Recentemente o Conselho Federal de Psicologia
(CFP) fez uma publicação divulgando a existência da "Associação Brasileira
de Psicologia Política (ABPP)", uma entidade que, naturalmente, possui o
direito de existir, mas que passa longe dos fundamentos científicos que
alicerçam a ciência psicológica, de fato.
A organização não foi criada recentemente. Ela
existe desde o ano 2000, possui várias publicações "científicas"
(risos) e vem ganhando adeptos, evidentemente, com o apoio do próprio Conselho
Federal de Psicologia, autarquia responsável pela fiscalização e regulamentação
da profissão de psicólogo no Brasil.
Na publicação, o CFP insinua que o país vive
um momento de autoritarismo ou mesmo ditadura, deixando evidente a sua
militância, observe: "O objetivo é apresentar a importância da Psicologia
Política em práticas que visam a democratização da sociedade brasileira e a
promoção e efetivação dos direitos humanos. (destaques nossos daqui em diante).
No próprio site da ABPP é possível constatar o
objetivo pretendido por eles, ao dizer que o grupo "tem reunido esforços
de estudantes, pesquisadoras/es e militantes que, de alguma maneira, buscam
difundir e fortalecer a Psicologia Política no Brasil"
Em seu histórico, o artigo do professor
Leoncio Camino também reforça o caráter militante da "psicologia
política" no país, ao dizer que "a psicologia não se encontra à margem
da política; afirma-se que a própria Psicologia contém implícita ou
explicitamente pressupostos ideológicos".
Seguindo adiante, Alessandro Soares da Silva
explica qual é a linha de pensamento ideológico seguida pelos membros da ABPP,
como segue:
"A partir da produção intelectual
militante de Silvia Lane se construiu no Brasil uma Psicologia comprometida
social e politicamente, inclusive tendo efeitos sob determinadas correntes
clínicas de corte marxista", escreve Alessandro.
"Campos como a Psicologia Social, a
Psicologia (Social) Comunitária e a Psicologia Política – no Brasil e na
América Latina – passam a ter um significado único e singular quando surgem e
se fortalecem tendo o matiz e a influência de Sílvia Lane", conclui.
Poderíamos destacar inúmeros pontos críticos
em diversos textos e pensamentos associados a tal "psicologia
política" em questão, bem como citar vários autores que refutam esse
conceito, mas o texto ficaria muito longo e esse não é o propósito nesse
momento.
Consideraremos que já não é novidade alguma
para o leitor(a), especialmente o profissional da psicologia, o significado de
"aparelhamento ideológico" na psicologia.
Psicologia científica - Confusão entre ideologia e ciência
Resumidamente, toda a narrativa dos
profissionais que defendem a "psicologia política" está assentada na
ideia de que não há imparcialidade ideológica nas ações humanas, suas ideias e
consequente comportamento.
Com isso, eles afastam a noção de ciência
tradicional, onde a confiabilidade do método científico está, justamente, na
capacidade do investigador de se colocar à parte de qualquer ideologia, para só
então poder obter um resultado mais preciso possível acerca do fenômeno que
pretende estudar.
A verdade é que tal narrativa é nada mais do
que uma forma usada para legitimar ideologias políticas e sociais em geral, sem
a necessidade de averiguação científica. Desse modo todo discurso, ainda que
tosco, pode ser validado, desde que atenda os interesses do grupo, pois afinal,
quem decide o que é ou não científico, ideológico ou político, afinal?
A psicologia como ciência só existe atualmente
porque no passado seu imenso corpo teórico foi assentado sob os alicerces de
experimentos empíricos, e não achismos ideológicos de quaisquer espécies.
Teorias da personalidade, aprendizagem e
desenvolvimento cognitivo, por exemplo, entre tantas outras elaboradas por
autores mundialmente renomados, só puderam ser reconhecidas porque foram
construídas com base em resultados observáveis, objetivos e também replicáveis.
Mas, a interpretação e a subjetividade não fazem parte da psicologia?
Obviamente sim, mas não como canais
indefinidos de abstração. A subjetividade é reconhecida como um limite do
conhecimento humano, naturalmente incapaz de abraçar e compreender todos os
fenômenos a sua volta. Por isso é necessário que o psicólogo esteja sempre
aberto ao subjetivo.
