sábado, 29 de fevereiro de 2020

Em Aparecida, CNBB abre Campanha da Fraternidade



A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realiza, neste domingo (1º), às 8h, a missa de abertura nacional da Campanha da Fraternidade de 2020. A celebração acontece no Santuário de Aparecida (SP), templo que abriga a Imagem da Padroeira do Brasil. O presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, preside a Eucaristia, concelebrada pelos representantes da coordenação executiva da Campanha e membros da presidência da Conferência.

"A Basílica de Aparecida é um Santuário Nacional. Por este motivo, o presidente da CNBB vem rezar junto da Padroeira do Brasil para abrir mais solenemente, de forma nacional, a Campanha da Fraternidade. Isso tudo quer dizer: Vamos abraçar essa Campanha da Fraternidade porque ela é vida plena e com sentido para todos", explica o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes.

Durante a celebração, acontecerá a leitura da carta enviada pelo Papa Francisco para a Campanha da Fraternidade deste ano. Na missiva, o Pontífice chama a atenção para a necessidade de fortalecer o valor da vida. Além disso, recorda que a conversão não deve ser separada do serviço aos irmãos e irmãs, "sobretudo os mais necessitados", escreve Santo Padre. 

Tv Evangelizar estreia no canal 42.1 em São Luís (MA)



Desde o dia 14 de fevereiro de 2020 a cidade de São Luís do Maranhão bem como os municípios de Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar pode contar com mais um canal de evangelização, a Tv Evangelizar, que é geradora de conteúdo da Rede Católica da Igreja (RCI) cujo fundador é o Padre Reginaldo Manzotti.

O sonho é de Deus, o mandato é de Jesus Cristo e a missão é nossa. Este não é o sonho de um padre, é uma necessidade da Igreja”, afirmou o sacerdote. E reforçou: “Fique atento, porque novos transmissores serão ligados, novas antenas serão transportadas e a próxima cidade a ter a TV pode ser a sua”. Padre Reginaldo Manzotti também é Embaixador da Pastoral da Pessoa Idosa.

Atualmente, a Obra Evangelizar é considerada benfeitora nacional, pois oferece conteúdo católico gratuito para uma cadeia de mais de 130 TVs-irmãs espalhadas por todo o país, além de 37 canais abertos de televisão e repetidores 24 horas de sua programação. Além disso, 1.589 rádios-irmãs no Brasil e em outros países transmitem parte da programação da Rádio Evangelizar. Sendo assim, a Evangelizar - que já é a maior Rede de Rádios da América do Sul - torna-se agora umas das maiores emissoras Católicas de televisão do Brasil. 

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Homilética: 10º Domingo do Tempo Comum - Ano A: “Eu não vim chamar os justos mas os pecadores”



A Palavra de Deus deste 10º Domingo do Tempo Comum repete, com alguma insistência, que Deus prefere a misericórdia ao sacrifício. A expressão deve ser entendida no sentido de que, para Deus, o essencial não são os atos externos de culto ou as declarações de boas intenções, mas sim uma atitude de adesão verdadeira e coerente ao seu chamamento, à sua proposta de salvação. É esse o tema da liturgia deste dia.

Na primeira leitura, o profeta Oseias põe em causa a sinceridade de uma comunidade que procura controlar e manipular Deus, mas não está verdadeiramente interessada em aderir, com um coração sincero e verdadeiro, à aliança. Os atos externos de culto – ainda que faustosos e magnificentes – não significam nada, se não houver amor (quer o amor a Deus, quer o amor ao próximo – que é a outra face do amor a Deus).

Na segunda leitura, Paulo apresenta aos cristãos (quer aos que vêm do judaísmo e estão preocupados com o estrito cumprimento da Lei de Moisés, quer aos que vêm do paganismo) a única coisa essencial: a fé. A figura de Abraão é exemplar: aquilo que o tornou um modelo para todos não foram as obras que fez, mas a sua adesão total, incondicional e plena a Deus e aos seus projetos.

O Evangelho apresenta-nos uma catequese sobre a resposta que devemos dar ao Deus que chama todos os homens, sem excepção. O exemplo de Mateus sugere que o decisivo, do ponto de vista de Deus, é a resposta pronta ao seu convite para integrar a comunidade do “Reino”. 

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Homilética: 9º Domingo do Tempo Comum - Ano A: "As Obras da Fé"



Erram aquelas pessoas que pensam que basta com aceitar Jesus para serem salvos! Equivocam-se aqueles outros que pensam que é suficiente a mera fé para chegar à vida eterna! Está longe da verdade o individuo que proclama somente com a boca, “Senhor, Senhor”, sem aprofundar essas palavras no coração, tendo-as verdadeiramente como programa de vida.

