segunda-feira, 5 de agosto de 2013

No Reino de Sauron, nem tudo são rosas!


Muitos de vocês devem estar acompanhando o imbróglio gerado após as declarações do vocalista da banda católica Rosa de Saron no programa da Fátima Bernardes. Pra resumir bem a questão, taí abaixo o vídeo com as falas infelizes do artista, e a devida avacalhação por parte do Pe. Paulo Ricardo (são 2 minutinhos).


 

Em sua fanpage e em seu blog, a banda publicou um post em resposta aos “ataques” sofridos. Usaram a encíclica Redemptoris Missio, de João Paulo II, para tentar provar que não disseram nada de herético. O documento acena a possibilidade de salvação não só para os católicos, mas também para aqueles que “não têm a possibilidade de conhecer ou aceitar a revelação do Evangelho, e de entrar na Igreja”.

Esse é o belíssimo conceito de ignorância invencível, que nós já explicamos aqui no blog. Quem quiser entender melhor, basta ler o post “No Céu só haverá católicos?”.

Ok… Então o vocalista da banda não disse nada de errado? Disse sim! Diante de milhões de espectadores, ele desprezou quem diz que “católico é certo”, pois isso seria “papo de cidade do interior”. Querendo ou não, ele reforçou a ideologia do relativismo religioso, segundo a qual “tanto faz uma religião como a outra”.

O relativismo religioso já foi condenado no Decreto Unitatis Redintegratio:

“…só pela Igreja católica de Cristo, que é o meio geral de salvação, pode ser atingida toda a plenitude dos meios salutares. Cremos também que o Senhor confiou todos os bens da nova Aliança ao único colégio apostólico, a cuja testa está Pedro, com o fim de constituir na terra um só corpo de Cristo.” (UR, 3)

Tal ideia danosa também foi condenada durante o papado do próprio João Paulo II, por meio da Declaração Dominus Iesus:

“Com a vinda de Jesus Cristo Salvador, Deus quis que a Igreja por Ele fundada fosse o instrumento de salvação para toda a humanidade (…). Esta verdade de fé nada tira ao fato de a Igreja nutrir pelas religiões do mundo um sincero respeito, mas, ao mesmo tempo, exclui de forma radical a mentalidade indiferentista ‘imbuída de um relativismo religioso que leva a pensar que ‘tanto vale uma religião como outra’.

“Se é verdade que os adeptos das outras religiões podem receber a graça divina, também é verdade que objetivamente se encontram numa situação gravemente deficitária, se comparada com a daqueles que na Igreja têm a plenitude dos meios de salvação.”

E, voltando à encíclica Redemptoris Missio, a banda destacou o trecho que lhe convinha, mas parece não ter reparado nesse pedacinho “irrelevante” aqui:

“…a Igreja professa que Deus constituiu Cristo como único mediador e que ela própria foi posta como instrumento universal de salvação. (…) É necessário manter unidas, estas duas verdades: a real possibilidade de salvação em Cristo para todos os homens, e a necessidade da Igreja para essa salvação.” (RM, 9)

É bom lembrar também que o Papa Francisco já deixou bem claro que “…não é possível encontrar Jesus fora da Igreja. O grande Paulo VI dizia: é uma dicotomia absurda querer viver com Jesus sem a Igreja, seguir Jesus fora da Igreja, amar Jesus sem a Igreja” (homilia do dia 22 de abril de 2013).


Certo, vamos partir do princípio de que as palavras do vocalista na TV foram realmente distorcidas pelos católicos conservadores. Se assim for, o mais sensato seria os membros da banda terem publicado uma resposta dizendo que jamais pretenderam desacreditar o ensinamento infalível de que “Fora da Igreja não há salvação”. Porém, limitaram-se ao discurso de vitimização e em nenhum momento afirmam sua fé no dogma, que foi proclamado por meio da bula Unam Sanctam e está confirmado no atual Catecismo.

Milhares de jovens são fãs da banda Rosa de Saron, que aliás, manda muito bem nas composições. Entretanto, o sucesso e a fama trazem não só prazeres, mas também enorme responsabilidade. O que um artista fala, em geral, produz muito mais impacto na sociedade do que a palavra de um intelectual, um líder religioso ou um político de renome.

É preciso dar fim às acusações, e buscar a verdade e a paz. É simples acabar com essa polêmica! Digam junto conosco, membros de Rosa de Saron:

“Fora da Igreja não há salvação”.

Isso bastará para dissipar todas as dúvidas de que tenham pretendido incorrer em heresia. É possível que digam isso ou… seria pedir demais? Challenge accepted? Dica final: já que gostam tanto do Papa Francisco (e nisso estamos juntos), seria muito bom que os artistas em questão se unam e ele no afeto e no reconhecimento ao legado de Bento XVI. As verdadeiras rosas de Saron – como aquela flor citada no livro 2 do Cântico dos Cânticos – serão capazes de entender isso. Já as rosas de Sauron… Essas estão murchinhas, murchinhas! 

"O reino de Sauron"
__________________________________________
Fonte: O Catequista

Nenhum comentário:

Postar um comentário