Polêmico.
Não importa se você é contra ou a favor às ideias do deputado federal Jair
Bolsonaro (PSC-RJ), é bem provável que essa seja uma das primeiras palavras que
venha à sua mente para defini-lo. Grande parte da imprensa e dos analistas
políticos o rotula de extremista, radical, grosseiro e até “ultraconservador”,
contudo, pesquisas de opinião recentes não deixam dúvida sobre sua crescente
força política que, para muitos, deve-se justamente à coragem de assumir
posturas pouco convencionais na política brasileira.
Ex-capitão do exército e ferrenho
defensor do regime militar vivido no Brasil décadas atrás, Bolsonaro ficou
em segundo lugar na pesquisa espontânea CNT/MDA sobre as eleições presidenciais
2018, divulgada em fevereiro deste ano, ficando atrás apenas do ex-presidente
Lula.
Em março
do ano passado, quando trocou a legenda em que estava filiado (passando do PP
para o PSC – Partido Social Cristão) o parlamentar foi apresentado pelo
presidente do partido, o pastor Everaldo, como pré-candidato. Pastor Everaldo
também foi quem batizou Bolsonaro nas águas do Rio Jordão, em Israel, em maio de 2016.
No dia 6 de setembro, Bolsonaro foi atingido por uma facada enquanto fazia campanha em Juiz de Fora (MG).
O agressor foi preso em flagrante e conduzido para a Delegacia da PF naquele município. O agressor é formado em pedagogia, foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014 e tem passagem na polícia em 2013 por lesão corporal.
O candidato chegou em estado de choque e com uma hemorragia forte na Santa Casa de Misericórdia da cidade.
A hemorragia foi contida e ele foi operado. Na manhã do dia 7, o candidato foi transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo onde está se recuperando.
No dia 6 de setembro, Bolsonaro foi atingido por uma facada enquanto fazia campanha em Juiz de Fora (MG).
O agressor foi preso em flagrante e conduzido para a Delegacia da PF naquele município. O agressor é formado em pedagogia, foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014 e tem passagem na polícia em 2013 por lesão corporal.
O candidato chegou em estado de choque e com uma hemorragia forte na Santa Casa de Misericórdia da cidade.
A hemorragia foi contida e ele foi operado. Na manhã do dia 7, o candidato foi transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo onde está se recuperando.
Gostem ou não os chamados
“formadores de opinião”, Bolsonaro é um nome forte e as chances dele chegar ao
Planalto são reais. Por isso, convém ao eleitorado saber exatamente o que ele
pensa sobre assuntos morais tão caros ao público conservador.
Aborto
Bolsonaro
se posicionou contrariamente à legalização do aborto em ocasiões como esta sessão da Comissão
dos Direitos Humanos. Em uma entrevista, ele se limitou a dizer que votaria
contrariamente à legalização do aborto caso o assunto entrasse em pauta na
Câmara.
Quando questionado sobre aborto,
Bolsonaro frequentemente fala de projetos de políticas de
planejamento familiar que incluam cirurgias para o controle de natalidade, como
o do seu filho, Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), que pretende facilitar vasectomias
e laqueaduras a todos os homens e mulheres que assim desejem, sem a necessidade
de se esperar até os 25 anos ou até ter 2 filhos, conforme a lei atual.
Porém, em uma entrevista no ano
2000 à IstoÉ Gente, o
deputado foi claro sobre a questão do aborto: “Tem de ser uma decisão do
casal”. Ele contou inclusive que cogitou o aborto de seu filho mais novo, Jair
Renan. “Passei para a companheira. E a decisão dela foi manter”, disse.
Em julho do ano passado, em entrevista à Folha de São Paulo, ele também mostrou-se flexível na questão do
aborto em caso de estupro. Ele diz na entrevista: “Não vou discutir, já é lei.
Se alguém apresentar projeto para revogar, é outra história”.
Mulheres
O deputado
também sustenta opiniões controversas sobre a equidade salarial entre homens e
mulheres. Para ele, o fato de que uma mulher engravide pode tornar injusta a
equiparação. Em 2014, em entrevista ao jornal Zero Hora,
ele disse: “Eu sou liberal. Defendo a propriedade privada. Se você tem um
comércio que emprega 30 pessoas, eu não posso obrigá-lo a empregar 15 mulheres.
A mulher luta muito por direitos iguais, legal, tudo bem. Mas eu tenho pena do
empresário no Brasil, porque é uma desgraça você ser patrão no nosso país, com
tantos direitos trabalhistas. Entre um homem e uma mulher jovem, o que o
empresário pensa? ‘Poxa, essa mulher tá com aliança no dedo, daqui a pouco
engravida, seis meses de licença-maternidade…’”.
A solução para o dilema, segundo
Bolsonaro, é o pagamento de salários diferenciados:
“Por isso que o cara paga menos
para a mulher! É muito fácil eu, que sou empregado, falar que é injusto, que
tem que pagar salário igual. Só que o cara que está produzindo, com todos os
encargos trabalhistas, perde produtividade. O produto dele vai ser posto mais
caro na rua, ele vai ser quebrado pelo cara da esquina. Eu sou um liberal, se
eu quero empregar você na minha empresa ganhando R$ 2 mil por mês e a Dona
Maria ganhando R$ 1,5 mil, se a Dona Maria não quiser ganhar isso, que procure
outro emprego! O patrão sou eu”.
