O Papa Francisco expressou dor e tristeza pela Diocese
de Ahiara, na Nigéria, cujo bispo Dom Peter Ebere Okpaleke, regularmente
nomeado, após 4 anos ainda não foi reconhecido. Na audiência no Vaticano a uma
delegação da diocese africana, na quinta-feira (08/06), o Pontífice pediu
explicitamente a todo sacerdote ou eclesiástico que manifestasse obediência,
com a pena de suspensão a divinis a quem se opor. “Quem se opôs à tomada de posse de Dom Okpaleke quer destruir a Igreja
e comete pecado mortal”, disse Francisco.
A
Igreja de Ahiara encontra-se “há anos em
estado de viuvez por ter impedido ao bispo que a assumisse”. O Santo Padre
assim se expressou recebendo uma delegação guiada pelo arcebispo de Abuja e
administrador apostólico de Ahiara, Cardeal John Olorunfemi Onaiyekan, pelo
bispo de Jos e presidente da Conferência Episcopal Nigeriana, Dom Ignatius Ayau
Kaigama, e pelo próprio bispo de Ahiara, Dom Okpaleke.
Quem se opõe à nomeação episcopal quer destruir a Igreja
Evocando
a parábola dos vinhateiros homicidas, o Pontífice descreveu a diocese com a
imagem da mulher:
A Igreja encontra-se em estado de viuvez devido
o Bispo ter sido impedido de tomar posse. Lembrei-me muitas vezes da parábola
dos vinhateiros assassinos, de que fala o Evangelho (cfr. Mt 21, 33-44) ... que
querem apropriar-se da herança. Nesta situação, a Diocese de Ahiara está como
sem esposo, perdeu a fecundidade e não pode dar fruto.
Aqueles que
se opuseram à tomada de posse do Bispo Okpaleke querem destruir a Igreja; isso
não é permitido; talvez eles não se apercebam, mas a Igreja está sofrendo, e o
Povo de Deus sofre com ela. O Papa não pode ficar indiferente. (...)
Quem ofende a Igreja comete pecado mortal
Francisco
louvou a paciência mostrada pelo bispo e confiou ter pensado, ter tido a ideia
de suprimir a diocese, “mas a Igreja é
mãe e não pode deixar tantos filhos”. O Santo Padre se disse condoído pelos
sacerdotes “manipulados”, talvez inclusive a partir de fora da diocese: “não se trata de um caso de tribalismo, mas
de apropriação da vinha do Senhor”, precisou.
Eu acho que
aqui não é um caso de tribalismo, mas da apropriação da vinha do Senhor. A
Igreja é Mãe e quem a ofende comete um pecado mortal, é grave. Decidi não
suprimir a diocese. No entanto, gostaria de dar algumas indicações que devem
ser comunicadas a todos: em primeiro lugar deve-se dizer que o Papa está
profundamente entristecido, portanto, peço que cada sacerdote ou clérigo
incardinado na Diocese de Ahiara, quer seja residente, quer trabalhe em outro
lugar, até mesmo fora do País, escreva uma carta dirigida à minha pessoa na
qual pede perdão; todos devem escrever individualmente e pessoalmente; devemos
todos ter esta dor em comum.
Na
missiva deverá ser expressa a própria disposição a aceitar o bispo nomeado.
Quem escandaliza deve assumir as consequências
Francisco
afirma ter consciência de poder parecer “muito duro”, mas o povo está
escandalizado e “Jesus recorda que quem
escandaliza deve assumir as consequências”, explicou. “Talvez alguém tenha sido manobrado sem uma plena cognição da ferida
infligida à comunhão eclesial”. Resolvida a questão, Francisco aceitou o
pedido de um encontro no Vaticano com a diocese e o bispo de Ahiara. (RL/PO)
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Rádio Vaticano/ Senza Pagare
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