No mesmo caminho do erro estão aqueles que pensam que para salvar-se basta com não fazer coisas más. Estão equivocados aqueles que confundem a filantropia com a caridade. Mas também estão longe da verdade os que insistem nas obras e diminuem importância à graça e à fé.

Em contra dessas visões parciais se opõe o maravilhoso equilíbrio do Evangelho. Por um lado: “tua fé te salvou” (Lc 8,48) e “tudo é possível ao que crê” (Mc 9,23). Por outro: “nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21) e “Vinde, benditos do meu Pai, tomai posse do Reino (…) porque tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes (…)” (Mt 25,34-36). Poderíamos seguir apoiando as duas caras dessa moeda única com outros textos da Escritura Santa. O mesmo apóstolo que deixou escrito que “o justo viverá pela fé” (Rm 1,17) disse no capítulo seguinte da carta aos Romanos que o juízo de Deus “retribuirá a cada um segundo as suas obras” (Rm 2,6).

Todo cristão deve viver de fé. Mas a fé não é uma mera profissão da boca para fora, não é um mero ato de confiança na misericórdia de Deus, não é somente acreditar que Deus existe. A fé é algo que invade toda a nossa existência: o nosso ser, a nossa inteligência, a nossa vontade, os nossos sentimentos. Quase se poderia dizer que nós não temos fé, mas que a fé nos tem. Somos homens e mulheres de fé. Ao vivermos de fé, perceberemos as consequências da fé em todas as dimensões do nosso existir. O cristão nunca pode desassociar a sua fé da sua vida. Dizer “Senhor, Senhor” na Missa dominical é muito importante, mas é preciso continuar dizendo “Senhor, Senhor” nas vinte quatro horas de cada jornada, não necessariamente com a boca, mas com as nossas ações quotidianas. É preciso proclamar o senhorio de Jesus na família, no trabalho e em todas as demais relações. 

De onde vem o "evangelho" da Sapucaí*


  
1. Um falso evangelho

Existem questões em que não é possível transigir sem trair a própria consciência, assim como há ensinos que não se podem tolerar sem sacrificar a integridade da verdade. Para um cristão, o mais importante, aquilo que está acima de tudo, é a custódia da essência do Evangelho, pois dele depende a nossa salvação individual e a dos demais seres humanos.

Era esta clarividência que constrangia São Paulo a manifestar sem hesitação a sua tempestuosa repreensão à comunidade dos gálatas: “Admiro-me de que, tão depressa, abandonando aquele que vos chamou na graça de Cristo, tenhais passado a outro evangelho” (Gl 1,6). Ele acusa aqueles que tentam “corromper o Evangelho de Cristo” (Gl 1,7) e diz por duas vezes que quem o fizer, mesmo que seja um anjo do céu, “é anátema” (Gl 1,8), isto é, excomungado. O Apóstolo chega a repreender São Pedro por sua dissimulação (cf. Gl 2,11-15) e diz que os gálatas, depois de terem “começado no espírito, terminam na carne” (Gl 3,6).

Toda a Epístola é uma chuva de repreensões contra a leviandade de se passar a um outro “evangelho”.

2. Restrição seletiva dos conteúdos do Evangelho

Nos últimos dias, os cristãos do Brasil mais uma vez foram provocados através das manifestações blasfemas de uma escola de samba que usou a imagem Cristo identificando-a com aquilo que os marxistas chamam de lumpemproletariado, o extrato maltrapilho da sociedade, e tudo naquele conhecido contexto de sincretismo e sensualidade que caracterizam o carnaval. Até aqui, sem novidades. Infelizmente, a blasfêmia e o sacrilégio são bastante habituais nestes ambientes contestatórios das raízes cristãs da sociedade.

O problema real começa quando vemos pessoas cristãs que apresentam tais manifestações como expressão da Palavra de Deus, a tal ponto de atribuir-lhes a alcunha de “O Evangelho da Sapucaí”. Como isso é possível? Por que estas pessoas não conseguem enxergar que este não é o Cristo da Revelação? Qual a dificuldade de perceberem que Cristo não foi anunciado, mas usado para promover ideologias, num caldo de depravação e excessos que, antes de honrá-lo, o ultrajam, juntamente com todos os seus discípulos?

Deixando de lado a cegueira política de quem se esqueceu de Deus e o trocou por um partido, precisamos perceber que restringir o Evangelho a certos conteúdos humanistas, apresentando-os como se fossem o todo, é o modo mais fácil de pervertê-lo, ainda mais quando, com isto, se induz as pessoas ao pecado, à transgressão de todos os dez mandamentos. Escolhe-se dos conteúdos do Evangelho o que mais se adapta à própria ideologia e silenciam-se os conteúdos incômodos. Mas o problema fica ainda mais nítido quando nos confrontamos justamente com o todo do Evangelho. 