Dois anos
depois dessas declarações, o parlamentar tenta mostrar outra postura dando
entrevista ao site do PSC (que está fora do ar no momento) a qual teve trechos
replicados por vários veículos de comunicação. Nessa nova fala, ele disse: “eu
dei uma declaração para um jornal e ela foi modificada. Bem, o que eu falei foi
que hoje em dia a mulher ganha a mesma coisa que um homem. Se você presta um
concurso público ou concorre a um cargo público qualquer, sendo um homem ou uma
mulher, o salário é o mesmo”.
Em outro trecho, ele completa: “na
iniciativa privada, se alguém ainda acredita que existe uma diferenciação
salarial, que essa pessoa apresente um projeto de lei para corrigir essa
injustiça. Eu mesmo não acredito que isso ainda ocorra. Você acha que vou
concordar com a ideia de pagar menos para a mulher só por ela ser mulher? Não,
isso não é comigo. Sendo mulher ou homem, tendo competência para exercer a
função, que seja remunerado de forma compatível e justa”. Fala semelhante a
esta, consta em um vídeo disponível no canal do YoutTube Brasília Connection,
que pode ser acessado aqui.
Ideologia
de gênero:
Um vídeo sobre o assunto gravado no ano passado pelo deputado viralizou. Nele,
Bolsonaro apresenta e denuncia publicações que estariam em bibliotecas de
escolas do país. Totalmente contrário à ideologia de gênero, essa não foi a
primeira vez que ele mostrou seu ponto de vista sobre o assunto.
Em uma
sessão da Câmara dos Deputados, durante uma estágio-visita, ele novamente
voltou a dizer que esse tipo de assunto não deve ser tratado em escolas.
Segundo ele “o governo do PT, via MEC oficializou as quase 6 mil prefeituras,
para que fosse (o assunto da ideologia de gênero) incluída no plano decenal
municipal. Em algumas prefeituras isso foi incluído. Hoje, mais importante do
que saber a tabuada é saber se um menino vai fazer amor com outro menino no
futuro. É o esculacho da família brasileira”. O vídeo pode ser visto aqui.
Recentemente, em participação noprograma de tevê The Noite com Danilo Gentili, que foi
ao ar no dia 20 de março, ele voltou a tratar do assunto, levando, inclusive,
um dos livros denunciados pelo parlamentar como tendo conteúdo abusivo.
Casamento
gay
Totalmente
contrário. Em 2013, Bolsonaro criticou a decisão do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), que naquele ano considerou legítimo o casamento civil entre
pessoas do mesmo sexo. Ele disse na ocasião que
“o Judiciário, a exemplo do Supremo, tem avançado sobre a Constituição. Está
bem claro na Constituição aqui: a união familiar é um homem e uma mulher. (…)
Essas decisões aí só vêm a cada vez mais solapar a unidade familiar, os valores
familiares: vai jogar tudo isso por terra”.
Neste ano,
no dia 16 de março, ele voltou a reafirmar sua posição contra o casamento gay,
quando participou do Programa do Ratinho, do SBT. Ele novamente citou a
Constituição Federal para defender sua opinião e, quando questionado pelo
apresentador sobre a decisão do CNJ, ele disse para que tal decisão fosse
legítima, que fosse apresentado uma emenda constitucional para modificar o
inciso 3 do artigo 226 (que trata sobre casamento).
Desarmamento
O
parlamentar é favorável à possibilidade de a população ter porte de armas. Em
2015 ele pediu mudanças no Estatuto do Desarmamento, durante a comissão
especial que estudava o caso, para permitir que o cidadão possa exercer o
direito de se defender por conta própria. Na época ele disse: “o Estado está
falido e o cidadão está praticamente sozinho, porque a Polícia Militar, que faz
o patrulhamento, não tem nem retaguarda jurídica para agir”.
Em junho daquele mesmo ano, quando participou de uma audiência pública em Belo Horizonte, para discutir mudanças
no estatuto, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, ele afirmou que “o
cidadão armado é a primeira linha de defesa de um país que quer ser
democrático. Tem que abrir para o maior número de pessoas ter o porte de
armas”.
Agora em 2017 diante da crise na
área de segurança vivida pelo Espírito Santo, ele voltou a defender a
necessidade de que a população tivesse o direito de ter o porte de armas. Em um vídeo publicado
em sua página no Facebook ele disse: “Resolveram desarmar o cidadão de bem,
então hoje você não tem segurança nem dentro de casa”.
Maioridade
penal
A
maioridade penal, também é um assunto em que Bolsonaro mantém opinião forte. Na
mesma viagem à Belo Horizonte, em 2015, ele defendeu a redução da idade mínima,
de 18 para 16 anos dizendo que “uma deputada defendeu que se um menino de doze
anos, caso se sentisse menina, poderia fazer a cirurgia sem autorização dos pais.
O menino pode cortar o ‘piu piu’ sem a autorização dos pais, mas não pode com
17 anos responder por um crime?”. Durante uma sessão da Comissão Especial do
Estatuto da Família daquele ano, ele reafirmou a opinião de que um menor de
idade tem plena consciência do que faz, e que essa redução de idade protegeria
a sociedade, porque evitaria que um jovem criminoso ficasse solto cometendo
crimes.
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Sempre
Família
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