sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Homilética: 21º Domingo Comum - Ano A: "A missão de Pedro na Igreja por vontade de Cristo é presidir na caridade".


“Tu és o Cristo” (Mt 16,16), eis a profissão de fé de Pedro. “Tu és Pedro” (Mt 16,18), eis a demonstração de que Deus confia nos homens!

O Evangelho (Mt 16, 13-20) nos apresenta Jesus com os seus discípulos em Cesareia de Filipe. Enquanto caminham, Jesus pergunta aos Apóstolos: “Quem dizem os homens ser o Filho do homem?”  E depois que eles apresentaram as várias opiniões que as pessoas tinham, Jesus pergunta-lhes diretamente: “E vós, quem dizeis que eu sou?”.

Essa pergunta encontra particular ressonância no coração de Pedro, que, movido por uma graça especial, respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Jesus chama-o bem-aventurado (Feliz és tu, Simão…) por essa resposta cheia de verdade, na qual confessou abertamente a divindade dAquele em cuja companhia andava há vários meses. Esse foi o momento escolhido por Cristo para comunicar ao seu Apóstolo que sobre ele recairia o Primado de toda a sua Igreja: “Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la…”.

Pedro confessou sua fé no Cristo, Filho de Deus vivo, graças à escuta de sua palavra e à cotidiana convivência. O Discípulo reconheceu o Messias porque a revelação do Pai encontrou nele abertura e acolhida. Quer dizer, descobre a verdade dos desígnios de Deus quem se deixa iluminar pela luz da fé. Com razão, reconhece o Documento de Aparecida: “A fé em Jesus como o Filho do Pai é a porta de entrada para a Vida.”  Como discípulos de Jesus, confessamos nossa fé com as palavras de Pedro: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (DAp, 100). A fé é um dom de Deus, é uma adesão pessoal a Ele. Crer só é possível pela graça e pelos auxílios interiores do Espírito Santo.

Para dar uma resposta convincente de fé, os cristãos precisam conhecer a fundo Jesus Cristo, saber sempre mais sobre sua pessoa e obra, pela leitura e meditação dos Evangelhos e pelos encontros com Ele por meio da ação litúrgica, em particular, dos sacramentos.

“Tu és Pedro…”. Pedro será a rocha, o alicerce firme sobre o qual Cristo construirá a sua Igreja, de tal maneira que nenhum poder poderá derrubá-la. E foi o próprio Senhor que quis que ele se sentisse apoiado e protegido pela veneração, amor e oração de todos os cristãos. Se desejamos estar muito unidos a Cristo, devemos estar sim, em primeiro lugar, a quem faz as suas vezes aqui na terra. Ensinava São Josemaria Escrivá: “Que a consideração diária do duro fardo que pesa sobre o Papa e sobre os bispos, te leve a venerá-los, a estimá-los com a tua oração” (Forja, 136).

O nosso amor pelo Papa não é apenas um afeto humano, baseado na sua santidade, simpatia, etc. Quando vamos ver o Papa, escutar a sua palavra, fazemo-lo para ver e ouvir o Vigário de Cristo, o “doce Cristo na terra”, na expressão de Santa Catarina de Sena, seja ele quem for. O Romano Pontífice é o sucessor de Pedro; unidos a ele, estamos unidos a Cristo.

“E vós quem dizeis que eu sou?” Eis uma pergunta que o Senhor nos faz a cada novo dia, tanto pessoalmente quanto como Igreja. Para responder, não basta procurar na memória alguma fórmula que aprendemos no catecismo, ou ouvimos de outros ou lemos nos livros. É preciso procurar no coração, em nossa fé vivida e testemunhada. Assim descobriremos o que Jesus representa, de fato, em nossa vida. Também hoje Jesus não se contenta que nós saibamos o que diz dele a cultura; quer a nossa resposta, de nós que cremos nele e que nele colocamos nossa esperança. Quem é Cristo? É uma pergunta que deveria voltar a cada tomada de decisão, a cada ato nosso. 

COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

Textos: Is 22, 19-23; Rm 11, 33-36; Mt 16, 13-20

Caros irmãos e irmãs, a Liturgia da Palavra deste domingo nos coloca em Cesareia de Filipe, no Norte da Galileia, perto das nascentes do rio Jordão, onde deparamos com a profissão de fé de Pedro, manifestada quando Jesus dirige aos seus discípulos uma série de questionamentos sobre si próprio.  Em um primeiro momento o texto evangélico acentua a definição da identidade de Jesus mediante um questionamento: “Quem dizem as pessoas que é o Filho do homem?” (v. 13).

