Médico por formação, mas político durante a
maior parte da vida, o atual governador do estado de São Paulo, Geraldo
Alckmin, ocupa o cargo pela quarta vez e é um dos fundadores do Partido da
Social Democracia Brasileira (PSDB). Em 2006, ele foi o candidato do partido à
presidência da república, perdendo para Lula no segundo turno, com 39,17% dos
votos. Antes disso já havia sido vereador e prefeito em Pindamonhangaba, sua
cidade natal, deputado estadual e federal, secretário estadual de
Desenvolvimento de São Paulo, vice-governador e duas vezes governador, uma
delas em ocasião do falecimento do titular, Mario Covas.
A longa
carreira política e as várias eleições que disputou lhe deram muitas
oportunidades para falar sobre suas convicções morais e religiosas,
rendendo-lhe de modo geral o rótulo de político conservador – categoria à qual
Alckmin jamais admitiu pertencer. Caso o tucano realmente concorra às eleições
presidenciais em 2018, essa alcunha certamente será relativizada devido à
participação praticamente garantida de Jair Bolsonaro (PSC-RJ), um conservador assumido e bastante crítico ao
partido do governador paulista.
Alckmin, aliás, tem dado sinais de que está otimista com a possível candidatura. As pesquisas de opinião,
contudo, tem lhe dado percentuais de intenção de voto tímidos – 10% em pesquisa recente do Data Poder 360 –, inferiores, inclusive, aos números
obtidos por seu colega de partido, o prefeito de São Paulo, João Dória (13%).
Religião
Um dos
boatos mais recorrentes envolvendo Alckmin diz respeito ao seu suposto
envolvimento com o Opus Dei, uma organização católica, pejorativamente chamada
por seus críticos de “ultraconservadora”, devido à fidelidade à doutrina
tradicional da Igreja, e também acusada de certo “secretismo”, por causa da
discrição de seus membros em assumirem-se como tal. Aqueles que alegam ser real
a vinculação resgatam como argumento o fato de que, quando era prefeito de
Pindamonhangaba, Alckmin batizou uma das ruas de sua cidade com o nome de
Josemaria Escrivá de Balaguer, nome do santo fundador do Opus Dei.
Apesar
disso, todas as vezes em que foi questionado sobre a relação, Alckmin afirmou
não pertencer ao grupo, embora tenha admitido que parentes seus eram membros.
“O meu tio é que era da Opus Dei. Eu não vejo nenhum problema na Opus Dei. O
monsenhor Escrivá [Josemaría Escrivá de Balguer (1902-1975), foi o fundador do
Opus Dei] foi beatificado, foi canonizado, é santo da Igreja Católica. Não vejo
nenhum problema. Se eu fosse, eu até lhe diria. Agora, sou católico. Eu
respeito todas as religiões. Na vida, é preciso ter princípios, ter valores que
norteiam a nossa existência, então respeito todas as religiões”, declarou o governador em 2005, noprograma Roda Vida, da TV Cultura.
Em 2006, já na condição de
candidato à presidência da república, voltou a negar o vínculo. “Não sou da
Opus Dei. Respeito quem é, mas não a conheço.”, disse em entrevista à Folha de São Paulo,
em setembro de 2006.
Aborto
Contrário
à legalização da prática, Alckmin já deu várias declarações sobre o tema,
frequentemente afirmando que a legislação brasileira atual é suficiente e que a
prevenção à gravidez, por meio da ampliação de programas de educação sexual,
seria um caminho melhor.
Em 2006, em entrevista à Folha FM,
de Recife, ele afirmou: “Eu não vejo o aborto como solução. Nós já temos
previstos [na lei] casos de aborto para estupro, risco de morte para a mãe. (…)
A solução é evitar a gravidez indesejada. Naquele mesmo ano, durante uma sabatina promovida pelo Grupo Estado, ele defendeu abertamente o planejamento
familiar como meio de se evitar o aborto. “Sou contra (o aborto); sou favorável
ao planejamento familiar. É possível fazer um projeto bem-sucedido, como fiz em
São Paulo, enquanto governador, combatendo a gravidez indesejada, trazendo educação
sexual, trabalho nas escolas e métodos contraceptivos”.
Casamento
gay
Alckmin é
favorável a união civil homossexual. Ao Grupo Estado, em 2006, afirmou: “É um
contrato, não vejo problema”. Declarações semelhantes foram dadas à Folhateen,
no mesmo ano: “Não se trata de casamento. É contrato de união civil. Sou
favorável”
Legalização
das drogas
Alckmin é
contrário à legalização das drogas e defensor do combate aberto ao tráfico de
drogas no país. “Não tenho nenhuma convicção de que legalizando possa melhorar.
Precisamos é combater os grandes”, afirmou em 2014,
durante sua campanha de reeleição ao governo de São Paulo.
Na campanha presidencial que disputou, em 2006, disse que “as drogas
vêm de fora do País. Os policiais estaduais estão perdendo o forte escalão da
droga, pegam moleque que distribui droga no bairro, isso não adianta. O Brasil
não fabrica droga, as drogas vêm de fora. O que precisamos é de polícia de
fronteira, inteligência policial, Polícia Federal e Forças Armadas”. Em entrevista à Folhateen afirmou ser
contra a legalização das drogas de maneira geral, sem abrir exceção à maconha,
por exemplo: “Sou contra [à legalização], porque os especialistas afirmam que a
maconha é uma porta de entrada para drogas mais pesadas”.
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Sempre Família
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