O que os evangélicos desconhecem sobre a doutrina
católica? O que não lhes é contado pelos pastores “super-ungidos”?
Relacionamos alguns poucos, mas muito claros pontos
da colossal doutrina católica, que não são de conhecimento da maior parte das
pessoas, incluindo todos aqueles que se dizem ex-católicos convertidos em
evangélicos.
1) DO TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO DA SANTÍSSIMA VIRGEM - por São Luís Maria Grignion de Montfort
Necessidade da devoção à Santíssima Virgem
14. Confesso com toda a Igreja que Maria é uma pura criatura saída das
mãos do Altíssimo. Comparada, portanto, à Majestade infinita, ela é menos que
um átomo, é, antes, um nada, pois que só ele é “Aquele que é” (Ex 3, 14) e, por
conseguinte, este grande Senhor, sempre independente e bastando-se a si mesmo,
não tem nem teve jamais necessidade da Santíssima Virgem para a realização de
suas vontades e a manifestação de sua glória. Basta-lhe querer para tudo fazer.
Comentário: Aqui se vê claramente que Maria não é tratada como uma
deusa, tal como é afirmado por ignorantes e pregadores de má-fé.
Jesus Cristo é o fim último da devoção à Santíssima Virgem
61. Primeira verdade. – Jesus Cristo, nosso salvador, verdadeiro Deus e
verdadeiro homem, deve ser o fim último de todas as nossas devoções; de outro
modo, elas serão falsas e enganosas. Jesus Cristo é o Alfa e Omega, o princípio
e o fim de todas as coisas.
Nós só trabalhamos, como diz o apóstolo, para tornar todo homem perfeito
em Jesus Cristo, pois é em Jesus Cristo que habita toda a plenitude da
Divindade e todas as outras plenitudes de graças, de virtudes, de perfeições;
porque nele somente fomos abençoados de toda a bênção espiritual; porque é
nosso único mestre que deve ensinar-nos, nosso único Senhor de quem devemos
depender, nosso único chefe ao qual devemos estar unidos, nosso único modelo,
com o qual devemos conformar-nos, nosso único médico que nos há de curar, nosso
único pastor que nos há de alimentar, nosso único caminho que devemos trilhar,
nossa única verdade que devemos crer, nossa única vida que nos há de vivificar,
e nosso tudo em todas as coisas, que deve bastar-nos.
Abaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos
ser salvos. Deus não nos deu outro fundamento para nossa salvação, nossa
perfeição e nossa glória, senão Jesus Cristo. Todo edifício cuja base não
assentar sobre esta pedra firme, estará construído sobre areia movediça, e
ruirá fatalmente, mais cedo ou mais tarde. Todo fiel que não está unido a ele,
como um galho ao tronco da videira, cairá e secará, e será por fim atirado ao
fogo. Fora dele tudo é ilusão, mentira, iniquidade, inutilidade, morte e
danação. Se estamos, porém, em Jesus Cristo e Jesus Cristo em nós, não temos
danação a temer; nem os anjos do céu, nem os homens da terra, nem criatura
alguma nos pode embaraçar, pois não pode separar-nos da caridade de Deus que
está em Jesus Cristo. Por Jesus Cristo, com Jesus Cristo, em Jesus Cristo,
podemos tudo: render toda a honra e glória ao Pai, em unidade do Espírito Santo
e tornar-nos perfeitos e ser para nosso próximo um bom odor de vida eterna.
62. Se estabelecermos, portanto, a sólida devoção à Santíssima Virgem,
teremos contribuído para estabelecer com mais perfeição a devoção a Jesus
Cristo, teremos proporcionado um meio fácil e seguro de achar Jesus Cristo. Se
a devoção à Santíssima Virgem nos afastasse de Jesus Cristo, seria preciso
rejeitá-la como uma ilusão do demônio. Mas é tão o contrário, que, como já fiz
ver e farei ver, ainda, nas páginas seguintes, esta devoção só nos é necessária
para encontrar Jesus Cristo, amá-lo ternamente e fielmente servi-lo.
Comentário: Nada pode ser mais cristalino do que a afirmação católica em
questão. Exceto por canalhice, apenas um completo ignorante poderia dizer que na
Igreja Católica se ensina que existem outros caminhos para salvação além de
Jesus Cristo.