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Em lançamento da CF 2020, dom Joel chama a atenção para não naturalização das agressões à vida


“Será que não estamos nos acostumando com a agressão cotidiana à vida e com a morte em suas diversas formas?” Com essa pergunta provocativa o bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Joel Portella Amado deu início à sua fala na cerimônia de lançamento da Campanha da Fraternidade (CF) 2020 realizada hoje, dia 26 de fevereiro, na sede da entidade em Brasília (DF).

A Campanha da Fraternidade 2020 tem como tema: “Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso” e o lema a bíblico, extraído de Lucas 10, 33-34, é: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”.

Segundo dados sistematizados no Texto-Base da CF 2020:

“No Brasil, 22,6% das crianças e adolescentes entre 0 e 14 anos vivem em situação de extrema pobreza. 11,7 mil crianças e adolescentes foram vítimas de homicídio em 2017. Em 2016, houve no país 11.433 mortes por suicídio, uma média de 31 casos por dia.

Nos 6 primeiros meses de 2018, os acidentes de trânsito provocaram mil mortes e 20 mil casos de invalidez permanente no país. Em 2017, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE), o Brasil era 9º país mais desigual do planeta em distribuição de renda.”

O secretário-geral da CNBB disse ser necessário indagar se realmente são necessárias estatísticas para perceber que, em nossos dias, a vida vem sendo fortemente desrespeitada. Dom Joel citou, como exemplo, o tema da violência ostensiva – tema das Campanhas de 1983 e 2018. Para dom Joel, a lista de morte é grande e já a conhecemos: “mortes nas ruas através de balas perdidas, morte nas macas dos hospitais, morte por causa da fome, do desemprego, morte no campo, nas aldeias indígenas e morte entre os jovens”.

A Campanha da Fraternidade, destacou o secretário-geral da CNBB, quer alertar para duas atitudes a indiferença e a crença de que a morte só é vencida pela própria morte. “Essa é atitude de quem se esquece da Campanha da Fraternidade de 2018 e acaba pregando a superação da violência através da própria violência”, disse. 

Mensagem do Papa Francisco por ocasião da Campanha da Fraternidade 2020


MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
AOS FIÉIS BRASILEIROS POR OCASIÃO DA
CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2020


Queridos irmãos e irmãs do Brasil!

Iniciamos a Quaresma, tempo forte de oração e conversão em que nos preparamos para celebrar o grande mistério da Ressurreição do Senhor. Durante quarenta dias, somos convidados a refletir sobre o significado mais profundo da vida, certos de que somente em Cristo e com Cristo encontramos resposta para o mistério do sofrimento e da morte. Não fomos criados para a morte, mas para a vida e a vida em plenitude, a vida eterna (cf. Jo 10,10).

Alegro-me que, há mais de cinco décadas, a Igreja no Brasil realize, no período quaresmal, a Campanha da Fraternidade, anunciando a importância de não separar a conversão do serviço aos irmãos e irmãs, sobretudo os mais necessitados. Neste ano, o tema da Campanha trata justamente do valor da vida e da nossa responsabilidade de cuidá-la em todas as suas instâncias, pois a vida é dom e compromisso; é presente amoroso de Deus, que devemos continuamente cuidar. De modo particular, diante de tantos sofrimentos que vemos crescer em toda parte, que “provocam os gemidos da irmã terra, que se unem aos gemidos dos abandonados do mundo, com um lamento que reclama de nós outro rumo” (Carta Enc. Laudato Si’, 53), somos chamados a ser uma Igreja samaritana (cf. Documento de Aparecida, 26).

Por isso, estejamos certos de que a superação da globalização da indiferença (cf. Exort. ap. Evangelii gaudium,54) só será possível se nos dispusermos a imitar o Bom Samaritano (cf. Lc 10,25-37). Esta Parábola, que tanto nos inspira a viver melhor o tempo quaresmal, nos indica três atitudes fundamentais: ver, sentir compaixão e cuidar. À semelhança de Deus, que ouve o pedido de socorro dos que sofrem (cf. Sl 34,7), devemos abrir nossos corações e nossas mentes para deixar ressoar em nós o clamor dos irmãos e irmãs necessitados de serem nutridos, vestidos, alojados, visitados (cf. Mt 25, 34-40). 

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2020: «Em nome de Cristo, suplicamo-vos: reconciliai-vos com Deus» (2 Cor 5, 20)


MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA A QUARESMA DE 2020
  
«Em nome de Cristo, suplicamo-vos: reconciliai-vos com Deus» (2 Cor 5, 20)
  
Queridos irmãos e irmãs!

O Senhor concede-nos, também neste ano, um tempo propício para nos prepararmos para celebrar, de coração renovado, o grande Mistério da morte e ressurreição de Jesus, perne da vida cristã pessoal e comunitária. Com a mente e o coração, devemos voltar continuamente a este Mistério. Com efeito, o mesmo não cessa de crescer em nós na medida em que nos deixarmos envolver pelo seu dinamismo espiritual e aderirmos a ele com uma resposta livre e generosa.

