessoas
– particularmente as mulheres – sempre esteve marcado por uma pronunciada
reverência e estima, como também pelo princípio da intangibilidade corporal,
que também imprimiu em suas comunidades”, assegurou.
O presidente da Presidência Geral de
Schoenstatt responde assim às acusações apresentadas pela Dra. Alexandra von
Teuffenbach, conhecida perita em história da Igreja, em artigos publicados no
blog Settimo Cielo de Sandro Magister e no diário alemão Die Tagespost.
Von Teuffenbach se remeteu à documentação
disponível nos recentemente abertos documentos do pontificado de Pio XII no
Arquivo Apostólico Vaticano e aos achados do teólogo jesuíta Sebastian Tromp,
que realizou uma visita apostólica à Família de Schoenstatt em meados do século
XX, a pedido da Santa Sé.
Em seu relatório, a perita em história da
Igreja apresentou supostos diálogos de conteúdo sexual que teriam ocorrido
entre o Pe. Kentenich e algumas integrantes do Instituto das Irmãs de Maria de
Schoenstatt antes da visita apostólica do Pe. Tromp. Além disso assinalou a
existência de pelo menos uma carta denunciando “abuso sexual” e disse que
outras missivas com conteúdo similar teriam sido desprezadas pela então
superiora geral da instituição religiosa na Alemanha.
Von Teuffenbach denunciou além disso o suposto
“grave abuso de poder por parte do fundador para com as religiosas”.
Denúncia “não é nova” para o Schoenstatt
Em seu comunicado de 2 de julho, o Pe. Juan
Pablo Catoggio disse que “a informação contida” no texto publicado pela Dra.
Alexandra von Teuffenbach “não é nova para nós; foi incluída plenamente na
documentação sobre o Fundador do Schoenstatt em relação com a separação
temporária de sua Obra (1951-1965) e está sendo estudada a fundo pelas
autoridades eclesiásticas no contexto do processo de beatificação do
Kentenich”.
O presidente da Presidência Geral do movimento
Schoenstatt criticou o que considerou “declarações vagas” no relatório do Von
Teuffenbach, as que “junto com a afirmação enérgica de um abuso sexual, não testemunham
um exame científico dos arquivos”.
Além disso, assegurou que “a separação do Pe.
Kentenich de seu trabalho não se trata de uma medida punitiva, mas sim de uma
ordem administrativa, quer dizer, de uma medida adotada por via administrativa
para seu ulterior exame”.
“O Pe. Kentenich respondeu detalhadamente ao
Visitador e a seus superiores à acusação de abuso de poder e expôs abertamente
seu pensamento, seus princípios e seu comportamento. Tanto assim, que a José
Kentenich foi-lhe permitiu retornar a Schoenstatt em 1965 e 1966,
respectivamente, depois de um exílio de 14 anos”, acrescentou.
“Os decretos que o separavam de sua fundação
foram revogados, e a causa do fundador foi devolvida à Congregação dos
Religiosos da época. Desta maneira pôde assumir uma vez mais sua posição de
fundador na Obra de Schoenstatt. De fato, com isto se invalidou também a
acusação de abuso de poder”, disse o P. Catoggio.
Ao finalizar seu comunicado, o P. Catoggio
assinalou que “todas as vozes críticas e as acusações são também objeto de um
estudo minucioso e de uma séria consideração de todos os fatos em um contexto
histórico e espiritual apropriado”.
“A sentença final neste procedimento lhe
corresponde à Igreja”, concluiu.
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ACI Digital
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