Isso, no entanto, de modo algum significa que
o profissional não deva interpretar os fenômenos a partir dos referenciais -
científicos - de que dispõe. A interpretação dos dados científicos, portanto, é
praticada a partir dos referenciais passados e novos, à medida que vão sendo
acrescentados com novas pesquisas.
O método científico é a referência contra o "achismo"
O que diferencia a "psicologia
política" de outras abordagens psicológicas é justamente o método
empregado. Qual é a confiabilidade da publicação feita por um psicólogo
político, por exemplo, se à abordagem que defende admite influência ideológica
em seu método de análise de dados? Nenhuma!
Isso porque a ideologia, historicamente, e na
prática, é justamente o elemento que faz com que os indivíduos queiram
falsificar ou moldar à realidade em benefício próprio. O ideólogo por natureza
não sabe diferenciar o "eu" da pesquisa. O "eu" da
realidade como ela se apresenta. Ele - sempre - buscará interpretar essa
realidade conforme os seus interesses.
O caráter fanático das ideologias faz jus ao
que David T. Koyzis, um canadense doutor em Filosofia pela Universidade de
Notre Drame e professor de Ciências Políticas da Redeemer University College,
em Ancaster, Ontário, afirma ser uma devoção religiosa.
Para Koyzis, “as ideologias são
inevitavelmente religiosas”. “Toda ideologia contém elementos totalitários”,
diz ele, se referindo a obra “As origens do Totalitarismo”, da filósofa judia,
uma das mais influentes do sec. XX, Hannah Arendt.
O cientista, de fato, aceita os resultados da
pesquisa mesmo quando eles não são favoráveis e contrariam todas as suas
expectativas. Isso nos mostra que a intencionalidade e parcialidade do
pesquisador não são excluídas da pesquisa. Elas estão lá. A diferença é que
elas não influenciam no método de coleta de dados, muito menos os resultados.
No caso de uma pesquisa da "psicologia
política", por outro lado, por mais elaborada que seja a sua defesa em
prol de um tema ou teoria, ela está desde o princípio contaminada pela
aceitação que o pesquisador faz da sua própria ideologia e parcialidade, perdendo
completamente a sua credibilidade.
A verdadeira intenção da "psicologia política"
Finalmente, nos últimos anos os psicólogos no
Brasil ficaram fartos de assistir quantas vezes o Sistema Conselho de
Psicologia serviu para apoiar causas político-partidárias, na maioria das vezes
de forma indireta, através de "notas de repúdio" e manifestos sobre
os mais diversos temas.
A criação da "psicologia política" é
nada mais do que uma forma de legitimar essa militância em nome da psicologia
brasileira, dando ao ativismo dos seus adeptos aspecto de cientificidade,
quando na verdade não passa de mero proselitismo ideológico.
A força que esse movimento possui é devido ao
aparelhamento ideológico das universidades públicas e particulares. Se trata,
sim, de uma guerra travada primeiramente no âmbito cultural, onde a ciência não
escapa, mas pelo contrário, é usada de forma instrumental para fomentar ainda
mais a alienação das novas gerações.
Assim, é importante que os psicólogos e
estudantes tenham consciência deste cenário para que possam atuar corretamente,
o que significa na maioria dos casos ir além, muito além do que seus
professores ensinam.
Aprender a psicologia clássica, conhecendo a
fundo os alicerces do pensamento científico, ler autores, também, "politicamente
incorretos" e ter vontade de aprender, sempre, são requisitos cruciais
para quem deseja sobreviver intelectualmente nesses tempos de abestalhamento
coletivo.
Por: Will
R. Filho
_______________________
Senso Incomum
FORÇAR A MULHER A CONSENTIR NO ASSASSINATO DO SEU PRÓPRIO FILHO POR SER FRUTO DE UM ESTUPRO É TORTURA PERPÉTUA QUE AVULTA SEMPRE MAIS COM TEMPO ALÉM DE SER PECADO MORTAL COM EXCOMUNHÃO LATAE SENTENTIAE.
ResponderExcluir