1. O Mistério pascal, fundamento da conversão

A alegria do cristão brota da escuta e receção da Boa Nova da morte e ressurreição de Jesus: o kerygma. Este compendia o Mistério dum amor «tão real, tão verdadeiro, tão concreto, que nos proporciona uma relação cheia de diálogo sincero e fecundo» (Francisco, Exort. ap. Christus vivit, 117). Quem crê neste anúncio rejeita a mentira de que a nossa vida teria origem em nós mesmos, quando na realidade nasce do amor de Deus Pai, da sua vontade de dar vida em abundância (cf. Jo 10, 10). Se, pelo contrário, se presta ouvidos à voz persuasora do «pai da mentira» (Jo 8, 44), corre-se o risco de precipitar no abismo do absurdo, experimentando o inferno já aqui na terra, como infelizmente dão testemunho muitos acontecimentos dramáticos da experiência humana pessoal e coletiva.

Por isso, nesta Quaresma de 2020, quero estender a todos os cristãos o mesmo que escrevi aos jovens na Exortação apostólica Christus vivit: «Fixa os braços abertos de Cristo crucificado, deixa-te salvar sempre de novo. E quando te aproximares para confessar os teus pecados, crê firmemente na sua misericórdia que te liberta de toda a culpa. Contempla o seu sangue derramado pelo grande amor que te tem e deixa-te purificar por ele. Assim, poderás renascer sempre de novo» (n. 123). A Páscoa de Jesus não é um acontecimento do passado: pela força do Espírito Santo é sempre atual e permite-nos contemplar e tocar com fé a carne de Cristo em tantas passoas que sofrem.

2. Urgência da conversão

É salutar uma contemplação mais profunda do Mistério pascal, em virtude do qual nos foi concedida a misericórdia de Deus. Com efeito, a experiência da misericórdia só é possível «face a face» com o Senhor crucificado e ressuscitado, «que me amou e a Si mesmo Se entregou por mim» (Gl 2, 20). Um diálogo coração a coração, de amigo a amigo. Por isso mesmo, é tão importante a oração no tempo quaresmal. Antes de ser um dever, esta expressa a necessidade de corresponder ao amor de Deus, que sempre nos precede e sustenta. De facto, o cristão reza ciente da sua indignidade de ser amado. A oração poderá assumir formas diferentes, mas o que conta verdadeiramente aos olhos de Deus é que ela escave dentro de nós, chegando a romper a dureza do nosso coração, para o converter cada vez mais a Ele e à sua vontade.

Por isso, neste tempo favorável, deixemo-nos conduzir como Israel ao deserto (cf. Os 2, 16), para podermos finalmente ouvir a voz do nosso Esposo, deixando-a ressoar em nós com maior profundidade e disponibilidade. Quanto mais nos deixarmos envolver pela sua Palavra, tanto mais conseguiremos experimentar a sua misericórdia gratuita por nós. Portanto não deixemos passar em vão este tempo de graça, na presunçosa ilusão de sermos nós o dono dos tempos e modos da nossa conversão a Ele. 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Campanha da Fraternidade 2020: acesse os materiais oficiais



Neste ano, a Campanha da Fraternidade (que inicia hoje, na Quarta-feira de Cinzas) nos convida a olhar, de modo mais atento e detalhado, para a vida. A proposta foi inspirada pelo lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34). O trecho, extraído da Parábola do Bom Samaritano, encoraja, a partir de Jesus Cristo, a servir com espírito de humanidade, cuidado e amor para com o próximo, sementes de fraternidade.

Uma das representações de “bom samaritano dos nossos tempos” é a Santa Dulce dos Pobres, o Anjo Bom da Bahia. Por isso, sua imagem é apresentada em perspectiva de destaque no cartaz da CF. Na ilustração, as pessoas que a cercam simbolizam uma população vulnerável, que clama por vida em plenitude. É possível perceber também a pluralidade que engloba diferentes faixas etárias, etnias e outras particularidades típicas de uma população multicultural, em um país com dimensões continentais como o Brasil.

O cenário escolhido para a composição do desenho foi o bairro do Pelourinho, localizado na capital do estado da Bahia, Salvador, berço de nascimento de Santa Dulce, representação de um Brasil de tantos lugares e culturas. As pessoas estão na rua, área comum de encontro e convívio, mas também onde se vivenciam dores e angústias.

Na arte, como explica o texto-base, foi aplicada a técnica de mosaico. Nela, cada peça desempenha um importante papel para a formação completa do desenho. “De modo mais evidente, a composição expressa a viva unidade na diversidade de dons e serviços que nos animam a construir uma sociedade mais sensível e comprometida com as necessidades de nossos irmãos e irmãs e de todo o planeta”, aponta o texto-base. 

