O mês de junho apresenta um ciclo de santos populares que constituem os oragos (padroeiros das paróquias) das comunidades eclesiais, oportunizando um aumento do fervor religioso e festas de devoção. Santo Antônio de Pádua é um dos que polariza mais adesões e centraliza mais pedidos de intercessão.
No entanto, o verdadeiro culto aos santos não se deve limitar ao uso da sua ajuda orante perante Deus, mas inspirar modelos e formas de seguimento a Cristo hoje. Contemplando a figura emblemática de Santo Antônio, descobrimos em primeiro lugar um gigante da fé, que soube pautar a sua vida desde criança, por uma busca constante de Deus e a fidelidade ao seu chamado.
Não nos surpreende a sua ordenação sacerdotal, a procura do martírio e a consequente entrada na ordem franciscana. Tornou-se o guardião das Escrituras, pela sua erudição na Palavra de Deus e sua sabedoria em anunciá-la e aplicá-la. Enfrentou com firmeza, respeito e mansidão as heresias da época, defendendo a santidade do matrimônio contra o priscilianismo, a presença real, substancial e verdadeira de Cristo no Santíssimo Sacramento, levando a conversão um homem cético ao ver em Rimini sua própria mula ajoelhada com as patas dianteiras diante do Ostensório.
Testemunhou uma fé comprometida e atuante ao lutar pela aprovação da Lei, que eliminava a escravidão por dívidas, e combateu os juros escorchantes dos banqueiros, que atormentavam os pequenos. Tornou-se um pregador ungido, microfone de Deus, arauto da Palavra, que convocava para a conversão de vida, restauração dos costumes e vivência da caridade cristã.
Seu perfil missionário e itinerante, indo ao encontro das populações mais carentes e desatendidas, mostra o caminho da Nova Evangelização, para sacerdotes, religiosos e leigos que fieis aos sinais dos tempos atualizam a presença de Cristo, Bom Pastor, Enviado do Pai das misericórdias, para salvar e libertar, gerando e fazendo acontecer o Reino de justiça, amor, paz e fraternidade.
Que Santo Antônio, fortaleça e ilumine nossa fé, empenhando-nos como sujeitos e protagonistas da Nova Evangelização em comunhão com os anseios do Papa Francisco.
Deus seja louvado!
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
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