Jesus interroga os seus discípulos acerca do que as pessoas dizem dele.  A opinião dos homens Jesus está em continuidade com o passado: João Batista, Elias, Jeremias ou algum dos profetas (cf. v. 14). Reconhecem, apenas, que Jesus é um homem convocado por Deus e enviado ao mundo com uma missão, como os profetas do Antigo Testamento, mas não vão além disso. Nesta linha de pensamento, Jesus é apenas um homem bom, justo, generoso, que escutou os apelos do Senhor e que se esforçou por ser um sinal vivo de Deus, como tantos outros homens antes dele (v. 13-14).

Em seguida Jesus interpelou diretamente os Doze: “E vós, quem dizeis que Eu sou?” (v.15). Em nome de todos, com impulso e determinação, Pedro tomou a palavra e afirmou: “Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo” (v.16). Solene profissão de fé, que desde então continuamos a repetir. Jesus é o Messias prometido, que veio à terra para oferecer à humanidade a salvação e para satisfazer a sede de vida e de amor que habita em cada ser humano.

Entretanto, para Pedro, Jesus não é apenas o Messias, Ele é também o “Filho de Deus”. No Antigo Testamento, a expressão “Filho de Deus” é aplicada aos anjos (cf. Dt 32,8; Jó 1,6), ao Povo eleito (cf. Ex 4,22; Jr 3,19), aos vários membros do Povo de Deus (cf. Is 1,2; Jr 3,14); e ao rei (cf. 2Sm 7,14). Esta expressão designa a condição de alguém que tem uma relação particular com Deus, a quem Deus elegeu e a quem Deus confiou uma missão. Definir Jesus como o “Filho de Deus” significa, não só que Ele recebe vida de Deus, mas que vive em total comunhão com Deus, que desenvolve com Ele uma relação de profunda intimidade e que Deus confiou a Jesus uma missão única para a salvação dos homens; significa reconhecer a profunda unidade e intimidade entre Jesus e o Pai.

Diante da resposta apresentada por Pedro, Jesus passa a felicitá-lo pela clareza da fé que o anima. No entanto, essa fé não é mérito de Pedro, mas um dom de Deus: “Não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu.” (v. 17).  Jesus reconhece em Pedro a mão do Pai, a obra do Espírito Santo. Reconhece que Deus Pai conferiu a Simão Pedro uma fé confiável, sobre a qual Jesus Cristo, poderá construir a sua Igreja, da qual fazemos parte. Jesus tem a intenção de dar vida à sua Igreja, tendo como base a fé na sua própria identidade, ou seja, na relação com Ele mesmo, que é uma relação de amor e de confiança. A nossa relação com Jesus constrói a Igreja. E, por conseguinte, para dar início à sua Igreja Jesus tem necessidade de encontrar nos discípulos uma fé sólida, uma fé confiável. É isto que Ele deve averiguar nesta altura do caminho, instruindo os seus discípulos.

Para que seja possível a Pedro testemunhar que Jesus é o Messias, Filho de Deus e edificar a Sua Igreja, Jesus promete a Pedro “as chaves do Reino dos céus” (v. 19) e o poder de “ligar e desligar”. A entrega das chaves equivale à nomeação do “administrador do palácio” de que falava a primeira leitura (cf. Is 22,19-23).

Aquele que detém “as chaves” não pode usar a sua autoridade para concretizar interesses pessoais; mas deve exercer o seu serviço como um pai que procura o bem dos seus filhos, com solicitude e dedicação. Define em que consiste o verdadeiro serviço “das chaves”, o serviço da autoridade: ser um pai para aqueles sobre quem se tem responsabilidade e procurar o bem de todos com solicitude, com amor, com justiça.  Nos tempos antigos, “administrador do palácio”, entre outras responsabilidades, administrava os bens do soberano, fixava o horário da abertura e do fechamento das portas do palácio e definia quais os visitantes a introduzir junto do soberano.

Por outro lado, a expressão “ligar e desligar” (v. 19) designava, entre os judeus da época, o poder para interpretar a Lei com autoridade, para declarar o que era ou não permitido, para excluir ou reintroduzir alguém na comunidade do Povo de Deus. Assim, Jesus nomeia Pedro como o administrador da Sua Igreja, com autoridade para interpretar os Seus ensinamentos.  Trata-se, aqui, de confiar a Pedro um primado, um papel de liderança absoluta, manifestado pelo poder das chaves, o poder de ligar e desligar.