Apesar de pedido da Arquidiocese do Rio, Mangueira promove desfile blasfemo no Carnaval



Na noite deste domingo, 23, a Estação Primeira de Mangueira protagonizou um desfile repleto de ofensas ao cristianismo, representando Jesus como uma mulher, ridicularizando a fé católica e exaltando valores defendidos pela chamada teologia da libertação, condenada por São João Paulo II, mesmo após um pedido prévio da Arquidiocese do Rio de Janeiro para que a tradicional escola de samba carioca não ofendesse o sentimento religioso dos milhões de católicos brasileiros.

O tema do desfile da Estação Primeira da Mangueira foi tomado da passagem bíblica de Jo 8,32, em que que Jesus diz “A verdade vos libertará”. Entretanto, longe de exaltar valores religiosos, a escola protagonizou uma série de ofensas aos cristãos começando por ridicularizar a figura de Jesus Cristo ao representá-lo como uma mulher no desfile.

Quem associou o tema da Mangueira à teologia da libertação foi um dos seus maiores expoentes no Brasil, o ex-franciscano Leonardo Boff, que se define como ecoteólogo de matriz católica e cujos ensinamentos de algumas obras foram questionados pelo então Cardeal Joseph Ratzinger.

Em entrevista em um portal de notícias da Band, Boff comentou o samba enredo da Mangueira afirmando que partilha com a escola de samba carioca a visão de um Jesus Cristo mais humano – menos o Jesus Glorioso, mais o amigo e defensor dos pobres.

“Essa dimensão de Jesus foi especialmente enfatizada pela Teologia da Libertação, que tem nos oprimidos e nos crucificados na história seu ponto de partida e de ação. Ela quer, como Jesus, libertar toda esta gente. Essa é a mensagem clara do enredo da Mangueira”, declara o teólogo, que critica a reação mais extremista ao trabalho de Vieira: “os ultra-conservadores de hoje representam os que tramaram a liquidação de Jesus”.

“A Mangueira, com seu enredo e sua arte, fez uma pregação melhor do que qualquer uma, de padre, de bispo ou de cardeal”, afirmou Boff ao Portal Setor1.

O carnavalesco e idealizador do desfile é Leandro Vieira, que diz que a temática do desfile era de cunho social e não visava ofender a religião. Vieira quis apresentar um “Jesus da gente”, nascido no morro e que assume os diversos rostos dos moradores da favela, e para tal representou-o como uma mulher acorrentada com uma coroa de espinhos em uma das alas, como um jovem negro crucificado em um carro alegórico e sendo golpeado pela polícia como um ladrão.

Segundo o G1, site de notícias do grupo Globo, “Leandro diz que não inventou nada na história. Ao contrário, para criar o enredo, além de ler a Bíblia, ouviu padres, pastores e teólogos e fez uma vasta pesquisa sobre o tema. Ele diz que as fantasias e alegorias têm objetivo de chamar a atenção para crimes de ódio e intolerância.”

Leandro Vieira não especifica quais padres, teólogos ou grupos cristãos ele ouviu em sua pesquisa. Entretanto, a mesma matéria de 29 de janeiro veiculada pelo G1, fala de um encontro de Leandro com Tábata Tesser, uma das líderes das auto-proclamadas Católicas Pelo Direito de Decidir em São Paulo, que são um grupo ligado ao feminismo que promove o Aborto e a ideologia de Gênero, em aberta contradição à doutrina Católica.

"Grupos que pregam o obscurantismo, o conservadorismo radical, vão ver blasfêmia no desfile. Os verdadeiros cristãos vão perceber que o samba é um hino que poderia ser cantado nas igrejas pelos grupos jovens", disse Tesser ao G1 e enfatizou: "A Mangueira está resgatando os valores do humanismo e contando a história de Jesus, esse homem que pode assumir outras formas. E que esse mundo tão intolerante precisa conhecer”, disse Tábata.

Antes do desfile, ao tomar conhecimento do tema e do samba enredo da Estação Primeira de Mangueira, a Arquidiocese do Rio manifestou-se junto de outras 17 entidades religiosas pedindo que os responsáveis evitassem o desrespeito à fé católica. A carta é assinada por Claudine Milione Dutra, Coordenadora Jurídica da Mitra Arquidiocesana do Rio de Janeiro.

A missiva da arquidiocese da capital fluminense, datada em 23 de janeiro de 2020 expressava:

“Solicitamos que, pautados nos princípios da boa fé, tolerância e respeito sejamos ouvidos em nosso intuito de instá-los a observar atenciosamente o próximo desfile, para que este seja realizado de modo a não ofender, chocar, agredir ou escarnecer da fé de centenas de milhões de brasileiros e de bilhões de pessoas no mundo inteiro. A liberdade de expressão é um excelente instrumento para instaurar no nosso país a cultura da paz, da justiça e do amor humano, por isso, não pode jamais se prestar a incitar o ódio. Ainda mais em um palco com a visibilidade que oferece o Carnaval do Rio de Janeiro.

