Como explicar a uma criança que uma pessoa querida
faleceu? A morte pode ser algo muito complicado na cabeça dos adultos, mas
talvez uma criança possa nos surpreender.
1. É importante explicar de forma clara a nossos
filhos o acontecido. Não é bom dizer que a pessoa falecida foi viajar, nem
dizer que dormiu. Ambas afirmações criam nas crianças a ideia de que esta
pessoa retornará de sua viagem ou despertará de seu sono. Sabe-se também que
algumas crianças que temem dormir porque identificaram o sono com a morte.
Não se deve temer o uso de palavras como “morte” ou
“morto” que, nas crianças maiores, dará uma ideia clara do que aconteceu
2. Não é bom ser muito detalhado sobre como
aconteceu a morte do ser querido, a explicação deve ser breve e clara.
3. Deve-se estar atento e esquadrinhar os
sentimentos das crianças já que, os mais pequenos, costumam ter a sensação de
ser culpáveis da morte do ser querido. Deve ser explicado de forma clara que o
que eles tenham dito ou pensado não provocou a morte do ser querido.
4. As crianças, segundo suas idades, entendem a
morte de diversas maneiras. Em geral os mais pequenos não entendem o
significado da morte até os três anos. Entre os três e os cinco anos costumam
considerar a morte como um estado reversível e temporário. Depois dos cinco
anos entendem que a morte é um estado definitivo, mas até os dez anos não
acreditam que possa acontecer com eles. Então aos dez anos costumam entender
que a morte é um estado definitivo e que necessariamente todos chegamos a ela.
Claro que isto não é matemático e muitas das crianças que já passaram pela
triste experiência que significa perder um ser querido, costumam ser muito
adiantados na compreensão deste fenômeno.
5. Acredito que não se deve impedir que participem
do velório enterro, embora tampouco se deva obrigar a participar disso. No caso
de que eles queiram estar presentes, deve ser-lhes explicado anteriormente o
que vão ver nesse momento. Ao permitir-lhes participar destes eventos lhes
damos a possibilidade de experimentara sensação de uma despedida definitiva.
6. Não devemos temer chorar diante de nossos
filhos, eles compreenderão e nos acompanharão na dor, mas acredito que devemos
evitar situações de gritos escandalosos e sinais de desesperação, podem deixar
neles uma imagem sumamente negativa e desesperançada.
7. Se a criança sente desejos de expressar sua dor,
não devemos impedi-lo. Talvez o melhor seja ajudá-lo a que o fazem
comunicando-lhes que nós também compartilhamos essa pena.Quando a dor não é
exteriorizada pode se manifestar de maneiras não conscientes (pesadelos,
dificuldades na escola, etc.)
8. As crianças se sentem mais consolados com um
abraço que com palavras sentidas.
9. Se tem fé e se acredita na vida eterna, a
questão será mais simples, menos penosa. Porque essa separação definitiva, se
transforma na esperança de nos reunirmos com a pessoa amada no final de nossos
dias na presença do Pai Eterno.
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Catholicus /
ACI
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