Enquanto
os cristãos celebram neste domingo (25/12) o nascimento de Jesus, os Judeus do
mundo inteiro celebram, de 25 a 31, o Hanukkah, em hebraico “Festa das luzes”.
Esta festa assinala a libertação, a
purificação do Templo de Jerusalém e a revolta contra os selêucidas, liderada
por Matatias Macabeu e seus cinco filhos, segundo o Antigo Testamento.
A revolta teria começado devido a uma
deterioração das relações entre os judeus e os selêucidas, de cultura helênica,
que ocupavam o território no II século antes de Cristo.
Degeneração
No início, os exércitos ocupantes eram bem
recebidos em Jerusalém por garantirem aos judeus o respeito do seu culto e a
isenção de impostos para os sacerdotes e para o Templo.
Durante o reinado de Antíoco IV, porém, a
situação se degenerou. As práticas religiosas judaicas foram proibidas e o
Templo profanado. Por fim, foi emanada uma ordem para que os judeus oferecessem
sacrifícios aos deuses pagãos dos selêucidas.
O sacerdote Matatias se recusou a cumprir
esta ordem. Por isso, outro judeu aproximou-se do altar e ofereceu o sacrifício
em seu lugar. Matatias aproximou-se do homem e o matou, fugindo, em seguida,
com seus filhos e seguidores e armando uma guerrilha contra os selêucidas e
judeus colaboracionistas, que terminou com a libertação de Israel.
Raiz
da revolta
Uma descoberta arqueológica deu mais
credibilidade a esta história bíblica: percebeu-se que três fragmentos de
pedra, descobertas em períodos diferentes, faziam parte da mesma tábua; a
composição dos fragmentos resultou em um decreto real, que nomeava um cobrador
de impostos para as províncias de Israel para recolher o dinheiro dos templos.
Esta decisão do rei Selêuco IV reflete uma
alteração radical nas relações entre os ocupantes e os judeus, que teria
causado muito mal-estar entre eles e explicaria a degeneração da situação
pacífica da região, a ponto de desencadear a revolta dos Macabeus.
Poucos anos depois do decreto, Antíoco IV
subiu ao trono, radicalizando a hostilidade e transformando o Templo num
santuário a Zeus, um deus grego.
Recordação
A festa judaica de Hanukkah recorda ainda o
acontecimento de um milagre. Após a libertação do Templo, havia azeite
suficiente para manter a chama eterna acesa apenas para mais um dia. Por graça
de Deus, a chama ardeu durante oito dias, o tempo necessário para se fazer e
consagrar mais azeite para o Templo.
Um candelabro de nove braços é usado
durante a Festa das Luzes: acende-se uma vela por dia, durante oito dias,
recordando os dias que a chama ardeu milagrosamente.
O nono braço do candelabro, colocado no centro
e mais alto que os outros é para o «shamash», a vela utilizada para acender as
outras; ela pode ser também utilizada para fins seculares, a fim de assegurar a
pureza das outras oito. (MT)
________________________
Rádio Vaticano
Nenhum comentário:
Postar um comentário