Simpatizantes do governo passaram a ver a Igreja como inimiga, depois que esta começou a tratar os feridos e dar refúgio a manifestantes perseguidos por grupos paramilitares (AFP or licensors) |
O sacerdote nicaraguense Edwin Roman, da Igreja San Miguel de Masaya, denunciou que na tarde de domingo foi agredido verbal e fisicamente pelo vice-diretor da Polícia Nacional, Ramon Avellan, que junto com outros policiais e simpatizantes sandinistas, postaram-se em frente à igreja com um alto alto-falante, no momento em que era celebrada uma Missa.
O grupo com policiais antimotim chegou ao parque em frente à Igreja por volta das 14 horas, ligando o som com músicas cujas letras enalteciam o partido do governo. O sacerdote relatou que teve que interromper a celebração que havia iniciado às15 horas, sair da igreja e pedir por favor aos policiais que baixassem o volume, pois prejudicava a celebração.
“Me aproximei para que baixassem o volume, e então, ali mesmo, fui agredido pelo sr. Avellán, que me empurrou e imediatamente começaram a me insultar com palavras que não posso repetir aqui. Quero fazer esta denúncia diante do povo nicaraguense e diante da comunidade internacional”, declarou a um jornalista.
Um fiel informou que um grupo saiu junto com o sacerdote da igreja, temendo que ele fosse preso. Ao ver ele sendo empurrado, saíram em sua defesa. Mas ele não respondeu à agressão recebida, pedindo somente aos paroquianos retornassem ao templo.
Moradores da proximidade denunciaram que a paróquia vive sob constantes ameaças e assédio por parte de simpatizantes sandinistas.
Julio Reyes, um morador local, comentou que ali não há tranquilidade, “o padre vive sob ameaças, os agitadores vem todos os dias, motorizados, estacionam no parque e começam a chamá-lo de assassino”.
Devido à forte presença de policiais antimotim em Masaya, foi cancelada a “marcha de los globos”, convocada para pedir a libertação dos presos políticos.
Também a Paróquia Nossa Senhora das Graças, em Granada, sofreu com a intimidação na tarde de domingo, quando um grupo de agitadores pró-governo entraram à força no local, gritando e insultando os fiéis. Em um comunicado, a Diocese de Granada condenou o ato e pediu aos fiéis para rezarem para que cessem estas agressões.
O cardeal Brenes também lamentou os ataques: “Chegaram notícias sobre alguns atos em algumas paróquias, em diferentes partes do país. Pessoas chegam com autofalantes durante a Missa e isso é triste”. Diante destas ofensas o purpurado afirmou que como Igreja rezam, rezam pelas pessoas que os ofendem, rezam por aqueles que os caluniam, que os difamam.
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News.Va
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