2) DO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
432. O nome de Jesus significa que o próprio nome de Deus está presente
na pessoa do seu Filho, feito homem para a redenção universal e definitiva dos
pecados. Ele é o único nome divino que traz a salvação e pode desde agora ser
invocado por todos, pois a todos os homens Se uniu pela Encarnação, de tal modo
que «não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos
ser salvos» (At 4, 12).
Comentário: As crianças católicas aprendem desde cedo que não há
salvação fora de Jesus Cristo. Só alguém mal-intencionado poderia afirmar que
na Igreja Católica se ensina salvação através de Maria ou em qualquer outro
nome além de Jesus Cristo.
480. Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, na unidade da
sua Pessoa divina; por essa razão, Ele é o único mediador entre Deus e os
homens.
Comentário: O texto é claro. Só há um mediador entre Deus e os homens.
Mas para entender o que isto significa, duas coisas são necessárias:
A primeira é ler o contexto e não apenas o texto isolado, tal como fazem
os pregadores e “intérpretes” boçais ou sem escrúpulos;
E a segunda coisa é consultar a Igreja no lugar do “ungido”, conforme
ensinam as escrituras:
“Todavia, se eu tardar, quero que saibas como deves portar-te na casa de
Deus, que é a Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade”. (1Tm
3,15)
Outros apontamentos católicos omitidos ou distorcidos por certos
“pregadores” evangélicos (Ainda o Catecismo da Igreja Católica):
2084. Deus dá-Se a conhecer lembrando a sua ação onipotente, benevolente
e libertadora, na história daquele a quem se dirige: «Sou Eu [...] que te tirei
da terra do Egito, dessa casa da escravidão» (Dt 5, 6). A primeira palavra
encerra o primeiro mandamento da Lei: «Ao Senhor, teu Deus, adorarás, a Ele
servirás [...]. Não ireis atrás de outras divindades» (Dt 6, 13-14). O primeiro
apelo e a justa exigência de Deus é que o homem O acolha e O adore.
2096. A ADORAÇÃO é o primeiro ato da virtude da religião. Adorar a Deus
é reconhecê-Lo como tal, Criador e Salvador, Senhor e Dono de tudo quanto
existe, Amor infinito e misericordioso. «Ao Senhor teu Deus adorarás, só a Ele
prestarás culto» (Lc 4, 8) – diz Jesus, citando o Deuteronómio(Dt 6, 13).
2097. Adorar a Deus é reconhecer, com respeito e submissão absoluta, o
«nada da criatura», que só por Deus existe. Adorar a Deus é, como Maria no
Magnificat, louvá-Lo, exaltá-Lo e humilhar-se, confessando com gratidão que Ele
fez grandes coisas e que o seu Nome é santo. A ADORAÇÃO do
Deus único liberta o homem de se fechar sobre si próprio, da escravidão do
pecado e da idolatria do mundo.
2099. É justo que se ofereçam a Deus sacrifícios, em sinal de ADORAÇÃO e de reconhecimento, de súplica e de comunhão:
«Verdadeiro sacrifício é todo o ato realizado para se unir a Deus em santa
comunhão e poder ser feliz».
2110. O primeiro mandamento proíbe honrar outros deuses, além do único
Senhor que Se revelou ao seu povo: e proíbe a superstição e a irreligião. A
superstição representa, de certo modo, um excesso perverso de religião; a
irreligião é um vício oposto, por defeito à virtude da religião.
3) A SUPERSTIÇÃO
2111. A superstição é um desvio do sentimento religioso e das práticas
que ele impõe. Também pode afetar o culto que prestamos ao verdadeiro Deus: por
exemplo, quando atribuímos uma importância de algum modo mágica a certas
práticas, aliás legítimas ou necessárias. Atribuir só à materialidade das
orações ou aos sinais sacramentais a respectiva eficácia, independentemente das
disposições interiores que exigem, é cair na superstição.
