Chinesa condenada à morte em 2001 por não obedecer ao regime autoritário chinês. Foto: Agência France Press |
Autoridades do governo em uma das regiões mais
populosas da China estão oferecendo incentivos em dinheiro para os cidadãos
denunciarem os vizinhos que se envolverem com o que o governo chama de
"atividades religiosas ilegais".
Às novas medidas visam principalmente às
igrejas domésticas protestantes, mas é certo que elas serão aplicadas, também,
aos católicos e outras religiões em todo o país.
O preço das informações variam. Podem ser de
3.000 yuan ou, quem informar sobre estrangeiros pode ganhar até 5.000 yuan.
Quem colaborar regularmente com a polícia pode receber até 10.000 yuan na moeda
local. Se como resultado dessas denúncias houver o fechamento de igrejas, o
valor também pode alcançar os 10.000, equivalentes a US$ 1.500, informou o
Bitter Winter.
Ensinar o catecismo ou qualquer outra doutrina
religiosa não reconhecida pelas autoridades aos filhos, mesmo dentro de casa,
se tornou algo muito perigoso, porque as denúncias podem ser feitas por
telefone, por escrito ou pessoalmente, segundo um relatório da organização
AsiaNews.
"Agora, aqui na China, vivemos em uma
atmosfera de Big Brother", disse uma cristã à AsiaNews. "As autoridades não poderiam
ter escolhido um momento melhor, pouco antes da Páscoa, para introduzir essas
medidas", disse um padre local no relatório.
Novas regulamentações sobre a prática da
religião promulgadas pelo governo chinês em fevereiro de 2018 produziram um
ambiente mais tirânico para as pessoas religiosas que vivem no Estado
comunista.
Embora apresentada como nada mais do que uma
revisão burocrática dos regulamentos existentes, a medida foi vista por muitos
como um passo gigante para o aumento do controle estatal de todas as religiões
pelo governo comunista.
O argumento da 'sinicização'
As autoridades chinesas insistem que seu
objetivo é a "sinicização" benigna, um processo no qual as
influências estrangeiras dentro do país se tornam mais compatíveis com a
cultura chinesa. Na realidade, é um mandato para cooptar o cristianismo - um
processo que está exigindo um pedágio cada vez mais quantificável sobre os
cristãos chineses.
“Sinicização”, de acordo com o Relatório Anual
de 2014 da China Aid sobre a perseguição religiosa e aos direitos humanos na
China , “equivale a descristianizar a Igreja na China e erradicar a natureza
universal do cristianismo”, elevando “os interesses do Partido Comunista” e
“Usurpar a doutrina cristã de que 'Cristo é a cabeça da Igreja'”.
Longe de ser benigno, o processo de
sinicização criou um ambiente cada vez mais opressivo para os cristãos.
"Está ficando pior"
"Parece que praticamente toda semana o
governo comunista chinês realiza uma nova baixa", disse Gary Bauer, membro
da Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos EUA (USCIRF), à
LifeSiteNews.
"Parece a muitos de nós que, nos últimos
dois anos, o governo chinês declarou literalmente guerra à fé", disse
Bauer. "A repressão às igrejas domésticas e até mesmo às igrejas
licenciadas são bons exemplos desse terrível desenvolvimento".
Na China, igrejas "licenciadas" são
controladas pelo governo. Apenas elas têm permissão de funcionar e por isso
todas as demais são consideradas "clandestinas". Na prática, essa é
forma encontrada pelo Estado para controlar o avanço do cristianismo e seus
valores libertários, que por natureza são incompatíveis com à ideologia comunista.
Dessa forma, os líderes
"licenciados" que ultrapassam em suas práticas o limite permitido
pelo Estado são advertidos, punidos, podendo ser torturados, presos ou mesmo
mortos pelo regime chinês. Assim, o Partido Comunista da China, o único existente
no país, mantém o controle das religiões.
Como muitos cristãos não aceitam tal controle,
eles e suas igrejas se recusam a serem regulados pelo Estado, preferindo ficar
na "clandestinidade", ignorando às condições impostas pelo governo.
"À liberdade religiosa parece estar
ficando cada vez pior", disse Bauer. "Podemos nunca saber quantas
pessoas perderam suas vidas na China ao longo das décadas por causa da
perseguição religiosa", observou, acrescentando que "tudo indica que
está piorando".
"Na USCIRF, nosso mandato é falar a
verdade sobre esse tipo de coisa e continuaremos a fazer tudo o que pudermos
para expor o que está acontecendo na China para os cristãos", concluiu.
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Opinião Crítica
Quando copiarem uma matéria de outro site, tenham pelo menos a atitude ética de informar com clareza a FONTE do texto corretamente, em vez de colocar em letras minúsculas no final do post. O CERTO é deixar claro a fonte e o LINK ORIGINAL da matéria. Caso contrário, estarão agindo de forma completamente antiética. Abaixo, o link original dessa matéria (que não é a única publicada neste site extraída da mesma fonte). Obs. O domínio mudou, mas a fonte e o autor é o mesmo: https://www.partidobrasil.com.br/2019/04/comunista-china-denunciar-cristaos.html
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