A
palavra “queer”, em inglês, significa “diferente, esquisito,
estranho, bizarro”. E os teóricos “queer” sustentam que a
personalidade humana seria espontaneamente assim: “diferente,
esquisita, estranha, bizarra”.
Assim
como uma árvore “cresce” de modo errático, isto é,
imprevisivelmente, sem um curso definido, anormativa, irregular, a
não ser que seja “endireitada” por alguma trave que delineasse
retilineamente seu curso, seus contornos, a personalidade humana
seria também esdrúxula, não fosse uma trave que a enquadrasse em
limites odiosamente deterministas: a heteronormatividade.
Heteronormatividade,
para eles, é esta ideologia sexista que cataloga a identidade de
acordo com a biologia dos corpos: se você nasce macho, é homem; se
fêmea, mulher.
Contudo,
ressignificada a trave, esvaziada de conteúdo a heteronormatividade,
a humanidade poderia retornar à indefinição basal de sua própria
identidade.
Daí
o conceito de “gênero”, que serve como instrumento para a
dessignificação de qualquer identidade. Precisaríamos reconquistar
a indefinição. Esta seria a libertação perfeita, que nos
alforraria das determinações e nos abriria para a verdade de que,
no fundo, o normal é ser estranho, troncho; o normal é ser anormal.
O
problema central desta argumentação é que esta repousa sobre um
PRINCÍPIO FALSO DE COSMOLOGIA: a ideia de que a natureza seria
ERRÁTICA. Nada mais absurdo!
Os
entes naturais se movem não a esmo, mas de acordo com pautas muito
bem determinadas, a partir de informações que possuem
inconscientemente, dentro de si, programando-os de acordo com uma
direcionalidade muito clara, estudável, teorizável. É para isso
que existem as ciências naturais!
Assim,
uma árvore não cresce “queer” simplesmente: é a interação de
sua própria “fisiologia” com o ambiente em que se encontra que
causa aquele crescimento. A árvore se “estica” em busca de luz e
umidade, seus alimentos, e isso não é nada “queer”, é mega
determinado.
Obviamente,
a natureza humana não é vítima de um determinismo biológico, mas
possui racionalidade; a pessoa é capaz de interpretar suas próprias
inclinações naturais equacionando-as em vista do próprio bem
humano integral, o que supõe a aceitação de si, das próprias
determinações, não se as enxergando como limites detestáveis, mas
como pauta nas quais escreve a própria biografia, livre, mas não
aleatória e irresponsável.
Na
verdade, a tal da “heteronormatividade” da qual dizem nos querer
libertar, quando vista no arco de todo o desenvolvimento histórico,
apresenta-se-nos como um dos fenômenos mais onipresentes e
espontâneos que abraçam a totalidade das culturas humanas. Não
surge diante de nós como uma “trave” artificial, um estorvo de
que nos seria grato o livramento. Nestes termos, inexiste.
Antes,
é esta “gêneronormatividade” que se nos quer impor como
superestrutura (ou, para utilizar o ludíbrio deles,
super-superestrutura) aniquiladora de nossa espontaneidade.
De fato, para que tanto ardil, se o “heteronormativo” é irreal?, para que tanto esforço de desconstrução ou ressignificação do que chamam de “binarismo”, se este é meramente ideológico, enganoso?…
A
realidade é evidente: os teóricos de gênero são verdadeiros
“ideólogos”, querem nos sufocar na indefinição, nos expropriar
de nós mesmos. A “gêneronormatividade” é a trave que nos quer
impedir de simplesmente e espontaneamente ser como somos há
milênios, sem rótulos de “queer” ou “no queer”,
simplesmente ser!
Daí,
todas as absurdidades que eles atribuem à artificialidade do
heteronormativo, inexistindo este, se imputam à gêneronormatividade:
a produção de invisibilidades, de desigualdade, violência,
opressão etc. Este é o abuso mais absurdo, o desrespeito soberano,
o autoritarismo assassino, o totalitarismo mais estrangulador.
O
ser humano, até hoje livre, em se tornando gêneronormativo, se
comprimirá numa personalidade vazia, indefinida, incapaz de se
conhecer, e, desconhecendo-se, ignorante do cosmos, da verdade, do
bem, de Deus…
Padre
José Eduardo
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