4) A IDOLATRIA
2112. O primeiro mandamento condena o politeísmo. Exige do homem que não
acredite em outros deuses além de Deus, que não venere outras divindades além
da única. A Sagrada Escritura está constantemente a lembrar esta rejeição dos
«ídolos, ouro e prata, obra das mãos do homem, que «têm boca e não falam, têm
olhos e não veem...». Estes ídolos vãos tornam vão o homem: «sejam como eles os
que os fazem e quantos põem neles a sua confiança» (Sl 115, 4-5.8). Deus, pelo
contrário, é o «Deus vivo» (Js 3, 10), que faz viver e intervém na história.
2113. A idolatria não diz respeito apenas aos falsos cultos do
paganismo. Continua a ser uma tentação constante para a fé. Ela consiste em
divinizar o que não é Deus. Há idolatria desde o momento em que o homem honra e
reverencia uma criatura em lugar de Deus, quer se trate de deuses ou de
demônios (por exemplo, o satanismo), do poder, do prazer, da raça, dos
antepassados, do Estado, do dinheiro etc, «Vós não podereis servir a Deus e ao
dinheiro», diz Jesus (Mt 6, 24). Muitos mártires foram mortos por não adorarem
«a Besta», recusando-se mesmo a simularem-lhe o culto. A idolatria recusa o
senhorio único de Deus; é, pois, incompatível com a comunhão divina.
2114. A vida humana unifica-se na ADORAÇÃO do
Único. O mandamento de adorar o único Senhor simplifica o homem e salva-o duma
dispersão ilimitada. A idolatria é uma perversão do sentido religioso inato no
homem. Idólatra é aquele que «refere a sua indestrutível noção de Deus seja ao
que for, que não a Deus».
5) ADIVINHAÇÃO E MAGIA
2115. Deus pode revelar o futuro aos seus profetas ou a outros santos.
Mas a atitude certa do cristão consiste em pôr-se com confiança nas mãos da
Providência, em tudo quanto se refere ao futuro, e em pôr de parte toda a
curiosidade malsã a tal propósito. A imprevidência, no entanto, pode constituir
uma falta de responsabilidade.
2116. Todas as formas de adivinhação devem ser rejeitadas: recurso a
Satanás ou aos demónios, evocação dos mortos ou outras práticas supostamente
«reveladoras» do futuro. A consulta dos horóscopos, a astrologia, a
quiromancia, a interpretação de presságios e de sortes, os fenômenos de
vidência, o recurso aos "médiuns", tudo isso encerra uma vontade de
dominar o tempo, a história e, finalmente, os homens, ao mesmo tempo que é um
desejo de conluio com os poderes ocultos. Todas essas práticas estão em
contradição com a honra e o respeito, penetrados de temor amoroso, que devemos
a Deus e só a Ele.
2117. Todas as práticas de magia ou de feitiçaria, pelas quais se
pretende domesticar os poderes ocultos para os pôr ao seu serviço e obter um
poder sobrenatural sobre o próximo – ainda que seja para lhe obter a saúde –
são gravemente contrárias à virtude de religião. Tais práticas são ainda mais
condenáveis quando acompanhadas da intenção de fazer mal a outrem ou quando
recorrem à intervenção dos demónios. O uso de amuletos também é repreensível. O
espiritismo implica muitas vezes práticas divinatórias ou mágicas; por isso, a
Igreja adverte os fiéis para que se acautelem dele. O recurso às medicinas
ditas tradicionais não legitima nem a invocação dos poderes malignos, nem a
exploração da credulidade alheia.
6) «Não farás para ti nenhuma imagem esculpida...»
2129. Esta imposição divina comportava a interdição de qualquer
representação de Deus feita pela mão do homem. O Deuteronómio explica: «Tomai
muito cuidado convosco, pois não vistes imagem alguma no dia em que o Senhor
vos falou no Horeb do meio do fogo. Portanto, não vos deixeis corromper,
fabricando para vós imagem esculpida» do quer que seja (Dt 4, 15-16). Quem Se
revelou a Israel foi o Deus absolutamente transcendente. «Ele é tudo», mas, ao
mesmo tempo, «está acima de todas as suas obras» (Sir 43, 27-28). Ele é «a
própria fonte de toda a beleza criada» (Sb 13, 3).