“Diante desse contexto, gostaríamos de exortá-los a realizar uma reflexão acerca do desfile carnavalesco a ser realizado neste ano de 2020, de tal maneira que se respeite a fé das pessoas”.

“Pedimos um momento de reflexão para que seja evitada qualquer ofensa ao sentimento religioso, valor tão caro à nossa sociedade”, afirmava a carta enviada à Liga das Escolas de Samba do Rio. 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Eutanásia em Portugal: Bispos reafirmam apoio a todas as iniciativas em defesa da vida


A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) reafirmou que “acompanha e apoia todas as iniciativas que continuarão a decorrer pela defesa da vida e contra a eutanásia”, após a votação na Assembleia da República que culminou na aprovação da eutanásia em Portugal.

Em votação na quinta-feira, 20 de fevereiro, os parlamentares portugueses aprovaram cinco projetos de lei que preveem a despenalização da eutanásia no país. As iniciativas tiveram seus textos aprovados na generalidade, de modo que cabe agora encontrar um texto comum que reúna seu conteúdo para que o projeto de lei seja novamente votado pela assembleia e posteriormente submetido à aprovação ou veto do presidente Marcelo Rebelo de Sousa.

Após o resultado, a CEP publicou uma nota assinada por seu porta-voz, Padre Manuel Barbos, na qual afirma que assistiu “com enorme tristeza” a decisão da Assembleia da República.

Nesse sentido, reitera o que já havia afirmado em um comunicado contrário a tais projetos de 11 de fevereiro, “em profunda sintonia com o Papa Francisco, o qual fez um apelo aos profissionais de saúde, na mensagem para o Dia Mundial do Doente, para “terem em vista constantemente a dignidade e a vida da pessoa, sem qualquer cedência a atos como a eutanásia, o suicídio assistido ou a supressão da vida, mesmo se o estado da doença for irreversível”.

Além disso, destaca as palavras do presidente da CEP e Patriarca de Lisboa, Cardeal Manuel Clemente, o qual declarou à Agência Ecclesia, do episcopado português, que “aquilo que importa enquanto Igreja, e importa a muitas outras forças da sociedade civil – a maior parte delas nem são propriamente presenças religiosas, são profissionais e de outras áreas – e até inter-religiosas, é que a vida seja devidamente contemplada em todo o arco existencial, independentemente do que possa acontecer legislativamente”.

Portugal: Instituições católicas de saúde afirmam que não aplicarão a eutanásia


Duas redes católicas que prestam serviços de saúde em Portugal afirmaram neste dia 20 de fevereiro que não aplicarão a eutanásia a seus pacientes de modo algum, mesmo que tal prática seja aprovada no debate que ocorre nesta quinta-feira na Assembleia da República.

Por meio de comunicados, tanto o Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) como o Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus reforçaram sua posição a favor dos cuidados paliativos, contrária à eutanásia, a qual afirmam que não praticarão em seus estabelecimentos de saúde.

As Irmãs Hospitaleiras reiteraram, no comunicado publicado em seu site e divulgado pela Agência Ecclesia – do episcopado português –, a “fidelidade aos princípios do respeito pela vida humana, sagrada e inviolável, a promoção das melhores práticas clínicas ao serviço do cuidado com a dignidade, do alívio do sofrimento e do conforto na atenção, especialmente quando a vida é mais vulnerável”.

Nesse sentido, expressaram, “não será permitido em nenhum dos estabelecimentos de saúde dirigidos por este Instituto a prática de atos contrários a estes princípios, nomeadamente aqueles que possam abreviar a morte intencionalmente a pedido do doente”.

As Hospitaleiras assinalam ainda que seguirão aplicando “todos os esforços para continuar a oferecer uma atenção e cuidado humanizado, integral e interdisciplinar a favor da saúde e da qualidade de vida das pessoas que se encontram aos nossos cuidados nos âmbitos não só físico, mas também psicológico, social, espiritual e ético”.

A Instituição, “que há quase 140 anos se dedica ao cuidado dos mais frágeis”, expressa ainda seus votos de que os políticos “se empenhem em definir as melhores políticas que promovam a criação e organização dos recursos necessários e urgentes para atender e acompanhar aqueles que experimentam a fragilidade, a doença e o sofrimento”.

“E como sinal essencial de uma sociedade verdadeiramente desenvolvida, se rejeite a legalização da eutanásia”, pedem as Irmãs Hospitaleiras, concluindo que “a resposta à vida não se encontra na morte, mas sim na humanização, na proximidade e na compaixão, entendida no seu sentido, ou seja, o acompanhamento incondicional à dor de quem a sofre”.

