Crianças também estão entre as vítimas do ataque perpetrado
esta manhã contra um ônibus que transportava cristãos coptas ao Mosteiro de São
Samuel, nas proximidades da cidade de Minya, região central do Egito.
O
balanço oficial das vítimas é de 28 mortos, entre os quais duas crianças de 2 e
4 anos. Os feridos são 22.
Dinâmica
do ataque
Segundo
uma testemunha, um comando formado por dez terroristas mascarados vestindo
uniformes militares bloqueou o ônibus. Os atacantes entraram no veículo
disparando com armas automáticas, enquanto um deles filmava o massacre.
“No ônibus estavam também crianças. Roubaram deles dinheiro e
ouro. Também pediram a eles para que renunciassem a Cristo e se tornassem
muçulmanos. Caso tivessem aceitado teriam se salvado, mas os peregrinos se
recusaram a abjurar sua fé e foram mortos. Colocaram pistolas em suas cabeças e
na nuca e dispararam”, afirmou o Pároco da Igreja copta de São Mina em Roma,
padre Antonio Gabriel, ao comentar ao canal TG 2000 o ataque desta manhã.
Solidariedade
A condenação ao ataque veio de todo o mundo. E
manifestações de solidariedade também.
O
Papa Francisco afirmou quer ficado “profundamente chocado pelo bárbaro ataque”
contra os cristãos
coptas egípcios, que provocou mortos e feridos, vítimas
de um “ato de ódio insensato”.
O
Santo Padre, por meio de um telegrama enviado pelo Cardeal Secretário de Estado
Pietro Parolin, nesta sexta-feira, 26, ao Presidente egípcio Al-Sisi, expressou
sua profunda solidariedade a todas as pessoas atingidas por este “violento
ultraje”, em modo particular “as crianças que perderam a vida”.
Assegurando
sua oração às famílias enlutadas, o Pontífice confirma sua “contínua
intercessão pela paz e a reconciliação em todas as nações”.
A Torre Eiffel permanecerá apagada em sinal de luto
pelo ataque. A informação foi dada pela Prefeita de Paris, Anne Hidalgo, em sua
conta Twitter.
A União Europeia e Chefes de governo de diversos
países condenaram o ataque, manifestando solidariedade aos cristãos e ao povo
egípcio, e defendendo união no combate ao terrorismo.
O Conselho de Segurança da ONU observou um minuto de silêncio em memória
às vítimas do ataque terrorista.
Para
o Conselho, foi um “ataque terrorista abominável e covarde”. O presidente do
órgão neste mês é o embaixador do Uruguai junto às Nações Unidas, Elbio
Rosselli, que fez um pronunciamento sobre o caso.
O
diplomata condenou da “forma mais enérgica o atentado terrorista atroz” contra
civis inocentes. Em nome dos 15 Estados-membros do Conselho, ele expressou
condolências às famílias das vítimas e ao governo egípcio.
O Conselho
de Segurança reafirma que “o terrorismo em todas as suas formas e manifestações
é uma das ameaças mais sérias à paz e à segurança” e pede que os autores do
atentado sejam levados à Justiça.
Condenação do Mundo islâmico
O Secretário Geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul-Gheit,
condenou “nos termos mais fortes” o ataque contra os cristãos. “A Liga Árabe
sublinha a necessidade de uma cooperação conjunta no combate ao terrorismo”.
Aboul-Gheit também manifestou total solidariedade ao cristãos egípcios.
Devido ao ataque, a Dar al Iftaa – autoridade
egípcia que emite as fatwas – cancelou as celebrações previstas para hoje,
véspera do início do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos. O Grão Mufti Shawqi
Allam condenou com veemência o ataque.
O Presidente palestino Abu Mazen, estreito aliado
do Presidente egípcio, também expressou sua firme condenação ao ataque.
Já o porta-voz do Hamas em Gaza, Fawzi
Barhoum, disse a jornalistas que o atentado trata-se de um “crime odioso”. Os
autores do atentado são “inimigos do Egito”, enfatizou.
Já o Irã, por meio do Ministério do Exterior Bahram
Qasemi, expressou as “condolências às famílias das vítimas do ataque contra os
cristãos coptas no Egito, ao povo e ao governo egípcio”, ao mesmo tempo em que
expressa “uma firme condenação” ao grave atentado.
Alvos
constantes
Os
cristãos coptas, que representam 10% da população egípcia, são alvo constante
de ataques de jihadistas. No Domingo de Ramos, kamikazes atacaram igrejas em
Tanta e Alexandria provocando 45 mortes, sendo os ataques reivindicados pelo
autoproclamado Estado Islâmico.
Desde
a Primavera Árabe de 2011 que tirou do poder Hosni Mubarack – que tinha o apoio
do Patriarca Shenouda III – os coptas passaram a viver uma tensão crescente que
teve seu ápice com a subida ao poder da Irmandade Muçulmana, com o Presidente
Mohamed Morsi.
Desde
2013, foram pelo menos 40 os ataques contra igrejas e agressões aos cristãos, o
que provocou dezenas de mortes.
O
epicentro da violência é o Egito rural, em particular a região de Minya, onde
35% da população é cristã e a presença jihadista é sempre maior. Justamente
nesta região – a 250 km do Cairo - ocorreu o ataque desta manhã.
______________________
Rádio Vaticano/ Canção Nova/ Notícias
Católicas
Nenhum comentário:
Postar um comentário