A conjuntura internacional vem fervilhando com
pautas diversas que se entrelaçam nos emaranhados globalistas. Mas, o modus
operandi totalitário guarda fortes semelhanças entre as ditaduras islâmicas e
os regimes comunistas, inclusive, na versão “socialista”, guardadas as
especificidades de cada “cultura”, que deve ser “respeitada, desde que se
coadune com a diretriz de desconstrução
do modelo civilizacional herdado da tradição judaico-cristã.
No rastro da tsunami globalista populações
majoritariamente conservadoras são reputadas como “nada”, uma vez que o
“sistema progressista” promove
perseguição e censura representadas pela extrema-imprensa como mecanismos
necessários à salvaguarda da “democracia”, de modo que esboçar qualquer
“pensamento conservador” já é considerado “ato antidemocrático”, sobretudo,
quando se incorre em denúncias e condenações à corrupção generalizada na
administração pública.
Governo conservador não impede os propósitos
da agenda globalista como se vê claramente no Brasil graças ao aparelhamento
ideológico em todas as instituições. Quem imaginava a criminalização da opinião
emergindo da mais alta corte do país? Prisões políticas aplaudidas pela mídia
mainstream num cenário mascarado de combate às fake news e aos “atos
antidemocráticos” advieram como resultado de narrativas progressistas rotulando
conservadores de “fascistas” e “nazistas”.
Contudo, os noticiários dessa semana mostram o
linhame globalista das violações aos direitos humanos implementadas por agentes
do Estado no Brasil e o regime totalitários islâmico iraniano. Nessa
terça-feira, o ministro do STF Alexandre de Moraes prorrogou a prisão política
do jornalista profissional Oswaldo Eustáquio – rebaixado a blogueiro por
jornalistas militantes – como “punição” por apoiar abertamente o presidente
Bolsonaro e ousar praticar jornalismo investigativo que denunciou sua esposa
por “atender políticos condenados do PSDB em tribunais superiores”[1]. A
manutenção de atos inconstitucionais baseados em ilações infundadas lastreadas
em lei composta durante a ditadura seguem a mesma diretriz utilizada pela
tirania iraniana ao condenar à pena de morte o jornalista Rouhollah Zam, o qual
vinha fazendo oposição nas mídias sociais ao regime.
Dentre as muitas “informações proibidas”, o
jornalista iraniano divulgou tortura e maus tratos em centros de detenção
iranianos, bem como documentos que corroboravam denúncias de fraude no sistema
judicial iraniano envolvendo principalmente um ex-chefe do Poder Judiciário.
Zam foi acusado de manifestar em suas reportagens preconceito, informações
erradas – leia-se fake news” – e
violações da “integridade jornalística”[2]. Tais quais as denúncias de
Eustáquio contra a esposa do excelentíssimo ministro, não houve investigação
dos atos ilícitos noticiados pelo jornalista iraniano.
Outra “coincidência” entre os dois
prisioneiros está na “motivação” do “cárcere pedagógico”: Zam foi julgado por
17 acusações vinculadas à questão de “segurança”, o que engloba incitar
violência mortal, vazar informações secretas e insultar o líder supremo
iraniano. Como é de sabença geral, Eustáquio e todos os militantes bolsonaristas
presos por criticar ministros do STF foram enquadrados na Lei de Segurança
Nacional. Seguindo a linha a ditadura islâmica, o sr. Alexandre trata críticas
como insultos e atentados à segurança nacional.
O
“sigilo” que paira sobre as investigações ultrassecretas contra Eustáquio não
revela muita coisa sobre as acusações que o tornam um criminoso que põe em
risco a segurança do país, exceto narrativas desconexas como a acusação de que
estaria mobilizando parcela da população que “com afinidade ideológica” tem
sido usada para propagar extremismo e discurso de polarização, apesar do
jornalista não ter grande engajamento nas redes e seu atos não serem
considerados “crimes” pela lei penal vigente. Além disso, investigadores
propalam a existência de indícios de que o jornalista participa de “fatos que
estão sob apuração e guardam relação com atos de potencial lesivo
considerável”, sem mencionar, é claro, quais fatos estão sendo apurados e a
descrição do “potencial lesivo” que justifiquem a medida extrema de prisão.