2130. No entanto, já no Antigo Testamento Deus ordenou ou permitiu a
instituição de imagens, que conduziriam simbolicamente à salvação pelo Verbo
encarnado: por exemplo, a serpente de bronze, a arca da Aliança e os querubins.
2131. Com base no mistério do Verbo encarnado, o sétimo Concílio
ecuménico, de Nicéia (ano de 787) justificou, contra os iconoclastas, o culto
dos ícones: dos de Cristo, e também dos da Mãe de Deus, dos anjos e de todos os
santos. Encarnando, o Filho de Deus inaugurou uma nova «economia» das imagens.
2132. O culto cristão das imagens não é contrário ao primeiro
mandamento, que proíbe os ídolos. Com efeito, «a honra prestada a uma imagem
remonta ao modelo original» e «quem venera uma imagem venera nela a pessoa
representada». A honra prestada às santas imagens é uma «veneração respeitosa»,
e não uma ADORAÇÃO, que
só a Deus se deve:
«O culto da religião não se dirige às imagens em si mesmas como
realidades, mas olha-as sob o seu aspecto próprio de imagens que nos conduzem
ao Deus encarnado. Ora, o movimento que se dirige à imagem enquanto tal não se
detém nela, mas orienta-se para a realidade de que ela é imagem».
Comentário: É claro o ensino católico que condena a magia, a idolatria,
a superstição e a adivinhação. Quem disser que a Igreja aprova tais coisas é um
mentiroso.
No tocante à idolatria, pedimos licença para lembrar que o conceito dos
evangélicos não pode ser tomado como unânime, visto que cada denominação tem
sua própria doutrina e seu próprio conceito.
Para que todos pudessem condenar ou assumir críticas contra a doutrina
católica, e, se fosse o caso, atribuindo idolatria a este ou aquele ponto,
seria necessário que todos acatassem um único conceito para o tema. E não é o
caso.
Definitivamente, não há consenso entre os evangélicos na própria
definição do que seria idolatria.
Em larga escala, temos visto por aí evangélico condenando evangélico.
Temos assistido uns apontando “idolatria” nos outros.
Quando alguém quiser atacar a doutrina da Igreja Católica, seus dogmas e
seu catecismo, deve primeiro dar ao seu oponente a mesma oportunidade.
Portanto, antes de apontar “defeitos” nos outros, os evangélicos devem
mostrar, para cada uma de suas milhares de denominações, os dogmas, a doutrina
e e/ou o catecismo de cada uma delas para que também possamos fazer
considerações a respeito.
Exemplos práticos: Você, evangélico, não concorda com o Credo Apostólico
? Então recite o credo de sua denominação.
Você, evangélico, não concorda com os dogmas da Igreja Católica? Então
diga quais são os dogmas corretos e que são praticados por sua denominação.
Você, evangélico, não gosta do catecismo da Igreja Católica? Então nos
fale a respeito do catecismo (ou conjunto de doutrinas) da sua denominação. Fale-nos
da doutrina de sua denominação com a mesma desenvoltura e destemor com os quais
você discorre sobre a doutrina católica! E não se esqueça de nos dizer porque
você aderiu à sua denominação e não às outras 59.999 denominações, que também
se dizem evangélicas e inspiradas pelo Espírito Santo.
7) AINDA SOBRE A SANTÍSSIMA SEMPRE VIRGEM MARIA (também ocultado por certos
pregadores evangélicos):
Retomando o TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO DA SANTÍSSIMA VIRGEM, de São
Luís Maria Grignion de Montfort:
15. Digo, entretanto, que, supostas as coisas como são, já que Deus quis
começar e acabar suas maiores obras por meio da Santíssima Virgem, depois que a
formou, é de crer que não mudará de conduta nos séculos dos séculos, pois é
Deus, imutável em sua conduta e em seus sentimentos.
Comentário: Em palavras atuais: Tem que aturar!!! DEUS escolheu Maria
para trazer ao mundo o salvador e redentor do gênero humano. E isto não é pouca
coisa. Quem não gostou da escolha do Altíssimo DEUS, que reclame com Jesus Cristo
por ocasião da sua segunda vinda.