Mediante a profissão de fé da parte de Pedro, Jesus responde: “Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la.” (v. 18). É a primeira vez que Jesus fala da Igreja, cuja missão é a realização do grandioso desígnio de Deus, de reunir em Cristo toda a humanidade numa única família. A missão de Pedro e dos seus sucessores é precisamente a de servir esta unidade da única Igreja de Deus, formada por judeus e pagãos.

O ministério de Pedro consiste em fazer com que a Igreja de Cristo nunca se identifique com uma única nação, nem com uma só cultura, mas que seja a Igreja de todos os povos e que seja uma casa de oração (cf. Mt 21,13), para tornar presente no meio dos homens, marcados por inúmeras divisões e contrastes, a paz de Deus e a força renovadora do seu amor. Por conseguinte, a missão de Pedro consiste em servir a unidade interior que provém da paz de Deus, a unidade de quantos, em Jesus Cristo, se tornaram irmãos e irmãs e membros de uma só família.

A pergunta formulada por Jesus: “E vós, quem dizeis que Eu sou?” (v. 15), é um questionamento que deve, de forma constante, ecoar nos nossos ouvidos e no nosso coração. Responder a esta questão significa interrogar o nosso coração e tentar perceber qual é o lugar que Cristo ocupa na nossa existência, na nossa vida, na atenção que damos às suas propostas, na importância que os seus valores assumem nas nossas opções, no esforço que fazemos ou que não fazemos para O seguir.

Peçamos a intercessão da Virgem Maria, que possamos sempre dar ao mundo um sólido testemunho da nossa fé, respondendo com um coração sincero: “Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo” (v. 16).  Que esta seja a profissão de fé de cada um de nós e que possamos ter a graça de seguir cotidianamente o Cristo e permanecer sempre com Ele. Assim seja.

PARA REFLETIR

Caríssimos em Cristo, podemos meditar a Palavra que o Senhor nos dirige neste hoje tomando três personagens que aparecem no evangelho a pouco proclamado.

Comecemos com Jesus, nosso Senhor. Ele faz duas perguntas inquietantes, desafiadoras. Primeiro indaga: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?”, ou seja: Quais as opiniões do mundo a Meu respeito? O que dizem as revistas, os programas de televisão, os documentários científicos? As respostas, ontem como hoje, são sempre imprecisas, incompletas ou, pior ainda, errôneas.

Estai bem atentos, irmãos amados no Senhor: ninguém, somente com sua inteligência e com sua ciência, poderá saber realmente quem é Jesus; ninguém poderá chegar ao âmago do Seu mistério! Quanto de impreciso e de aberrante já foi dito sobre o nosso Salvador por ilustres sábios da sabedoria do mundo! E todos esses sábios não passaram e não passam de estultos, cegos guiando cegos e tolos ilustrando a tolos...

Mas, então, o Senhor nosso faz um outra pergunta, tremenda, comprometedora: “E vós, quem dizeis que Eu sou?” E Simão filho de Jonas responde; responde não por si, não com as forças da sua inteligência ou da sua teologia, mas segundo a inspiração do Pai do Céu e, por isso, responde a resposta exata, diz a frase completa, precisa, correta: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!”

Eis, meus irmãos, qual a nossa fé! Eis a rocha do cristianismo, a certeza dada por Deus, revelada por Deus, garantida por Deus: Jesus de Nazaré é o Ungido, o Messias prometido a Israel e anunciado pelos profetas. Mais ainda: Jesus é o Filho único do Pai, Aquele único que pode revelar o Pai e nos pode levar ao Pai, porque vem do Pai, conhece o Pai e é um com o Pai! “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!” Há dois mil anos, caríssimos, a Igreja vive desta certeza recebida de Deus: “Não foi um ser humano que te revelou isso, mas o Meu Pai que está no Céu!” É esta a nossa fé e qualquer um que pense diferente, ainda que se diga cristão, não o é; e ainda que se diga teólogo, mente; ainda que se proclame católico, engana, com o engano daquele que é Enganador desde o princípio!

Só Jesus é o Senhor, só Jesus é o Santo, só Jesus é o Altíssimo, só Jesus pode nos salvar, só Jesus pode nos dar a Vida em abundância. Fora Dele não há salvador e sem passar por Ele - que é o Caminho - não há meio de se chegar ao Pai! Esta é a nossa certeza, nossa identidade, a pedra da nossa vida - e que ninguém nos engane, pois o que passa disso vem do Maligno!