Por sua vez, o Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) declarou por meio de comunicado divulgado pela Agência Ecclesia que, frente ao debate sobre a despenalização da eutanásia no parlamento português, “decidem tornar público que, nas suas instituições, não praticarão a eutanásia a nenhum título”.

A UMP, explica Ecclesia, “é uma associação de âmbito nacional, criada em 1976 para orientar, coordenar, dinamizar e representar as Misericórdias, defendendo os seus interesses e organizando atividades de interesse comum”.

Em seu comunicado, a entidade assinala que “nos últimos 40 anos, [as Misericórdias] têm consagrado o melhor da sua atividade a cuidar das pessoas, nomeadamente os mais idosos, muitas vezes em situações de extrema dificuldade sempre com o objetivo de lhes assegurar dignidade, cidadania e qualidade de vida”.

Assim, indicam que “não podem deixar de manifestar uma vez mais” aos portugueses, ao presidente da República, ao primeiro-ministro, a todo governo e aos deputados, “a sua total disponibilidade para reforçar a sua capacidade de cuidar das pessoas”, para “criar na sociedade todas as condições para uma vida plena e digna”.

Além disso, diante de uma possível aprovação da eutanásia, explicam que no “respeito pela pessoa humana e pela liberdade individual”, no caso de um paciente “desejar apoio para colocar termo à vida”, as Misericórdias vão facilitar a transferência deste para “uma entidade certificada que o queira e possa fazer”.

Deputados pedem retirada de imagem blasfema da Virgem Maria de exposição no Rio



Deputados estaduais do Rio de Janeiro denunciaram e pediram a retirada de uma mostra blasfema que está em exposição em um espaço da prefeitura, na qual a Virgem Maria é representada com um seio a mostra e um órgão masculino.

A exposição está no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, espaço da Secretaria Municipal de Cultura do Município do Rio de Janeiro.

Na quarta-feira, o deputado estadual católico Márcio Gualberto esteve no local e gravou um vídeo, disponibilizado em suas redes sociais, e denunciou que se trata de uma exposição que “exibe um absurdo escárnio da fé cristã”.

“A pergunta que eu faço é se isso aqui deveria estar em um espaço administrado pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Evidentemente que não. É de um extremo mau-gosto, no mínimo”, declarou o parlamentar no vídeo.

O deputado mostra, então, uma das obras que traz “um oratório estilizado, uma imagem grotesca de uma mulher representando a Virgem Maria, com um dos seios a mostra e, por incrível que pareça, em uma extrema atitude de mau-gosto e de desrespeito”, com um órgão masculino a mostra.

“Mas, não para por aí – indica Gualberto –, ao lado da imagem, tem a seguinte frase: ‘Deus acima de tudo, gozando acima de todos’”, que faz referência a frase utilizada na campanha do presidente Jair Bolsonaro, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

Ministra Damares Alves é recebida na CNBB e destaca importância da igreja


A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, foi recebida, foi recebida pela presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na quarta-feira, 19 de fevereiro, ocasião em que destacou a importância da igreja na ajuda aos que mais necessitam.

Participaram do encontro na sede da CNBB, em Brasília, o Arcebispo de Porto Alegre (RS) e primeiro vice-presidente da CNBB, Dom Jaime Spengler, o Bispo de Roraima (RR) e segundo vice-presidente, Dom Mário Antônio da Silva, e o Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da entidade, Dom Joel Portella Amado.

Após o encontro, a ministra Damares Alves contou em uma postagem em seu perfil no Twitter que discutiram “parcerias nas ações sociais em defesa da criança, de mulheres, idosos e muitas outras pautas”.

“A igreja está lá na ponta e pode nos ajudar a espalhar ações do bem”, acrescentou.

    Oi, gente. Acabei de sair de uma maravilhosa reunião com Dom Jaime Spengler e demais membros da CNBB. Discutimos parcerias nas ações sociais em defesa da criança, de mulheres, idosos e muitas outras pautas. A igreja está lá na ponta e pode nos ajudar a espalhar ações do bem. pic.twitter.com/caSNgTm5UP
    — Damares Alves (@DamaresAlves) February 19, 2020

Por sua vez, o primeiro vice-presidente da CNBB expressou ao site da entidade que “é sempre motivo de alegria quando podemos colaborar com as instituições que se preocupam com a promoção e cuidado da vida”.

“Eu creio que estabelecemos um canal de diálogo muito positivo e naquilo que pudermos colaborar, sobretudo na promoção de valores que nos unem, estaremos juntos”, afirmou.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Romaria do Terço dos Homens reúne mais de 80 mil pessoas no Santuário de Aparecida



Em sua 12ª edição, a Romaria Nacional do Terço dos Homens reuniu mais de 80 mil pessoas no Santuário de Aparecida (SP), no último fim de semana, em um evento que pela primeira vez contou com três dias de programação.

