Desde
a origem do mundo que Cristo sofre em todos os Seus. Ele é «o princípio e o
fim» (Ap 1,8); escondido na lei, revelado no Evangelho, Ele é o Senhor «sempre
admirável», que sofre e triunfa «nos Seus santos» (2Ts 1,10; Sl 67,36).
Em Abel foi assassinado pelo irmão; em Noé foi
ridicularizado pelo filho; em Abraão conheceu o exílio; em Isaac foi oferecido
em sacrifício; em Jacó foi reduzido a servo; em José foi vendido; em Moisés foi
abandonado e rejeitado; nos profetas foi lapidado e dilacerado; nos apóstolos
foi perseguido em terra e no mar; nos Seus inúmeros mártires foi torturado e
assassinado.
É Ele quem, ainda hoje, carrega a nossa fraqueza e as
nossas doenças, porque Ele é o verdadeiro homem, exposto por nós a todos os
males e capaz de tomar a Seu cargo a fraqueza que, sem Ele, seríamos totalmente
incapazes de suportar.
É Ele, sim, é Ele que carrega em nós e por nós o peso
do mundo para nos libertar dele; e assim, é «na fraqueza que a Minha força se
revela totalmente» (2Cor 12,9). É Ele que em ti suporta o desprezo, é Ele que
este mundo odeia em ti.
Demos graças ao Senhor, porque se Ele é posto em
causa, também é Ele que recebe a vitória (cf. Rm 3,4). Segundo esta palavra da
Escritura, é Ele quem triunfa em nós quando, ao tomar a condição de servo,
adquire para os Seus servos a graça da liberdade.
Das Cartas de São Paulino de Nola (355-431), bispo
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