Um
dia, Frei Leão, o fiel "secretário" do Poverello, sempre atento a
tudo o que acontecia na vida do Pai e Irmão Francisco, o ouviu a chorar, a
poucos metros desta Basílica, e, mesmo com certa dificuldade, conseguiu ouvir
aquelas célebres palavras do “Estigmatizado da Verna”: “o amor não é amado”, “o
amor não é amado”. Com muito respeito, como o que tem aquele que entra no
santuário da mais profunda intimidade de um homem de Deus, Leão pergunta:
“Porque choras, Frei Francisco?”. Francisco não responde, apenas continua a
dizer: “o amor não é amado”, “o amor não é amado”…
Leão, talvez para
consolá-lo, mas totalmente convencido do que dizia, interrompe o choro de
Francisco e lhe diz: “Mas Francisco, não te parece que já fizeste o bastante
por Jesus deixando o teu pai e a tua mãe, os teus amigos e um futuro de
glória?” E Francisco responde: “Não, não é o bastante”.
“Mas Francisco” -
continua dizendo Leão – “não te parece que já fizeste o bastante despindo-te de
tuas vestes diante de todos, pedindo esmola pela estradas de tua [própria]
cidade, abraçando um leproso... de tal forma a ser considerado um
louco?”. “Não, não é o bastante”, responde de novo Francisco.
Pela terceira vez,
Leão insiste: “Francisco, não te parece suficiente sofrer como estás sofrendo
por causa dos Estigmas, da rebelião dos Ministros, da enfermidade nos olhos?”.
E, mais uma vez, Francisco, desta vez com voz forte, grita: “Não, não é o
bastante, não é o bastante, não é o bastante!”. E conclui: “Escreva e guarde em
teu coração, Frei Leão, Deus é o ‘nunca é o bastante’...”.
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Disponível em: Pale
Ideas
Tradução de Giulia d’Amore
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