A liturgia
da Igreja foi afetada por uma “grave e profunda crise” desde o Concílio Vaticano
II, disse o cardeal Robert Sarah, prefeito da
Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
“É preciso reconhecer que a grave e profunda crise que atingiu a
liturgia e a própria Igreja desde o Concílio se deve ao fato de que seu centro
não é mais Deus e a adoração a Ele, mas sim os homens e
sua suposta capacidade de “fazer” algo para manter-se ocupado durante as
celebrações eucarísticas.”
O Cardeal fez estas declarações em um colóquio na Alemanha para comemorar o 10°
aniversário do motu próprio do Papa Emérito Bento XVI, Summorum Pontificum, que
permitiu um maior uso do que agora é chamado de Forma Extraordinária da Missa
(Missa Tridentina).
Cardeal Sarah disse que não pensava
que a extensão deste problema fosse reconhecida na Igreja:
“Ainda hoje, um número
significativo de líderes da Igreja subestimam a grave crise que atravessa a
Igreja: o relativismo no ensino doutrinário, moral e disciplinar,
graves abusos, a dessacralização e banalização da Sagrada Liturgia e uma visão
meramente social e horizontal da Missão da Igreja.”
Ele também pontuou como problema a
falta de fé nos ensinamentos da Igreja sobre a Eucaristia, tanto por parte do
clero quanto dos leigos.
“A grave crise da fé, não só
a nível dos fiéis cristãos,
mas também e sobretudo entre muitos sacerdotes e bispos,
tornou-nos incapazes de compreender a liturgia eucarística como um sacrifício,
como o ato da entrega de uma vez por todas de Cristo pela humanidade no
sacrifício da cruz de maneira sangrenta, por toda a Igreja, e através de
diferentes épocas, lugares, povos e nações”.
O Cardeal Sarah serve como prefeito
da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos desde 2014,
quando foi nomeado para esse cargo pelo Papa Francisco. Originário da Guiné,
ele é um dos bispos africanos de maior influência na Igreja.
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