Linguagem da Missa
Como o leitor
bem sabe, até a reforma litúrgica que ocorreu na década de 1960, a Missa
ordinária, isso é, o rito que se celebrava cotidianamente pelos Padres
ocidentais era o que hoje conhecemos como Missa Tridentina, ou Missa de São Pio
V, ou ainda Forma Extraordinária do Rito Romano (antiga forma ordinária).
Esse belíssimo
rito, riquíssimo em espiritualidade e em louvor a Deus, utilizava-se do latim,
em quase sua totalidade, sendo por séculos essa Missa a responsável por
santificar as centenas de grandes Santos que conhecemos. Esses Santos,
com certeza absoluta, adquiriam os bens espiritais extraindo-os do
Sacrifício da Missa.
Bem, os
frutos espirituais podem ser alcançados em uma Missa de muitas maneiras,
como por exemplo, meditando nos gestos da Sagrada Liturgia, meditando
o Santo Rosário, preparando a alma do começo ao fim da Missa para a Santa
Comunhão, etc. Podemos acrescentar mais um item a essa lista, que não é
essencial, já que pode ser substituído por algum dos outros, mas dele também
algumas pessoas podem extrair muitos frutos, sobretudo aquelas pessoas de Missa
diária: trata-se de meditar nos textos da Santa
Missa (as leituras, o Evangelho e as orações).
Para que as
pessoas pudessem acompanhar o texto da Missa que se celebrava em Latim,
traduzido para a sua língua, o “Movimento Litúrgico” criou o chamado
Missal Cotidiano. Desse modo, as pessoas que quisessem acompanhar a leitura do
dia, assim como as orações móveis e o ordinário da Missa, teriam ali um
subsídio muito válido e bem-feito.
Nessa situação
facilmente percebemos que acompanhar a Missa Tridentina pelo pequeno Missal
Cotidiano é algo bom se dentro
da devida ordem e guiado por um espirito verdadeiramente católico. Contudo,
esse uso é dispensável e de maneira alguma podemos dizer que ele seja
necessário. Antes de sua invenção vieram muitos Santos que certamente entendiam
bem o significado profundo da Missa e deixavam-se a si
mesmos conhecer os textos sagrados em seus estudos e na escuta dos sermões.
Missa Nova
Contudo, a atual
forma ordinária do Rito Romano, a chamada Missa Nova ou Missa de Paulo VI,
usualmente se celebra na língua popular (por exemplo no Brasil, o Português).
Sendo evidente que todas as pessoas compreendem o que está sendo lido (ainda
que seja desnecessário como já foi dito).
Tendo se tornado
obsoleto o uso do Missal Cotiano para esse novo rito, as paróquias deixaram-no
de lado e adotaram a distribuição do conhecido “Boletim de Missa” ou “Folheto
de Missa”, que consiste simplesmente em uma especie de folheto com as leituras
e orações da Missa, feito individualmente para cada Missa e geralmente só para
os Domingos e algumas festas.
Sabemos que para
retirar frutos espirituais da Santa Missa não é necessário o conhecimento dos
textos, mas também sabemos que na Missa Nova, querendo ou não escutaremos as
leituras na língua do país onde estamos. Sendo assim, parece um tanto fora
de contexto seguir o rito lendo exatamente o que se ouve (É
patente que existem exceções).
O folheto possui
ainda a desvantagem da desordem, que se justifica pelo fato de ele não possuir
qualquer valor materialmente importante e por isso é deixado de lado pelas
pessoas nos bancos das Igrejas, sempre dando trabalho a alguém.
Para o Coroinha
Até aqui,
falamos das desvantagens e vantagens da leitura dos textos por parte dos leigos
durante o rito da Missa, mas falando agora especificamente aos coroinhas (já
que muitos orgulhosos não toleram ser chamados de Coroinhas, o
mesmo se aplica aos Acólitos e “Cerimoniários”), é
conveniente e exemplar que ao menos os servidores do altar NÃO utilizem o
folheto.
É totalmente
prejudicial ao Coroinha o “folhetinho” e o é por três razões simples:
1 – A desordem
A postura exigida
para o serviço no altar não comporta uma folha de papel entre as mãos quando de
pé, nem em momento algum. Visualmente fica feio e vergonhoso quando todos
os coroinhas estão segurando o tal folheto. É feio de ver e não favorece nem a
simetria e nem a sincronia.
2 – A desatenção
Talvez um dos
maiores problemas seja o fato de que o papel tira o foco da infinita
importância da Missa, que é deveras o Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo
atualizado de forma incruenta. Imagine o quanto daquele Sangue Preciosíssimo de
nosso Deus escorreu de suas mãos, pelos seus braços e caíram no chão do Monte
Calvário. Ah se tivesse estado lá naquele dia, para vê-Lo ao menos na sua
humanidade. Mas ele perpetuou o mesmo sacrifício na Eucaristia, agora esconde
sua divindade e sua humanidade no pão, que é consagrado na Santa Missa e se
torna verdadeiramente Corpo. E você ignora isso para ficar olhando para
um papel. Contemple o infinitamente admirável sofrimento de Cristo que aconteceu
só por você e tenha atenção ao
que é realmente importante.
3 – A oração
Se o leitor teve
uma boa formação sabe que a principal função do coroinha é ser turiferário nas
solenidades, não é mesmo? Certamente não. A função primordial do coroinha é a
oração, reparando a Deus durante a Missa pelos seus pecados e os pecados dos
outros. Como fazer isso lendo algo que não é necessário e pode ser simplesmente
ouvido?
Além disso, é
falsa a afirmação de que todos devem ler a Oração Eucarística, pelo fato de que
“até o padre é obrigado a ler”. Não podemos confundir as coisas, as funções do
Sacerdote são exclusivas dele, e é ele quem celebra a Missa da qual o povo só
possui a capacidade de assistir.
Nesse prisma,
parece razoável que ao menos o Coroinha não utilize o boletim NUNCA. Todos
podem conferir antes da Missa algum detalhe que possa haver de diferente, como
qual será a oração Eucarística ou qual o Prefácio, ou qualquer coisa do gênero,
mas nunca entrar na Igreja com o folheto, para assim manter a maior beleza e
concentração no Culto Divino.
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Manual do Coroinha
ultimamente vcs estão com mt mimimi
ResponderExcluirhorrível o texto