O Papa Francisco assegurou que a possibilidade
de ordenar “viri probati”, homens idosos e casados de comprovada virtude que
possam remediar a ausência de sacerdotes em certas regiões, não será um tema
central do próximo Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, que acontecerá em
outubro, em Roma.
Em uma entrevista publicada nesta sexta-feira,
9 de julho, no jornal italiano ‘La Stampa’, o Santo Padre negou que este seja
um dos principais temas do Sínodo: “Absolutamente não", assegurou
Francisco. “É simplesmente um número do Instrumentum Laboris. O importante
serão os ministros da evangelização e as diferentes formas de evangelizar”.
Na entrevista, o Pontífice disse que este
evento, que acontecerá de 6 a 27 de outubro, "é filho da Laudato si’. Quem
não a leu, nunca compreenderá o Sínodo na Amazônia”.
Francisco enfatizou que "Laudato si’ não
é uma encíclica verde, é uma encíclica social baseada em uma realidade 'verde',
a proteção da Criação".
Além disso, ressaltou que a razão pela qual
foi decidido centrar no Sínodo na Amazônia é por causa da natureza emblemática
deste espaço natural. “É um lugar representativo e decisivo. Junto com os
oceanos, contribui decisivamente para a sobrevivência do planeta”.
“Muito do oxigênio que respiramos vem de lá.
Portanto, o desmatamento significa matar a humanidade”.
Afirmou também sobre os grandes obstáculos na
proteção da Amazônia que “a ameaça da vida das populações e do território
deriva de interesses econômicos e políticos dos setores dominantes da
sociedade.”.
Pediu aos poderes políticos que eliminem sua
conivência com esses poderes e com a corrupção. "Devem assumir suas
responsabilidades concretas, por exemplo, sobre o tema das minas a céu aberto,
que envenenam a água provocando muitas doenças", assinalou.
O Papa reconheceu que o que mais teme sobre a
degradação ambiental é "o desaparecimento da biodiversidade" e o
surgimento de "novas doenças letais". Definitivamente, "uma
deriva e uma devastação da natureza que poderiam levar à morte da humanidade".
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ACI Digital
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