A história do rei Nabucodonosor me faz muito
lembrar o mundo secularizado e hedonista em que vivemos. Sabemos que este
rei fez uma grande estátua de ouro e convidou todo o povo para prestigiar a
inauguração da sua obra e ordenou que todos se prostrassem em adoração diante
da estátua ao som de vários instrumentos e disse: “Aquele que não se
prostrar e não adorar será imediatamente atirado a uma fornalha acesa” (Dn 3,
6). Entretanto, três homens se recusaram a fazer isso e lhe disseram: “…
fica sabendo, ó rei, que não serviremos o teu deus nem adoraremos a estátua de
ouro que levantaste” (Dn 3,18).
Este rei pode representar o mundo de hoje que dita
suas leis e suas regras para que aceitemos suas condições. É o mundo que
apresenta suas duas faces: o secularismo e o hedonismo. Contudo, às vezes,
quando menos percebemos já estamos também iludidos e impregnados por essa
cultura e por coisas efêmeras que podem tomar grandes proporções em nossa vida
triando o foco da nossa felicidade e realização que está simplesmente na doação
de si, no esvaziamento de si para pensar na felicidade do próximo, assim como
Cristo fez na até a Cruz.
Nos tempos de hoje, mais do que nunca, é necessário
nos fixarmos em nosso bem maior que é Cristo. Se não buscarmos a sua
intimidade, nos prostraremos diante do rei Nabucodonosor e de sua estátua, que,
poderia dizer, hoje é o mundo secularizado e hedonista.
Cristo é o nosso bem maior. A maior graça e riqueza
que podemos alcançar nessa vida é ter JESUS CRISTO em nosso interior. Em
contrapartida, a proposta do mundo é para que alcancemos a felicidade fora de
nós, ou seja, naquilo que é material, que é prazeroso só pra nós. Quando Santo
Agostinho chegou à conclusão de que aquilo que ele buscava estava dentro dele,
disse: “Eis que estavas dentro de mim e eu Te procurava fora”. Beata
Elisabete da Trindade também disse: Sinto que o Céu é Deus e Deus habita
em minha alma.
Na carta de São João está escrito: “Não ameis
o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do
Pai. Porque tudo o que há no mundo – a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e o orgulho da riqueza – não procede do Pai, mas do
mundo. Ora, o mundo passa com suas concupiscências; mas quem cumpre a vontade
de Deus PERMANECE ETERNAMENTE”. (1Jo 2, 15 – 17).
Ou nos prostramos diante do rei Nabucodonosor e de
sua estátua – que é o mundo secularizado e hedonista – para o adorar ou fazemos
a vontade de Deus e permanecemos para sempre, como diz Palavra. Está diante de
nós esses dois caminhos.
Quem se decide por Deus deve saber o que está
ganhando e o que está perdendo. Renunciar aos prazeres deste mundo é uma forma
de ganhar a Deus. “Deus não tira nada, Ele dá tudo”, assim falou o Papa Bento
XVI.
Renunciando ao mundo nós ganhamos Deus, ganhamos a
eternidade e isso não é brincadeira. Só posso ir para o Céu, se experimentá-lo
aqui nesta terra. Se nos detivermos no mundo e nos deixarmos ser impregnados
pela sua cultura e ceder às suas ilusões, poderemos perder o céu que está bem
diante de nós!
Que nossa resposta diante do mundo secularizado e
hedonista, seja semelhante ao que os três homens disseram ao rei Nabucodonosor:
“Nós não renderemos culto algum a teus deuses e nem adoraremos a estátua.”
Fábio Junior
Postulante na
Comunidade Pantokrator
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Pantokrator/
Comunidade Católica Santos Anjos
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