Para
levar os homens à salvação, pelo conhecimento da verdade (1Tm
3,15), o Senhor garantiu à Igreja, por meio do Sagrado Magistério,
a infalibilidade naquilo que se refere à salvação dos fiéis; isto
é, nos ensinamentos doutrinários (fé e moral). Assim, a mensagem
do Evangelho não ficaria à mercê da manipulação dos homens, como
sempre se tentou na história da Igreja.
Sem
a garantia da infalibilidade para o Magistério da Igreja, podemos
dizer que teria sido inútil a Revelação Divina, pois ela seria
deteriorada ao chegar até nós, e não teria a força da salvação.
Missão
da Igreja
Papa
São João Paulo II, ao apresentar o novo Catecismo, afirmou, na
introdução da Constituição Apostólica Fidei
Depositum :
“Guardar o depósito da fé é a missão que o Senhor confiou à
Sua Igreja e que ela cumpre em todos os tempos”.
Essa
é, portanto, a missão sagrada que a Igreja recebeu do Senhor:
guardar o depósito da fé, intacto; e isso a Igreja sempre fez e
faz. É com essa finalidade que a Santa Sé possui a Sagrada
Congregação para a Doutrina da Fé, encarregada de zelar pela
pureza da doutrina em todo o mundo católico.
A
Igreja tem a missão de fazer resplandecer a verdade do Evangelho,
afirma o saudoso Papa São João Paulo II.
A
grande preocupação da Igreja sempre foi ser fiel ao Senhor,
guardando intacto aquilo que d’Ele recebeu, o depositum
fidei (depósito
da fé) ou, como dizia São Paulo a Timóteo e a Tito: a sã doutrina
(cf. 1 Tm 4,6; 2 Tm 1,14-4,3; Tt 1,9-2,7).
A
infalibilidade
Ao
longo da sua história, a Igreja realizou 21 Concílios Ecumênicos
(universais) para manter intacta essa sã doutrina. Foram, muitas
vezes, momentos difíceis para ela, porque, por não aceitarem a
verdade, muitos irmãos se separaram da unidade católica; mas também
foram momentos de luzes para sua caminhada.
É
sobretudo nos Concílios que a Igreja exerce a sua infalibilidade em
matéria de fé e moral. Não se conhece, na história dela, uma
verdade da fé que um dos Concílios, legítimos, tenha ensinado e
que outro a tenha revogado. Essa ocorrência doutrinária é uma
prova da infalibilidade, já que o Espírito Santo, o grande Mestre
da Igreja, não se contradiz. Ele não pode revelar à Igreja uma
verdade, hoje, que seja diferente na essência daquilo que Ele
revelou ontem.
A
Igreja do Deus vivo é a coluna e o sustentáculo da verdade (1 Tm
3,15). O bom católico, fiel e convicto, não pode duvidar de nada
que a Santa Igreja Católica ensina. São maus filhos dela aqueles
que discordam dos seus ensinamentos oficiais. Discordar da Igreja
nesses pontos é o mesmo que discordar de Jesus e desconfiar da
assistência infalível que o Espírito Santo presta a ela, por
promessa de Jesus (cf. Jo 14, 16-17).
Abraçar
a fé
Quando
a Igreja nos ensina qualquer verdade de fé ou de moral, é porque
ela estudou muito a fundo a questão, orou muito sobre o assunto,
perscrutou o que o Espírito Santo lhe tinha a dizer, antes de nos
ensinar. As verdades reveladas, muitas vezes, incompreensíveis para
quem não estudou Teologia, não devem ser para nós motivo de
discordância ou de desconfiança, por se tratarem de dogmas. Pelo
contrário, todo e qualquer ensinamento do Magistério da Igreja deve
ser recebido com gratidão e alegria, e, imediatamente, colocado em
prática, como algo vindo a nós do próprio Jesus. É lamentável
que muitos católicos se deixem abalar quando pessoas de outras
religiões neguem as verdades de nossa fé, solidamente consolidadas.
Eis
aí uma questão que nos deve fazer estudar e aprofundar a nossa fé.
São Pedro já dizia aos cristãos do seu tempo: “Estais
preparados para apresentar aos outros a razão da vossa esperança”(1
Pd3,15).
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