terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Programas humorísticos nocivos


Muitas piadas, mesmo sem ofender a Deus diretamente, ofendem a dignidade humana. Dessa forma, acabam sendo um desrespeito para com o Criador.

Existem muitas piadas, até engraçadas, que banalizam o sexo, ridicularizam o casamento, deturpam laços familiares, e por aí vai. Todas essas piadas ofendem a moral cristã. Será que Cristo acharia isso engraçado?

Temos que buscar momentos de descontração como forma de aliviar toda a tensão que a vida nos impõe. No entanto, A  observância da moral é um bem que está acima disso.

Vejam o que diz o Deuteronômio a respeito da moralidade: “Observai, pois, todas as ordens do Senhor, vosso Deus; não vos aparteis delas nem para a direita nem para a esquerda. Seguireis exatamente o caminho que o Senhor, vosso Deus, vos traçou, a fim de que vivais e sejais felizes , e vossos dias se prolonguem na terra

Observe que o autor sagrado aqui mostra a verdadeira felicidade como consequência da estrita observância da moralidade.

Então, a grande questão é: até que ponto devemos buscar “felicidades” passageiras em detrimento da felicidade eterna que só Deus pode dar. Vendo sob esse aspecto, há piadas que podem até chegar a comprometer a minha salvação e a do meu irmão.

Diante disso, e pensando nas apelações que existem em certos programas humorísticos brasileiros, que são verdadeiros atentados à virtude e à moral, creio que quem temos que ser bastante criteriosos ao selecionarmos os programas com os quais nós e nossa família nos divertimos. 

Boicotar esses programas é ótimo, mas entendo isso como implícito na propostas de boicote dos produtos que patrocinam tais programas. Se boicote for só pra deixar de assistir, eu já boicoto quase tudo da TV há muito tempo.

Boicote de verdade não pode se limitar a não dar audiência. Rede TV, CNT e Bandeirantes tem uma pá de anunciantes mas pouca audiência, e exibem programas lixo há muito tempo. O que sustenta um programa de TV não é diretamente a audiência, mas sim o anunciante. Claro que o anunciante busca audiência, mas acima disso está o lucro. Se compram os produtos deles, mesmo que não assistam a propaganda na TV, para eles tá valendo. 

Relativismo tomou conta da TV faz tempo.


O dito cujo é revestido de tanta “pimpação” e máscaras que não pouca gente, ao assistir uma única vez algum programa desse tipo, já balança a cabeça de forma a concordar; formam-se, assim, súditos do politicamente correto. A Moral de sempre? Vai para o lixo. Tem quem nem saiba que ela existe.

O humor brasileiro foi só até o final dos anos 80/início dos 90. 


Depois, iniciou-se uma onda de “politicamente correto” de fazer vomitar. E por conta disso, uns que se acham“ousados” e “engraçados” resolveram dar uma de “f*d*es”só para dizer que “estão remando contra o politicamente correto” mas que, na verdade, apelam a um tipo de atitude que pode ser classificada de qualquer coisa, MENOS HUMOR, PIADA ou coisa do tipo.

O que ensina Santo Tomás de Aquino sobre o caso:

Aristóteles, depois de ter determinado as virtudes que dizem respeito aos atos humanos sérios, estabelece neste capítulo uma certa virtude que diz respeito ao brincar.

E sobre três pontos incide sua análise:

I- Mostra que pode dar-se virtude e vício sobre o brincar.

II- Trata da virtude que versa sobre o brincar e dos vícios que lhe são opostos.

III- Mostra a diferença entre essa virtude e outras duas, anteriormente tratadas.

I- Existe uma virtude do brincar.

A respeito do primeiro ponto, deve-se considerar que não teria sentido falar de virtude e vícios referentes a atos que em si são maus e não se podem dar sob forma de bem, como mostramos anteriormente. Assim, pois, se o brincar não pudesse ter caráter de bem, não poderia haver uma virtude que tivesse por objeto o brincar.

O brincar, porém, algum caráter de bem possui, na medida em que é útil para a vida humana. Pois, assim como o homem necessita, de vez em quando, interromper o trabalho e descansar da atividade física, assim também, de vez em quando, necessita subtrair-se à tensão de ânimo exigida pelas atividades sérias, para repouso da alma: e isso é o que se faz pelo brincar.

