terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Quem são os Herodes de hoje?


Dentro da oitava de Natal, a Igreja celebra o milagre de um Deus que quer se fazer família humana. Relembrando a Sagrada Família: Jesus, Maria e José, queremos relembrar que Deus veio ao encontro da humanidade no Natal para que a humanidade experimentasse o céu. E, dentro da família divina, o homem se reflete buscando as luzes necessárias para bem viver o que fez São José, o homem justo que emprestou sua realeza davídica, em favor de Maria que concedeu por obra e graça do Espírito Santo, para redimir a humanidade.

O Evangelho desta festa nos mostra uma família de migrantes. De Nazaré, aonde Jesus nasceu em uma pedra fria, ele é levado por São José e Maria Santíssima para o Egito. Lá ele aguardará passar os tempos de Herodes. Depois, por medo de Arquelau, que sucedeu ao seu pai tirano e sanguinário, não retornam para Belém mais migram para Nazaré.


O papel de José e Maria é o resumo do que deve ser o papel do papai e da mamãe dentro de sua família: o papel de proteger os filhos de Herodes. Como Maria e José protegeram o Menino Jesus do tirano Herodes, que queria matá-lo, as famílias são convidadas a se inspirarem na Divina Família para proteger os seus filhos dos Herodes de hoje?


Quem são os Herodes de hoje? Os Herodes de hoje tem muitas facetas, diversos "modus operandi" e muitas fantasias do ter, do ser, do poder, do sensual, do virtual para contaminar a família com as trevas do erro, do vício, do prazer e da violência.

O primeiro nome de Herodes das famílias de hoje é a droga, o crack, a cocaína, os consumidores e traficantes, que transformam a família em refém da pior droga humana, o desagregamento familiar. Mais outro Herodes é a vida familiar destruída pela libertinagem digital, aonde o ético perde lugar para o provisório, para o prazeroso, para o efêmero, para o infiel.


A família precisa ser constituída sob a rocha forte da Palavra de Deus, conforme ensinou o livro do Eclesiástico, porque quem respeita o seu pai, quem ama e protege a sua mãe terá vida longa, feliz, abençoada e terá até o perdão dos seus pecados.


A vida familiar passa, conforme a advertência de São Paulo, pela vivência da caridade: "suportai-vos uns aos outros". Por isso o casamento é renúncia, o matrimônio é complementaridade, o casamento não pode viver de relações virtuais, mais de diálogo, de partilha, de solidariedade, de fé, alimentados pela Palavra de Deus e vivendo na renúncia e na austeridade de uma vida matrimonial, reflexo do rosto de Deus, da família divina.

A Igreja, mãe e mestra, proclama o valor inalienável da família constituída pelo matrimônio sacramental de um homem com uma mulher abertos para a geração, criação e educação dos filhos.


Vivemos em um país de idosos. Os jovens casais, em nome de um falso conforto, se fecham aos filhos. Quem cuidará os idoso de amanhã se não tivermos filhos hoje? Sem sombra de dúvida um Herodes que ronda a sociedade brasileira é o desfacelamento da família, a ideologia de gênero, a falta de sensibilidade a famílias numerosas.

Todas as famílias numerosas que conheci são abençoadas e vivem felizes. E todos os que se fecham a procriação vivem na solidão e na depressão.

Que a Sagrada Família nos inspire a viver no amor, no respeito mútuo, na abertura a famílias numerosas para que a Igreja e a Sociedade possam continuar fiéis ao pedido do Pai: "crescei-vos, multiplicai-vos e habitai a terra!" e, assim, com a graça de Deus proclamemos a cultura da vida em favor da família, "Igreja Doméstica".


Dom Eurico dos Santos Veloso

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