A PGR reforça o posicionamento
ideológico-vingativo do ministro Alexandre de Mores ao acusar o jornalista
Eustáquio de “defender uma ruptura institucional oblíqua”, apesar da defesa da
legitimidade do acionamento pelo Executivo Federal do Art. 142 da Constituição
Federal estar amparada no parecer do mais notável jurista brasileiro, o Dr.
Ives Gandra da Silva Martins. É triste ter que reconhecer que a “sorte” de
Eustáquio é não ter previsão de pena de morte em nosso ordenamento.
Aliás, engana-se quem pensa que as semelhanças
de tirania com o regime dos aiatolás do terror terminam por aí... A aprovação
pelo Senado do PL 2630/2020, conhecido como Projeto de Lei das Fake News[3],
causou verdadeiro assombro nas redes, pois, representa um dos muitos instrumentos
de censura para inviabilizar a liberdade de expressão oficializando o
enviesamento ideológico das informações que circulam no país. A pauta é
transformar em “informações” as narrativas desinformativas da extrema-esquerda.
O ataque afrontoso à liberdade de expressão no
Brasil sob o enaltecimento vergonhoso do presidente do Senado Davi Alcolumbre
ocorre quase ao mesmo tempo da investida ditatorial do parlamento iraniano, que
está pressionando o ministro das Comunicações e Tecnologia da Informação a
proibir a única mídia social autorizada para a população, o Instagram, que
segundo estimativas, é usado por metade dos 84 milhões de iranianos.
No Irã, as mídias são acusadas de “desintegrar
muitas famílias iranianas”, mas a mania de bloquear as plataformas de redes
sociais aprofundou-se em 2009, durante os protestos contra a reeleição
fraudulenta do presidente autoritário Mahmoud Ahmadinejad. Naquela época, as
autoridades impediram todos os usuários de acessar Facebook, YouTube e Twitter,
visando impedir a organização de comícios antigoverno. Já o Telegram foi o alvo
do bloqueio da tirania islâmica nove anos depois, quando o país muçulmano foi
palco de protestos em razão da crise econômica fruto da corrupção no regime.
Importante frisar que a elite religiosa continua usando sem qualquer
impedimento todas as plataformas proibidas à população.
Manifestações no país muçulmano – que sempre
teve apoio irrestrito dos partidos de esquerda no Brasil – costumam ser
encerradas através da violência estatal na “contenção das multidões”. Prisões
são comuns para inibir a liberdade de expressão, considerada “haram”[4].
Entretanto, infelizmente, a nossa democracia
já vem sendo ferida com as prisões arbitrárias da parceria PGR+STF, e a
situação tende a se agravar em virtude da ausência de protestos nas ruas.
Conservadores não perceberam que a Lei de Segurança Nacional já integra os
mecanismos de censura e punição dos críticos às ações supremas dos “ministros
da toga vermelha”.
O ativista político iraniano Ejlal Ghavami denuncia a verdadeira intenção
que permeia a censura das mídias sociais em momentos de crise econômica e
demais demandas urgentes. Diz ele que a única intenção por trás desse impulso é
a preocupação desses tiranos como o livre fluxo de informações, o que pode se
tornar um óbice para interesses das elites governantes.
Espero que os brasileiros compreendam o caos
gigantesco que proporcionará a aprovação de um projeto de lei que legitimará a
censura e consequente perpetuação das estruturas totalitárias de dominação. A
pressão no que concerne aos deputados que votarão o projeto de lei que legitima
a censura é de vital importância para o futuro da nação. É hora da democracia
gritar contra o totalitarismo!
Recentemente, a TV iraniana transmitiu um vídeo
de propaganda de ódio contra os Estados Unidos com uma música que terminava com
o refrão “é o fim do seu reinado, América”[5]! Considerando a influência
perversa da tirania islâmica iraniana na América Latina, nunca é demais
conclamar o povo brasileiro à vigilância total para que não ouçamos como “tom
de realidade” o refrão “é o fim da sua democracia, Brasil varonil”!
Andréa Fernandes
Advogada,
internacionalista, jornalista e presidente da ONG Ecoando a Voz dos Mártires.
Foto: Walterson Rosa / Framephoto / Estadão
Conteúdo
[4] A palavra Haram significa ilícito,
proibido, impuro, ilegal. (https://www.fambrashalal.com.br/haram)
[5] https://www.memri.org/tv/anti-america-music-video-iranian-channel-george-floyd-end-reign-america
_____________________
Ecoando a Voz dos Mártires
Nenhum comentário:
Postar um comentário