E por isto Aristóteles diz que, ao proporcionar ao homem um certo repouso das preocupações - que nesta vida e no relacionamento humano não faltam -, o brincar tem caráter de bem, de bem útil. Daí que no brincar possa dar-se um harmonioso diálogo e comunicação entre os homens: de tal modo que no brincar o homem diga e ouça adequadamente o que lhe é de proveito.

Há, contudo, uma grande diferença entre dizer e ouvir; há muitas coisas que um homem decentemente ouve, mas não poderia decentemente dizer.

II- A virtude do brincar e os vícios que lhe são opostos

O meio e os extremos no brincar.

(No dizer, no ouvir e) Onde quer que haja diferenças entre o que convém fazer e o que não convém fazer, aí também haverá não só o meio (da virtude), mas também o excesso e a falta (dos vícios) em relação ao meio. E, assim, a respeito da brincadeira, há também termo médio e extremos.

O vício por excesso.

852- Aristóteles mostra, inicialmente, o que caracteriza o vício por excesso e diz que aqueles que exageram no brincar caem na irrisão e se chamam bomolochi, isto é, os que furtam no templo, à semelhança das aves de rapina, dos abutres que voavam ao redor do templo para roubar as vísceras dos animais imolados. Assim também estes espreitam a fim de que possam “roubar” algo para convertê-lo em irrisão.

Tornam-se assim importunos pois sempre querem fazer rir e aplicam-se mais a esse desejo do que ao de não dizer algo inconveniente ou imoral e que não agrida aqueles com quem se metem com essas suas troças. De fato, tanto mais eles querem dizer alguma grosseria ou algo que possa ferir o outro quanto, com isto, induzem os outros ao riso.

O vício por falta.

Em segundo lugar, Aristóteles mostra o que é o vício por falta. E diz que aqueles que não querem dizer algo engraçado e se irritam com os que o dizem, na medida em que assim se agastam, tornam-se como que duros e rústicos, não se deixando abrandar pelo prazer do brincar.

O termo médio no brincar.

Em terceiro lugar, Aristóteles mostra o que é o termo médio da virtude no brincar. E diz que aqueles que se portam convenientemente no brincar são chamados eutrapeli, que significa “os que bem convertem”, porque convertem em riso, de modo conveniente e versátil, as coisas que se dizem ou fazem.

O brincar como indicador das disposições morais.

Aristóteles mostra como o que foi dito acima é próprio da diversidade das disposições morais. E diz que esses movimentos da alma no voltar-se para o riso (no exagero, na adequação ou na falta) são um certo indício da disposição moral interior. Pois, assim como pelos movimentos corporais exteriores se discernem as disposições interiores do corpo, assim também pelas ações exteriores se conhecem nossas disposições morais.

O excesso tomado por virtude.

856- Aristóteles mostra como, algumas vezes, o extremo é falsamente considerado como meio. E diz que há muitos que exageram na apreciação do riso e há muitos que folgam mais do que o devido com as brincadeiras e com que se diga a outros troças que os ridicularizem. Por isso, para esses, os bomolochi são chamados eutrapeli - porque são por eles muito apreciados, pois passam da medida no brincar, o que a muitos homens agrada exageradamente.

Isso não impede que continue de pé a grande diferença objetiva que há entre os bomolochi e os eutrapeli, como evidenciamos acima.

Caracterização dos hábitos acima enunciados: a virtude e os vícios do brincar.

O virtuoso em relação ao brincar em geral.

Inicialmente, Aristóteles afirma que o que caracteriza o termo médio da virtude do brincar é aquilo que é próprio do epidéxios, isto é, do homem bem adaptado e disposto ao convívio humano. É próprio dos que têm tal atitude ouvir e dizer ludicamente o que condiz com um homem equilibrado e livre, no sentido de que tem o ânimo livre de paixões servis.

Em segundo lugar, Aristóteles argumenta em favor do que havia dito: onde quer que se dê algo que se possa fazer decentemente, há campo próprio de virtude. E acontece que no brincar pode-se falar e ouvir de modo conveniente: e isto se torna evidente pela diferença entre os modos de brincar. Pois o brincar no homem livre, que se dirige por si mesmo e espontaneamente a agir bem, difere do brincar do homem servil, que se ocupa de coisas servis. E o brincar do homem educado, que aprendeu como deve brincar, difere do do homem indisciplinado, cuja brincadeira não é refreada por nenhuma moderação.