Agora, depois de termos tomado Jesus, tomemos um segundo personagem: nós mesmos, cristãos. De modo direto e inquietante o Senhor nos pergunta: “Vós, quem dizeis que Eu sou?” É uma pergunta feita a cada batizado de cada geração, enquanto o mundo for mundo... Esta questão, caríssimos em Cristo, não é teórica, não pode ser respondida com meras palavras; pode ser respondida somente com a vida: Quem é Jesus para mim? Que lugar Ele ocupa na minha existência, nas minhas escolhas, nas minhas decisões, no meu modo de viver? É Ele a minha Verdade? É Ele o meu Critério? É Ele a minha Certeza? Peçamos ao Senhor a graça de responder com a vida: “Senhor, Tu és o Cristo de Deus, Tu és tudo para mim: meu chão, minha certeza, meu caminho, meu único Mestre e Senhor, mesmo quando Tua Palavra é dura e Teu caminho é difícil! Tu és o Filho único de Deus! Tu és o meu Salvador!

E agora, finalmente, o último personagem: Simão, o filho de Jonas. Inspirado pelo Pai, ele revelou quem é Jesus. E agora Jesus revela quem ele é: “Tu és Pedra da Igreja!” Que mistério, que “profundidade da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus”! Toma um homem simples, rude, de temperamento generoso, mas inconstante e dele faz Pedra da Igreja: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos Céus!” Como Eliaquim, na primeira leitura, foi feito administrador da Casa de Davi, agora Jesus, o descendente de Davi por excelência, faz do pobre Simão administrador da Sua casa, que é a Igreja!

Eis, meus irmãos, a missão de Pedro na Comunidade cristã! Não interessa que seja Simão filho de Jonas, Pio XII, João XXIII, João Paulo II, Bento XVI ou Francisco... Seu verdadeiro nome será sempre “Pedra-Pedro”: pedra pela graça de Cristo, pedra pela fidelidade de Cristo, pedra pela ação do Espírito de Cristo! E se isto nos parece impossível, o Senhor declara e promete: “O poder do inferno nunca poderá vencê-la”, nunca triunfará contra a Igreja – aquela única de Cristo, aquela que se reúne ao redor de Pedro, aquela a que chamamos com amor filial de una, santa, católica e apostólica! Sim! Ainda que muitos, cheios de uma sabedoria meramente humana, queriam sufocar a verdade em nome de uma harmonia que não vem de Deus, nós sabemos, como nossos antepassados sempre souberam, qual o sinal da verdadeira e única Igreja de Cristo; sabemos onde ela está. O sinal é claro, a identidade é luminosa: a Igreja de Cristo subsiste unicamente na Igreja católica, aquela fundada por Cristo sobre Pedro e a ele entregue para que a apascente e a conduza em Nome do Senhor!

Certamente, que é enorme a autoridade de Pedro na Igreja de Cristo: ele tem a missão de ligar (punir, excluir da comunidade eclesial) e desligar (absolver, reintroduzir na comunidade), tem o dever de confirmar os irmãos e apascentar o rebanho de Cristo como seu pastor supremo neste mundo (cf. Lc 22,31-32; Jo 21,15-17; At 5,1-11; Gl 1,18). Mas, tudo isto Pedro somente poderá fazer sustentado pela graça de Cristo e pensando não as coisas do mundo, mas as coisas de Deus (cf. Mt 16,23); caso contrário, seria pedra de tropeço, de escândalo (cf. Mt 16, 16,23), ao invés de cumprir sua função de pedra da Igreja!

Estejamos, pois atentos: todos os discípulos do Senhor e membros do Seu rebanho devem respeito e obediência leal e sincera a Pedro e a seus legítimos sucessores. Apartar-se da comunhão com Pedro é apartar-se da plena comunhão visível com a única Igreja do Cristo! A autoridade de Pedro, irmãos amados, é um serviço e é com este espírito que os sucessores de Pedro devem desempenhá-la. E ainda que pessoalmente algum papa possa dar um mau exemplo, não nos ser simpático ou ter ideias que não concordam com as nossas, isso não nos dispensa de respeitá-lo e obedecer-lhe naquilo que ele ensina como doutrina perene da Igreja através dos séculos e nos seus atos de governo da Igreja! Eis: não é por causa de Pedro que amamos a Pedro; não é por causa do Papa que obedecemos e reverenciamos o Papa... É unicamente por causa de Cristo, que a Pedro e seus sucessores entregou a Sua Igreja; é unicamente confiados na infalível e eterna promessa do nosso Salvador que não engana nem Se engana: “O poder do Inferno nunca poderá vencê-la!” Crer que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus com poder, exige crer que Ele sustenta, vivifica e guia Sua Igreja com a força do Santo Espírito e o ministério dos seus legítimos pastores, a começar pelo Papa, Sucessor de Pedro. E nesta fé queremos viver e morrer. Amém!

Nenhum comentário:

Postar um comentário