sexta-feira, 27 de maio de 2016

Como explicar às crianças sobre a morte?


Como explicar a uma criança que uma pessoa querida faleceu? A morte pode ser algo muito complicado na cabeça dos adultos, mas talvez uma criança possa nos surpreender.

1. É importante explicar de forma clara a nossos filhos o acontecido. Não é bom dizer que a pessoa falecida foi viajar, nem dizer que dormiu. Ambas afirmações criam nas crianças a ideia de que esta pessoa retornará de sua viagem ou despertará de seu sono. Sabe-se também que algumas crianças que temem dormir porque identificaram o sono com a morte.

Não se deve temer o uso de palavras como “morte” ou “morto” que, nas crianças maiores, dará uma ideia clara do que aconteceu

2. Não é bom ser muito detalhado sobre como aconteceu a morte do ser querido, a explicação deve ser breve e clara.

3. Deve-se estar atento e esquadrinhar os sentimentos das crianças já que, os mais pequenos, costumam ter a sensação de ser culpáveis da morte do ser querido. Deve ser explicado de forma clara que o que eles tenham dito ou pensado não provocou a morte do ser querido.

4. As crianças, segundo suas idades, entendem a morte de diversas maneiras. Em geral os mais pequenos não entendem o significado da morte até os três anos. Entre os três e os cinco anos costumam considerar a morte como um estado reversível e temporário. Depois dos cinco anos entendem que a morte é um estado definitivo, mas até os dez anos não acreditam que possa acontecer com eles. Então aos dez anos costumam entender que a morte é um estado definitivo e que necessariamente todos chegamos a ela. Claro que isto não é matemático e muitas das crianças que já passaram pela triste experiência que significa perder um ser querido, costumam ser muito adiantados na compreensão deste fenômeno. 

5. Acredito que não se deve impedir que participem do velório enterro, embora tampouco se deva obrigar a participar disso. No caso de que eles queiram estar presentes, deve ser-lhes explicado anteriormente o que vão ver nesse momento. Ao permitir-lhes participar destes eventos lhes damos a possibilidade de experimentara sensação de uma despedida definitiva.

6. Não devemos temer chorar diante de nossos filhos, eles compreenderão e nos acompanharão na dor, mas acredito que devemos evitar situações de gritos escandalosos e sinais de desesperação, podem deixar neles uma imagem sumamente negativa e desesperançada.

7. Se a criança sente desejos de expressar sua dor, não devemos impedi-lo. Talvez o melhor seja ajudá-lo a que o fazem comunicando-lhes que nós também compartilhamos essa pena.Quando a dor não é exteriorizada pode se manifestar de maneiras não conscientes (pesadelos, dificuldades na escola, etc.)

8. As crianças se sentem mais consolados com um abraço que com palavras sentidas.

9. Se tem fé e se acredita na vida eterna, a questão será mais simples, menos penosa. Porque essa separação definitiva, se transforma na esperança de nos reunirmos com a pessoa amada no final de nossos dias na presença do Pai Eterno.
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Catholicus / ACI

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