Ainda do Tratado da Verdadeira Devoção da Santíssima Virgem:
29. Por meio de Maria, Deus Pai quer que aumente sempre o número de seus
filhos, até a consumação dos séculos, e diz-lhes estas palavras: In Iacob inhabita
– Habita em Jacob (Ecli 24, 13), isto é, faze tua morada e residência em meus
filhos e predestinados, figurados por Jacob e não nos filhos do demônio e nos
réprobos, que Esaú figura.
30. Assim como na geração natural e corporal há um pai e uma mãe, há, na
geração sobrenatural, um pai que é Deus e uma mãe, Maria Santíssima. Todos os
verdadeiros filhos de Deus e os predestinados têm Deus por pai, e Maria por
mãe; e quem não tem Maria por mãe, não tem Deus por pai. Por isso, os réprobos,
os hereges, os cismáticos, etc., que odeiam ou olham com desprezo ou
indiferença a Santíssima Virgem, não têm Deus por pai, ainda que disto se
gloriem, pois não têm Maria por mãe. Se eles a tivessem por Mãe, haviam de
amá-la e honrá-la, como um bom e verdadeiro filho ama e honra naturalmente sua
mãe que lhe deu a vida.
O sinal mais infalível e indubitável para distinguir um herege, um
cismático, um réprobo, de um predestinado, é que o herege e o réprobo ostentam
desprezo e indiferença pela Santíssima Virgem e buscam por suas palavras e
exemplos, abertamente e às escondidas, às vezes sob belos pretextos, diminuir e
amesquinhar o culto e o amor a Maria. Ah! Não foi nestes que Deus Pai disse a
Maria que fizesse sua morada, pois são filhos de Esaú. 17) Quicumque vult salvus
esse, ante omnia opus est ut teneat de Maria firmam fidem (São Boaventura,
Psalter. maius B.V., Symbol. Instar Symboli Athanasii).
31. O desejo de Deus Filho é formar-se e, por assim dizer, encarnar-se
todos os dias, por meio de sua Mãe, em seus membros. Ele lhe diz: “In Israel
hereditare – Possui tua herança em Israel” (Ecl 24, 13), como se dissesse:
Deus, meu Pai, deu-me por herança todas as nações da terra, todos os homens
bons e maus, predestinados e réprobos. Eu os conduzirei, uns com a vara de
ouro, outros com a vara de ferro; serei o pai e advogado de uns, o justo
vingador para outros, o juiz de todos; mas vós, minha querida Mãe, só tereis
por herança e possessão os predestinados, figurados por Israel. Como sua boa
mãe vós lhes dareis a vida, os nutrireis, educareis; e, como sua soberana, os
conduzireis, governareis e defendereis.
32. “Um grande número de homens nasceu nela”, diz o Espírito Santo: Homo
et homo natus est in ea. Conforme a explicação de alguns Santos Padres o
primeiro homem nascido em Maria é o homem-Deus, Jesus Cristo; o segundo é um
homem puro, filho de Deus e de Maria por adoção. Se Jesus Cristo, o chefe dos homens,
nasceu nela, os predestinados, que são os membros deste chefe, devem também
nascer nela, por uma consequência necessária. Não há mãe que dê à luz a cabeça
sem os membros ou os membros sem a cabeça: seria uma monstruosidade da
natureza. Do mesmo modo, na ordem da graça, a cabeça e os membros nascem da
mesma mãe, e, se um membro do Corpo Místico de Jesus Cristo, isto é, um
predestinado, nascesse de outra mãe que Maria, que produziu a cabeça, não seria
um predestinado, nem membro de Jesus Cristo, e sim um monstro na ordem da
graça.
8) CONCLUSÃO: Quem tem ouvidos que ouça, pois ao contrário do que
ensinam tais pregadores, a Bíblia diz que a fé vem pelo ouvir e não pela
interpretação particular:
“Logo a fé vem pelo ouvir, e o ouvir vem pela palavra de Cristo.”
Romanos 10:17-18
E, naturalmente, este ouvir é ouvir de uma fonte confiável: “...Igreja
de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade”. (1Tm 3,15)
A Bíblia deve ser lida, mas nunca à margem da Igreja.
Afinal de contas, nenhum de nós foi constituído “ministro” das letras:
“Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da
letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica. ” 2
Coríntios 3:6
A. Silva
Val Melkis
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