Muitos anos
atrás, um amigo me contou que havia no bairro da Mooca, em São Paulo, um famoso exorcista:
o padre Miguel Pedroso. Resolvi conhecê-lo.
Encontrei a
pequena capela, hoje paróquia, e lá assisti à Santa Missa. Confesso que a
figura do padre me impressionou: sua aparência calma, seu semblante tranquilo,
suas palavras apostólicas de uma mansidão que jamais havíamos presenciado. Todo
o seu sermão foi sobre as mensagens de Fátima e um convite à conversão.
Após a Santa Missa, as
pessoas faziam filas para ser abençoadas pelo padre Miguel Pedroso, que,
pacientemente, dava a bênção a cada um. Eu também entrei na fila.
Vi depois duas senhoras
arrumando a igreja e fui conversar com uma delas, que me convidou a assistir a
“palavrinha” que o padre Miguel estava dirigindo a um grupo de jovens numa casa
ao lado da igreja. Ainda peguei o final da conversa, que relato resumidamente.
Dizia o padre:
Estava em minha paróquia quando vieram umas pessoas me procurar
para exorcizar uma mulher grávida, que estava no hospital e assustava até os
médicos. Imediatamente me arrumei e fui com a família até o local.
No caminho, eles me contaram que ela havia frequentado um centro
espírita e, depois disso, jamais tinha tido sossego: brigas em família,
desajustes com os filhos, o marido perdera o emprego…
Chegando ao hospital, fui sem demora ao quarto onde a grávida
estava, já quase a ponto de dar à luz. Ao me ver, ela começou a se contorcer e
a dar urros misturados com choro e gritos.
Coloquei minha estola e, com a cruz nas mãos, iniciei as orações
de exorcismo. Ao colocar minha mão sobre a sua cabeça, ela gritou com voz
gutural:
– Tire a sua mão, pois ela é minha…
– Deixe esta criatura de Deus em paz – respondi.
Ela se contorcia toda na cama, com a face esbranquiçada e olhos de
ódio:
– Eu, legião, a quero! Se não puder levá-la, vou levar o que ela
tem no ventre.
Minha única resposta só podia ser esta:
– Você não pode levar a criança. Ela é uma criatura de Deus e a
Deus pertence.
E continuei com minhas orações, ordenando que o espírito maligno
deixasse a mulher. Foi quando, cuspindo na minha face, o demônio deu uma
gargalhada estrondosa e urrou:
– Não saio dela enquanto minha mão estiver nela!
Estranha essa afirmação. Ordenei então:
– Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, deixe essa criatura! Você
é um espírito e não tem mão.
O demônio dava gargalhadas e se contorcia de todos os lados.
Ocorre que, nessas contorções, com a blusa da mulher um pouco
aberta, eu vi uma corrente em seu pescoço. E nessa corrente havia uma figa
pendurada.
Pedi que imediatamente retirassem a figa daquela mulher. Tão logo
a retiraram, o demônio a deixou.
Essa era a mão do demônio.
Amar a Deus sobre todas as coisas significa também repudiar toda
espécie de superstição.
Todos ficaram aliviados e a mulher pôde fazer o seu parto
normalmente.
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Aleteia / Almas Castelos
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