O futuro do Ocidente está comprometido se for construído com as
“costas voltadas” para Deus.
A afirmação é do Cardeal Robert Sarah, prefeito da Congregação
para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, em entrevista a
jornalistas, em Lisboa.
Dispensar
Deus: gera conflito, barbárie, violência
As afirmações do Cardeal vão mais adiante e são mais profundas:
“O homem não pode ter a pretensão de dispensar Deus sem correr o risco de
morrer e de desaparecer, pela violência que ele próprio cria, as guerras, todas
as situações de conflito, de barbárie. Foi o homem que criou tudo isso, porque
virou as costas a Deus, porque pensamos que somos autônomos, independentes, que
podemos fazer tudo o que queremos”.
Dom
Robert, Cardeal Sarah
O cardeal nasceu em uma aldeia de Guiné-Conacri, em 1945. Ele
foi nomeado bispo em 1979 por São João Paulo II. Chegou ao Vaticano em 2001,
exercendo funções que o levaram a ser criado cardeal por Bento XVI em 2010.
Cardeal
Africano
Para o Purpurado, a África não tem “lições” a dar à Europa, além
do exemplo que representa o crescimento do catolicismo no continente, desde o
início do século XX. “Sei que Deus realiza sempre coisas magníficas com os
pobres, com os que não têm nada, os que não são nada”, explica.
O Cardeal Robert Sarah, em 1984, esteve em uma lista de marcados
para morrer elaborada pelo regime de seu país.
Para ele, tudo o que aconteceu na sua vida se deve a Deus: “Se
nos separarmos de Deus, é como uma árvore sem raízes, morre. Se o rio não tiver
uma nascente que o alimente, ele seca, já não tem água”, comenta.
A crise
de Deus no Ocidente e a missão dos cristãos
O cardeal Robert Sarah veio a Lisboa para pronunciar uma
conferência com uma sugestiva temática: ‘A crise de Deus no Ocidente e a missão
dos cristãos’.
A conferência faz parte de uma iniciativa promovida pela
Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, e é promovida pela Fundação ‘A
Junção do Bem’.
Identidade
católica, refugiados, liturgia, família
Em sua fala com jornalistas, o Cardeal ainda tratou de temas atuais
e concernentes a suas responsabilidades no Dicastério que dirige e funções no
Colégio Cardinalício:
De Portugal, o cardeal elogia a “identidade católica, os seus
valores católicos, universais”, manifestando a convicção de que o país “vai
combater para proteger a família, proteger a vida, a dignidade da pessoa
humana”.
A propósito da crise de refugiados, D. Robert Sarah sustenta que
ninguém se pode considerar “inocente” perante este drama humano:
“Nós somos todos responsáveis por esta situação, principalmente
o Ocidente”, alertou.
O prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos
Sacramentos discorreu também sobre o trabalho deste dicastério, sublinhando que
“a Liturgia tem de ser bela, tem de ser silenciosa, não barulhenta”,
respeitando a “linguagem sagrada”.
Tendo participado dos trabalhos dos trabalhos do recente Sínodo
dos Bispos que tratou sobre a família, D. Robert Sarah sustenta que a missão da
Igreja é revelar “o pensamento de Deus” sobre o matrimônio e comentou as
polêmicas surgidas sobre a situação dos católicos divorciados que contraíram
novas núpcias:
“Naturalmente, não poderão participar no Sacramento da
Eucaristia, porque não estão na disposição necessária para comungar, mas
poderão perfeitamente estar na comunidade, participar na vida comunitária, na
organização da paróquia”.
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Notícias
Católicas / Gaudium Press
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