A história da Igreja se assemelha a de Jesus: tem seus momentos de
alegria, seus episódios de dor e também os espaços luminosos da
"ressurreição".
Hoje podemos dizer que a Igreja percorre os
caminhos da Paixão.
Por vários anos a Gaudium Press noticia que o
cristianismo é a religião mais perseguida do mundo.
Por exemplo, a situação dos cristãos nos países de
maioria islâmica é geralmente bastante difícil. Não é apenas pensar no calvário
interminável de Asia Bibi e de muitos outros, falsamente acusados ou
perseguidos das mais diversas formas.
Mas também a violência física não é a única forma
de perseguição aos fiéis. A que existe em países 'pós-cristãos' pode ser ainda
mais cruel: profissionais compelidos a realizar práticas contra a moral
católica, lugares onde não se admite objeção de consciência, pais de família
que veem como se quer forçar os seus filhos a frequentar aulas de 'educação'
sexual degradantes, a ideologia de gênero que quer ser apresentada como dogma
em todos os ambientes, e todo um mundo que é construído sem Cristo e contra
Cristo.
Além disso, não podemos deixar de mencionar como
elementos da 'paixão' da Igreja o mau exemplo dado por alguns de seus membros,
e a confusão da doutrina que existe em muitos ambientes católicos. Porém...
No entanto, depois da Paixão vem a Ressurreição.
Quando tudo parecia perdido, após
a morte de Jesus, e a única coisa que impedia a debandada era a presença
sacral, sublime e serena da Virgem...
Quando a transfiguração
do Mestre havia sido apagada das memórias, e somente permaneceu o rosto
ensanguentado do Redentor 'reivindicando' a Deus porque ele o havia
abandonado...
Quando o medo e o
terror invadiam os corações...
Foi então que a
Madalena, o apóstolo Pedro e João, começaram a ver a grande realidade da
ressurreição. E então o Mestre aparece em corpo glorioso. E depois sobe ao céu,
mas lhes deixa o Espírito Santo, e com Pentecostes, a restauração dos corações
e a certeza da vitória.
A Igreja também viverá
a ressurreição.
A Igreja não precisa
ressuscitar porque ela é imortal. Mas ressurgirá de todas as aparências de
derrota que são desenhadas hoje em dia.
É uma ressurreição que
já se anuncia, quando se contemplam os muitos corações cansados dos mitos do
mundo, das miragens do demônio que nunca deu o que prometeu, seja com a
sociedade de consumo ou com os vários tipos humanos de falsa felicidade que
promoveu ao longo da história. O demônio já não tem mais mitos para apresentar.
Corações que anseiam
por algo mais, um estado de coisas que talvez não saibam definir por inteiro
mas onde sabem que Deus está presente e todas as coisas que condizem com Deus
como as virtudes, os valores, a verdade, a bondade e a beleza.
Se vê essa
'ressurreição' da Igreja em um crescimento de interesse pela Fé,
particularmente nos países do Oriente ou do chamado terceiro mundo. Se percebe
essa ressurreição em muitos expoentes das novas gerações que estão encantados
com a história da Igreja de sempre.
Se percebe essa
'ressurreição' nas muitas comunidades novas que surgem aqui, ali e mais além, e
que possuem o dinamismo próprio da ação do Espírito Santo.
É a primavera que já
nasce debaixo da neve. É o Reino da Virgem, anunciado por ela quando diz:
"Por fim meu Imaculado Coração triunfará".
Por Saúl Castiblanco
Traduzido por Emílio
Portugal Coutinho
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Gaudium Press
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