Donde é evidente que é próprio do termo médio da virtude a decência no dizer e no ouvir, que se dão no brincar.

A seguir, Aristóteles apresenta um certo critério para distinguir o brincar do homem educado do do indisciplinado. E diz que tal critério é especialmente manifesto quando consideramos os diálogos nas antigas e nas novas comédias.

Porque se em algum lugar nessas narrações ocorria alguma fala torpe, isso gerava em alguns a irrisão enquanto tais torpezas se convertiam em riso. Para outros, porém, gerava a suspeita, enquanto suspeitavam que aqueles que falavam torpezas possuíam algum mal no coração.

É óbvio, portanto, que não é pouco importante para a moral se um homem diz na brincadeira coisas torpes ou honestas.

O virtuoso ante um caso especial: o das troças.

Aristóteles, inicialmente (primeiro membro), se questiona se se pode determinar o que é portar-se bem no troçar quanto àquilo que se fala e, portanto, se se pode determinar um falar que convém ao homem liberal, virtuoso e modesto. Ou (segundo membro) se não se determina o bom troçar por isso, mas antes por parte do fim ou efeito: procurar não ferir a quem ouve; ou ainda mais: procurar agradá-lo.

E, respondendo à questão quanto ao segundo membro, Aristóteles diz que, sendo muitas e diversas para cada um as formas do odiável e do agradável, é indeterminado o que fira ou agrade a quem ouve.

Aquilo que agrada, naturalmente, qualquer um de bom grado o ouve; as falas que se podem dizer aos outros (contanto que não se pretenda feri-los) são, ao que parece, as mesmas que alguém pacientemente aceita ouvir.

Quanto ao que dizer nas troças, Aristóteles mostra que algo pode ser determinado quanto ao primeiro membro, isto é, quanto às troças que se dizem. É evidente que o homem virtuoso não fará qualquer troça, pois a troça é uma certa ofensa. Não participa das troças, na medida em que o que nelas se diga difame ou ofenda alguém, o que está proibido pelos legisladores. Mas há outras troças que não se proíbem e de que convém participar pelo prazer ou para a emenda de alguém ser feita sem difamação. Aquele, pois, que em troçando se porta equilibrada e livremente, esse é para si mesmo lei, pois, por opção pessoal, evita o que a lei proíbe e faz uso do que a lei concede.

Por fim, Aristóteles conclui que tal é o termo médio do virtuoso, quer se denomine epidéxios, isto é, bem adaptado, quer eutrapelus, isto é, o que bem converte.

Caracterização do mal do excesso.

Aristóteles caracteriza o mal do excesso e diz que o irrisor é pior que o bomolochus, pois o irrisor o que quer é vexar alguém, enquanto o bomolochus não pretende isso, mas, simplesmente, gracejar, embora para este objetivo não poupe a si mesmo nem aos outros quando se trata de fazer rir; e converte a sua conduta e o que os outros dizem ou fazem em objeto de riso; e diz o que nunca diria um homem virtuoso; e algumas das coisas que ele diz não só não as diria, mas nem sequer as ouviria o homem virtuoso.

Caracterização do mal da falta.

O rústico ou duro, esse, já não traz nenhuma contribuição para as conversas lúdicas e se aborrece com todos. E nisto consiste seu vício: em repelir totalmente o brincar que, como o repouso, é necessário para a vida humana.

III- A distinção entre a virtude do brincar e duas virtudes anteriormente tratadas.

Aristóteles faz a distinção entre esta virtude e duas anteriores. E diz que três são os termos médios no convívio humano de palavra e ação. A diferença entre essas virtudes se dá pelo fato de que uma versa sobre a veracidade no dizer e no agir; as outras duas versam sobre o agradável. Destas, uma se dá no brincar e a outra no relacionamento sério.

Extraído TRATADO SOBRE O BRINCAR (Comentário à Ética a Nicômaco, Livro IV, 16). Santo Tomás de Aquino (Trad. Luiz Jean Lauand).

