A diocese de Pyongyang, na capital da Coreia
do Norte, vai ser consagrada a Nossa Senhora de Fátima, anunciou esta
segunda-feira a Fundação AIS | ACN Portugal.
Segundo uma nota da Fundação AIS | ACN
Portugal, o anúncio foi feito pelo cardeal Andrew Yeom, arcebispo de Seul, numa
cerimónia em que se recordou o início da guerra da Coreia, há 70 anos, no dia
25 de junho.
O anúncio da consagração da diocese de
Pyongyang foi o momento mais significativo da cerimónia na Catedral de
Myeongdong, em Seul, onde este ano se assinalou a data e se rezou pela
reconciliação do povo coreano, lê-se na mesma nota.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e
receba as informações em primeira mão.
Andrew Yeom Soo-jung salientou a importância
da paz e da concórdia na península coreana, lembrando os cerca de 3 milhões de
mortos da guerra que eclodiu a 25 de junho de 1950, além da tragédia que se
abateu sobre os refugiados, o drama das famílias separadas e a perseguição aos
cristãos pelo regime da Coreia do Norte, refere o comunicado.
A Fundação AIS | ACN Portugal informa que este
aniversário ocorre “num momento de particular tensão, com os responsáveis pelo
regime da Coreia do Norte a cortarem todos os canais de comunicação com o Sul e
a fazerem explodir, a 16 de junho, o edifício que servia de escritório de
ligação entre as delegações dos dois países, em Kaesong”.
“Na verdade, os dois países ainda se encontram
tecnicamente em guerra e é constante a ameaça por parte do regime de Pyongyang
de desenvolver novas armas de destruição maciça. O aumento de tensão nas
últimas semanas fez avivar os riscos de um confronto militar direto e significa
um revés profundo no caminho da reconciliação encetado nos últimos anos entre
os dois países”, salienta o comunicado.
Segundo a Fundação AIS | ACN Portugal, a
Igreja Católica tem estado “particularmente empenhada no processo de paz na
península coreana”.
Sinal disso é a celebração de uma missa diária
pela paz na Coreia do Sul desde dezembro até ao próximo dia 28 de novembro.
“A Coreia do Norte é amplamente considerado
como o lugar mais perigoso do mundo para se ser cristão”, diz relatório da
Fundação AIS
A fundação recorda ainda a questão da
liberdade religiosa na Coreia do Norte.
O mais recente relatório da Fundação AIS sobre
a perseguição aos cristãos, lançado em Lisboa, em outubro de 2019, sublinha que
“a Coreia do Norte é amplamente considerado como o lugar mais perigoso do mundo
para se ser cristão”, referindo-se que a prática religiosa é “gravemente
punida” neste país, revela a nota de imprensa.
Entre 50 mil a 70 mil cristãos nos campos de
trabalho da Coreia do Norte
Recorrendo ao testemunho de pessoas que
fugiram da Coreia do Norte, a Fundação AIS refere que os cristãos que são
descobertos pelo regime “enfrentam a tortura” e que muitos “são enviados para
campos” de trabalho forçado destinados essencialmente para os presos políticos.
“Nesses campos poderão existir entre 50 mil a
70 mil cristãos”, ou seja, “cerca de metade de toda a população prisional”.
“Mortes extrajudiciais, trabalhos forçados,
tortura, perseguição, fome, violações, aborto forçado e violência sexual” são
algumas das situações a que os cristãos estão sujeitos quando são apanhados na
apertada malha de vigilância do regime norte-coreano, lê-se no mesmo
comunicado.
________________________
Templário de Maria/ Diario de Notícias | dn.pt
Nenhum comentário:
Postar um comentário