A belíssima
tradição que consagra a Nossa Senhora o mês de maio ilumina a devoção popular e
põe em nosso coração e em nossa boca a oração:
“Ave, Maria,
cheia de graça!” Alegra-te, cheia de graça! (Cf. Lc 1, 28). A alegria desceu do
Céu e entrou em tua casa, tu que és causa de nossa alegria! Nós te saudamos,
Virgem Maria, porque és o vaso precioso escolhido por Deus, para que a graça
manifestasse toda a sua força, quando o Filho Eterno do Pai se encarnou em teu
seio puríssimo. Obrigado porque teu exemplo provoca em nós o abandono de todo o
rastro deixado pelo pecado em nossas intenções e desejos. Cheia de graça,
intercede junto de Deus por nós, para que exista em nosso coração o horror ao
pecado e à maldade. Faze-nos apaixonados pelo bem e pela virtude!
“O Senhor está
contigo!” (Cf. Lc 1, 28). Ressoe em teu coração, para que digas “e com teu
espírito”, a saudação do Anjo. A força de Deus, Gabriel, manifestou-se a ti, no
silêncio potente da Casa de Nazaré. De fato, Deus não é rumoroso, age na
serenidade e na calma. De fato, “na serenidade está a salvação, na calma e na
confiança, está a nossa força” (Cf. Is 30, 15). No meio do reboliço de nossa
vida tão agitada, queremos estar contigo. Acolhe-nos, Mãe querida, em teu
regaço de amor, que recebe a Palavra Eterna do Pai, que quer fazer-se carne em
teu ventre, para a salvação do mundo.
“Bendita és tu
entre as mulheres!” (Cf. Lc 1, 42). Nosso mundo clama por mulheres benditas!
Benditas na escolha que Deus fez delas, para serem sinal da ternura, tão
esquecida em nosso tempo. Bendita, Maria, porque trazes em ti e contigo todas
as grandes figuras do Antigo Testamento e estás na frente de uma imensa
multidão, mulheres santas, mártires, viúvas, virgens, mulheres preservadas da
maldade e outras muitas convertidas admiravelmente. Bendita és tu por seres
feminina sem ser partidária de qualquer grupo ideológico! Tu és simplesmente
Maria! Maria bendita, bem-aventurada, feliz! Com todas as gerações de cristãos,
também nós te proclamamos bendita!
“Bendito é o
fruto do teu ventre!” (Cf. Lc 1, 43). Tu que és mãe abençoada nos conduzes ao
teu Filho Jesus. Bendita a maternidade do corpo e a maternidade espiritual, com
a qual te enriqueceste e nos envolves a todos, para experimentarmos a alegria
de sermos também teus filhos, como teu Filho Amado assim desejou, do alto do
trono da Cruz. Tu nos recebeste com amor: “Mulher, eis o teu filho!” Depois…:
“Eis a tua mãe!” (Cf. Jo 19, 27). A partir daquela hora, todos os discípulos de
teu Filho te acolhemos naquilo que é nosso, e nos alegramos porque disseste
corajosamente teu segundo sim, aos pés da Cruz, quando as dores do Crucificado
partejaram a Igreja, da qual te fizeste mãe e mestra. Desde a Anunciação, tu
nos fazes encontrar Jesus. Por isso este nome bendito se torna a palavra mais
forte que pronunciamos, levados pelo Anjo e por Isabel, a dizer “Jesus”, pois
fora dele não há salvação!
“Como mereço que
a mãe do meu Senhor venha me visitar?” (Lc 1, 43). Infinito abismo e infinita
proximidade! O Filho eterno chegou à casa de Isabel e Zacarias. na mais bela de
todas as procissões, iniciada em Nazaré para chegar às alturas das montanhas de
Judá! Queremos estar perto de ti e te agradecemos! Mais do Isabel, sabemos ser
indignos de receber a Mãe do nosso Senhor e aquele que ela traz em seu ventre.
No entanto, sabemos ser altamente consolador estar aqui em tua presença, ó Mãe
do Senhor.
“Santa Maria,
Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores”! Fazemos pública a nossa confissão, Mãe
admirável e amável. A ti suspiramos, gemendo e chorando, pois muitas vezes são
mesmo de lágrimas os vales da vida que percorremos. Queremos trazer ao teu colo
de amor todas as necessidades de nosso tempo. Cuida das mães, seja qual for a
situação em que se encontrem, Pede ao Senhor por elas, para que se alegrem na
geração e da educação de seus filhos. Confia-lhes, Mãe da Igreja, muitas
responsabilidades na Igreja doméstica que é o lar. Que por tua intercessão e
oração fervorosa, elas sejam mulheres alegres e não abatidas, mães felizes com
os filhos, “quais rebentos de oliveira” (Cf. Sl 127)
“Agora e na hora
de nossa morte”. Maria, Mãe de Deus, a oração da Igreja, que ecoa as palavras
da Escritura tomadas na primeira parte da oração, falam de tua missão. Sabemos
que estarás sempre perto, que não te escandalizas por sermos pecadores. Antes,
sabemos que tuas mãos de Mãe da Misericórdia nos acompanham hoje e nos
conduzirão, temos certeza, à casa do Pai. Não precisamos de mais nada, pois
isso nos basta para percorrermos juntos as casas de nossos irmãos e irmãs, tantas
vezes machucados na alma pelas enfermidades e fraquezas! Conduze-nos todos a
teu Filho Jesus!
E vai à Sagrada
Família, Jesus, Maria e José, a súplica a ser rezada em família neste domingo
dedicado às mães: “Jesus, Maria e José, em vós contemplamos o esplendor do
verdadeiro amor, confiantes, a Vós nos consagramos. Sagrada Família de Nazaré,
tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração,
autênticas escolas do Evangelho e pequenas igrejas domésticas. Sagrada Família
de Nazaré, que nunca mais haja nas famílias episódios de violência, de
fechamento e divisão; e quem tiver sido ferido ou escandalizado seja
rapidamente consolado e curado. Sagrada Família de Nazaré, fazei que todos nos
tornemos conscientes do caráter sagrado e inviolável da família, da sua beleza
no projeto de Deus. Jesus, Maria e José, ouvi-nos e acolhei a nossa súplica.
Amém”. (Papa Francisco, Exortação Apostólica Amoris Laetitia).
Dom Alberto Taveira Corrêa,
Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará
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