A burla e a contumélia

Deve-se distinguir entre a burla e a contumélia. Muitos santos fizeram uso da contumélia. A burla, segundo Santo Tomás é mais grave que a contumélia, porque o contumelioso parece tomar com seriedade o mal de outro, ao passo que quem se burla o toma com riso, e assim resulta em maior desprezo e desonra (S. Th., II-II, q.75, a.2, C). A burla corresponde ao escárnio, ao tirar sarro. A contumélia é a injúria cometida contra o próximo, mas geralmente é pecado mortal, podendo ser pecado venial ou nem ser pecado, se se é movido pela caridade, mas nesse caso, deve-se manter a devida moderação:

Pelo contrário, se alguém pronuncia palavras de insulto ou contumélia contra outro, mas sem ânimo de desonrar-lhe, senão para corrigir-lhe ou por outro motivo similar, não profere um insulto ou contumélia formal e diretamente, mas acidental e materialmente, isto é, enquanto expressa o que pode ser insulto ou contumélia. Por isso, isto pode ser algumas vezes pecado venial e outras nem sequer há pecado. Mas nisso é preciso a discrição para usar moderadamente de tais palavras, posto que poderia resultar em tão grave insulto que, proferindo sem cautela, arrebatará a honra daquele contra quem se lança. E é então quando pode o homem pecar mortalmente, ainda que não haja tido intenção de desonrar o outro, como tampouco está livre de culpa um que, ferindo a outro com imprudência no jogo, lhe causa dano gravemente. (S. Th., II-II, q.72, a.2, C).

Em todo caso, o uso da contumélia deve ser moderado, e, segundo Sto Agostinho, no livro De serm. Dom. in monte,estas repreensões devem fazer-se rara vez e em caso de grande necessidade, e não com a intenção de nos impormos, mas de servir a Deus (citado por Santo Tomás em II-II, q.72, a.2, ad.2). 

A burla não é pecado mortal, se se comporta como um jogo entre amigos, mas se implica em algo contrário à caridade, por exemplo, desprezo pela pessoa do outro, é, portanto, pecado mortal. É o tal do bullying, muito usado nas escolas pelos adolescentes.

Em toda ação como esta, deve-se ter em vista os princípios de moderação de que falam Santo Tomás e Santo Agostinho. Com respeito à virtude dos atos humanos, enuncia-se o seguinte princípio, tirado de Aristóteles: In medio virtus (a virtude está no meio). 

A burla, ao contrário da contumélia, no dizer de Santo Tomás, sempre é pecado, pois é sempre escarnecer de um defeito do outro. No caso da burla, em que se tem em vista o defeito em si mesmo, o pecado é venial, mas no caso de tomar a própria pessoa em menosprezo ou como objeto de riso, é pecado mortal. 

Chaves, o humor imortal
 
Bolaños quis fazer um humor inocente e livre de ideologias.

Eu, sempre que posso, vejo e não canso de rir do Chaves e do Chapolin. Sou fã desses seriados, desde pequeno.

Chaves faz um humor saudável, não é agressivo e pode ser visto por toda a família. Além disso, agrada à várias faixas etárias.

E é muito difícil encontrar, até hoje, programas como esse. Em que piadas e falas que você já está careca de saber quais serão, ainda assim, não perdem a graça.

Não acho que nem o Chaves e nem o Chapolin defendem nenhuma bandeira política, são apenas voltados ao humor.

Mas por ser um humor leve e que pode ser visto pela família, pra mim, é mais próximo da direita. Além disso, defende valores como a família, a solidariedade, honestidade, entre outros.

Chaves dá ibope porque cumpre com o seu papel de entreter sem maiores ambições.

Não quer doutrinar ninguém. É divertido. Mostra de uma forma descontraída a realidade infantil e a diferença de classes de uma forma saudável onde todos querem bem o menino pobre e arteiro.

Além de que o Chaves nunca sofreu de coitadismo pela sua condição.

As piadas são simples e toda criança que brincou na rua se identifica com o seriado de alguma forma.

Se toda televisão fosse feita dessa maneira os pais poderiam ficar sossegados com os pequenos na frente da tv. 

E para fechar, uma tirada genial do Bolãnos sobre o esquerdismo:


Sua Santidade Papa Emérito Bento XVI:

"
É preciso dizer não àqueles meios de comunicação social que ridicularizam a santidade do matrimônio e a virgindade antes do casamento


(Canonização de Frei Galvão, Homilia, 11/5/2007, n.º 5). 
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Fonte: Apostolado Tradição em Foco com Roma

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