Entre os momentos centrais da Romaria esteve a Missa Solene, celebrada na Tribuna Dom Aloísio Lorscheider, no sábado, 15 de fevereiro. Pela primeira vez, a Celebração Eucarística foi campal, para oferecer mais espaço e segurança aos participantes.

A Missa foi presidida pelo Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, e concelebrada pelo Arcebispo de Juiz de Fora (MG) e Bispo referencial para o Terço dos Homens, Dom Gil Antônio Moreiro, além do reitor do Santuário, Pe. Eduardo Catalfo, e outros sacerdotes.

“Terço dos homens é um sinal dos tempos. O Terço dos homens é um novo rosto da igreja do Brasil. O Terço dos Homens é uma rede que se está lançando para pescarmos cada vez mais pessoas para Jesus Cristo”, exclamou Dom Brandes durante sua homilia, de acordo com o portal A12, do Santuário de Aparecida.

O Prelado reforçou o convite a rezar o terço, ressaltando os benefícios desta oração. Segundo ele, “o terço na história de Aparecida é a oração dos milagres, onde nós obedecemos a Mãe que nos disse: ‘Fazei tudo o que Ele vos disser’”.

“Mãe querida, que nós sejamos o Terço que rezamos... O 'Agora' da Ave-maria nos compromete a ser aquilo que rezamos”, pediu. 

"China quer a rendição do Vaticano", afirma Cardeal



O Bispo emérito de Hong Kong (China), Cardeal Joseph Zen Ze-kiun, afirmou em uma recente visita aos Estados Unidos que o governo comunista chinês quer a rendição do Vaticano e previu o fim da igreja clandestina ou subterrânea no país asiático, como são conhecidos os católicos que permanecem fiéis à Santa Sé.

“A situação é muito ruim e a fonte disso não é o Papa que não sabe muito sobre a China. O Santo Padre Francisco tem um carinho especial por mim”, disse o Cardeal Zen à CNA, agência em inglês do Grupo ACI.

Agora, continuou o Cardeal, "estou lutando contra Parolin porque as coisas ruins vêm dele". O Purpurado chinês se referiu assim ao Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano.

"Você não pode se comprometer" com o Partido Comunista Chinês porque eles são "perseguidores" da fé, continuou o Cardeal Zen. "Eles querem a rendição total. Isso é comunismo”, acrescentou.

A entrevista de CNA com o Cardeal Zen foi realizada em 11 de fevereiro, durante sua visita ao Capitólio em Washington, D.C., (Estados Unidos), onde se reuniu com alguns congressistas no escritório do representante republicano de Nova Jersey, Chris Smith. Respeitando o pedido do Purpurado chinês, nenhuma foto foi tirada do evento ou do diálogo da agência do Grupo ACI com ele.

Smith disse à CNA que o Cardeal Zen é "um São Paulo do nosso tempo, pois ele não é apenas um santo e eficaz testemunho do Evangelho de Jesus Cristo, mas um homem de grande verdade sobre o que realmente está acontecendo na China".

Durante a reunião, o Cardeal e os membros do Congresso dialogaram sobre o programa de "sinização" da prática religiosa da China e sobre os grandes esforços do governo para submeter e controlar as religiões no país.

Entre outras coisas, o Cardeal explicou aos legisladores que a celebração do Natal foi proibida na China, as bíblias foram reescritas por ordem das autoridades regionais e há uma queda nas vocações.

Em 2018, o Vaticano e a China assinaram um acordo para a eleição dos bispos. Esperava-se que isso unificasse a Igreja no país, de modo que a Associação Católica Patriótica Chinesa, que está sob controle do governo, alcançasse a comunhão com a Santa Sé e se juntasse à Igreja clandestina ou subterrânea que sempre permaneceu fiel a Roma.

Segundo um relatório de janeiro da Comissão do Congresso dos Estados Unidos sobre a China, as violações dos direitos humanos no país asiático se intensificaram em 2019 e a perseguição contra os católicos aumentou.

"A Igreja está sendo cada vez mais perseguida", disse o Cardeal Zen, "ambas, a Igreja oficial e a clandestina".

A Igreja clandestina, lamentou, "está condenada a desaparecer", porque os bispos mais idosos estão morrendo e não se nomeiam sucessores, o que significa que não estão sendo ordenados novos sacerdotes.

Quando os fiéis se aproximam dele para perguntar como pode agora ajudar a Igreja, o Cardeal assinalou à CNA que ele lhes diz que “não posso fazer nada. Não tenho voz no Vaticano. Simplesmente nada".

"E a situação para a Igreja Católica é, humanamente falando, desesperadora", disse o Cardeal Zen.