“Entre vós, entre o Colégio Cardinalício, está também o
futuro Papa ao qual já hoje prometo a minha reverência e obediência
incondicionadas”, disse Papa Bento XVI, no último dia de seu pontificado,
durante sua reunião com os cardeais prestes a entrar em conclave para eleger
seu sucessor, fevereiro 28, 2013, no último dia de seu pontificado. Quatro anos
depois, estas palavras constituem como uma herança preciosa para os católicos do
mundo.
Permaneçamos unidos
“Antes de vos saudar pessoalmente, desejo dizer-vos que
continuarei a estar convosco com a oração, especialmente nos próximos dias, a
fim de que sejais plenamente dóceis à acção do Espírito Santo na eleição do
novo Papa. Que o Senhor vos mostre o que Ele quer. E entre vós, entre o Colégio
Cardinalício, está também o futuro Papa ao qual já hoje prometo a minha
reverência e obediência incondicionadas. Portanto, com afeto e reconhecimento,
concedo-vos de coração a Bênção Apostólica.”
Ele também disse seus pensamentos sobre a
Igreja, “corpo vivo, animado pelo Espírito Santo” que “vive realmente pela
força de Deus”, citando Guardini: “Diz Guardini: A Igreja «não é uma
instituição pensada e construída sob um projecto…. mas uma realidade viva… Ela
vive ao longo do tempo, no futuro, como todos os seres vivos, transformando-se…
E no entanto na sua natureza permanece sempre a mesma, e o seu coração é
Cristo». Foi a nossa experiência, ontem, parece-me, na Praça: ver que a Igreja
é um corpo vivo, animado pelo Espírito Santo e vive realmente pela força de
Deus. Ela está no mundo, mas não é do mundo: é de Deus, de Cristo, do Espírito.
Vimos isto ontem. Por isso é verdadeira e eloquente também outra famosa
expressão de Guardini: «A Igreja desperta nas almas». A Igreja vive, cresce e
desperta nas almas, que — como a Virgem Maria — acolheram a Palavra de Deus e a
conceberam por obra do Espírito Santo; oferecem a Deus a própria carne e,
precisamente na sua pobreza e humildade, tornam-se capazes de gerar Cristo hoje
no mundo. Através da Igreja, o Mistério da Encarnação permanece para sempre
presente. Cristo continua a caminhar através dos tempos e em todos os lugares.”
Ele chamou os cardeais para a unidade:
“Permaneçamos unidos, queridos Irmãos, neste Mistério: na oração, especialmente
na Eucaristia quotidiana, e assim servimos a Igreja e a humanidade inteira.
Esta é a nossa alegria, que ninguém nos pode tirar.”
Sou simplesmente um peregrino
Nila breve saudação do balcão central do
Palácio apostólico de Castel Gandolfo, naquela noite, antes de entrar em um
silêncio monástico, Papa Bento XVI disse “obrigado” seis vezes: “Obrigado!
Obrigado a todos vós! Queridos amigos, sinto-me feliz por estar convosco,
rodeado pela beleza da criação e pela vossa simpatia, que me faz muito bem.
Obrigado pela vossa amizade, o vosso afeto!”
Ele continuou: “Sabeis que este meu dia é
diferente dos anteriores. Já não sou Sumo Pontífice da Igreja Católica: até às
oito horas da tarde, ainda o sou; depois já não. Sou simplesmente um peregrino
que inicia a última etapa da sua peregrinação nesta terra.”
Então, ele acrescentou: “Mas quero ainda, com
o meu coração, o meu amor, com a minha oração, a minha reflexão, com todas as
minhas forças interiores, trabalhar para o bem comum, o bem da Igreja e da
humanidade. E sinto-me muito apoiado pela vossa simpatia. Unidos ao Senhor,
vamos para diante a bem da Igreja e do mundo. Obrigado!” “Agora, de todo o coração, dou-vos a minha
Bênção: «Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo».
Obrigado! Boa noite! Obrigado a todos vós!”, concluiu o Papa.
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ZENIT
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