domingo, 16 de junho de 2013

Não adoro cruzes!


Ele era de outra igreja e apostrofou-me à queima roupa:

- Você adora ou não adora cruzes? Sua Igreja até reza isso na semana santa!

Olhei com calma e disse:

-Se prometer não me interromper, eu explico.- Prometeu.

Então eu lhe disse:

- Você tem carinho especial pela sua Bíblia. É justo que tenha. Aprende nela! Eu aprendo com a Bíblia e com a cruz. Esta cruz pequena aqui no meu peito, eu não adoro, nem aquele enorme cruzeiro lá no morro, nem cruzes nas salas ou nas torres de igreja. São obras de marceneiros, carpinteiros e artesãos. Eu não poderia adorá-las porque são apenas objetos de devoção. Elas lembram Jesus, mas Jesus não está nelas. Se pegarem fogo Jesus não se queimará.

Mas, como você diz que adora Jesus, e que o sangue de Jesus tem poder e por isso mesmo adora Jesus, entenderá que aquela cruz na qual ele morreu tornou-se especial, porque seu sangue escorreu por ela. Eu nunca cheguei perto dela ou do que dizem que ainda existe dela. Então, recorro a símbolos.



Aquela cruz única empapada com o sangue redentor do Cristo foi madeiro santificado. Se eu chegasse perto de um pedaço dela eu o beijaria com a maior reverência, em memória do sangue que escorreu por aquele lenho. Ao adorar aquele sangue do meu Senhor misturado ao lenho onde ele morreu eu estaria, sim, adorando tudo o que teve a ver com a morte dele por nós.

Quando digo que adoro a santa cruz não falo desta aqui, nem de milhões de pequenas cruzes espalhadas pelo mundo. Estou pensando naquele sangue derramado numa delas e naquela cruz especial que foi testemunha do maior amor do mundo. Esta aqui que você vê no meu peito não teve o sangue dele a escorrer por ela. É simbólica e é sinal de gratidão. Esta, eu reverencio, porque aponta para a outra e para quem morreu na outra. A outra que eu nunca vi, eu venero de maneira muito especial. Gostaria de chegar perto, ao menos da parte que dizem que restou dela! Se você soubesse que ainda existe o rolo da lei que Jesus leu e logo após anunciou sua missão, como você o trataria? Como um documento qualquer?

Olhou-me assombrado e disse: – “Faz sentido!” De vez em quando, havendo tempo, a gente toma um café ecumênico na padaria de um senhor espírita…É… Pois é!




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