Um incêndio de grandes proporções está a
atingir a Catedral de Notre-Dame, um dos edifícios emblemáticos da capital
francesa, episódio “potencialmente ligado” às obras de restauro em curso,
segundo os bombeiros locais.
O fogo, que acontece no segundo dia da Semana
Santa, alastrou-se pelo sótão da catedral e está a estender-se ao resto do
edifício, sendo visíveis colunas de chamas e fumo; o pináculo colapsou.
A presidente do Município de Paris, Anne
Hidalgo fala de um “fogo terrível”, sublinhando que as autoridades estão
mobilizadas, “em estreita ligação” com a Arquidiocese local.
O presidente francês, Emmanuel Macron,
publicou uma mensagem em que fala da “emoção de toda uma nação” e deixa um
pensamento para “todos os católicos e todos os franceses”.
“Estou triste por ver arder esta parte de
nós”, assinala, através da sua conta na rede social Twitter.
O arcebispo Éric Moulin-Beaufort, presidente
da Conferência Episcopal de França (CEF), assume que esta é “uma grande
ferida”, que vai para lá do Cristianismo, assinalando que a catedral é um
símbolo “de paz, de beleza e de esperança”.
A construção da catedral, de estilo gótico,
teve início em 1163 e foi concluída em 1345; no século XIX foi restaurada pelo
arquiteto Viollet-le-Duc.
Mais de uma dezena de igrejas foram profanadas
nos últimos meses, em França, e incêndios atingiram espaços como a Igreja de
São Sulpício, em Paris.
A Catedral de Notre-Dame é propriedade do
Estado, de acordo com lei francesa de separação Igreja-Estado de 1905, e o seu
uso é atribuído à Igreja Católica.
Apesar de alguns incidentes, ao longo dos
séculos, este é o maior incêndio a atingir o edifício, patrimônio mundial da
humanidade, que foi poupado durante as duas guerras mundiais.
O teto da catedral, que desabou no fogo,
datava de 1326 e tinha um peso de 210 toneladas, assentes numa estrutura em
madeira de carvalho.
A construção foi encomendada pelo bispo
Maurice de Sully; a primeira pedra foi colocada na presença do Papa Alexandre
III, que ficou em Paris de 24 de março a 25 de abril de 1163, durante o reinado
de Luís VII.
Em 1185, durante a primeira celebração no
interior da catedral, o patriarca de Jerusalém Heráclio de Cesareia convocou
Terceira Cruzada.
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Agência Ecclesia
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