Neste episódio do Parresía, Padre Paulo Ricardo nos alerta para o
estado de guerra que vivemos. Essa notícia, ao contrário de produzir medo, deve
ser motivo de alegria para cada um de nós, para cada cristão, pois, é sabido que todo aquele que se
unir ao bem será confrontado pelo mal e terá que o enfrentar. É o bom combate.
Esta batalha não é recente, começou lá no Paraíso, com os nossos
primeiros pais. Desde então o homem vive num estado de guerra. O livro de Jó é
bem claro quando nos diz:
é uma batalha a vida do homem sobre a terra, ou seja, não é possível crer que essa vida não trará dificuldades, tentações, dores e perdas. Não. Neste mundo o mal é imortal. É importante saber disso. E saber também que não é esta a vida destinada e querida por Deus para cada um de seus filhos. Deus quer para nós a vida eterna, o Paraíso, a Eternidade. Estamos lutando, portanto, por algo além desse mundo.
Sabendo, então, que o Mal é invencível neste mundo e que, ao mesmo
tempo, teremos que passar por ele para chegarmos à vida que realmente importa,
o que devemos fazer? Qual estratégia devemos adotar?
São Gregório de Nissa, em sua homilia sobre o Cântico dos Cânticos
diz que:
a salvação nos é obtida pela unidade, pois a salvação consiste em estarmos unidos na íntima adesão ao único e sumo bem. Assim, a salvação só é possível se estivermos unidos de forma verdadeira à Igreja una e santa e àquele que é capaz de dar ao homem a felicidade perfeita: Deus.
O prêmio a ser alcançado é a
salvação das nossas almas, a vida eterna. O caminho para alcançá-lo é estar unido
a Deus e à Igreja. Parece simples, parece fácil, mas não
é. O Inimigo sabe quão frágil é a determinação do homem em suportar as
intempéries. Ele sabe que o homem deseja naturalmente proteger-se a si mesmo,
evitando dores, tristezas, perdas. O Inimigo também sabe que, embora possa
vencer neste mundo, a batalha maior já está perdida. Assim, não podendo
vencê-la, cuida para que o menor número de soldados a vença.
O método utilizado por ele é bastante antigo: dividir para
conquistar. Para tanto, oferece aos homens distrações, prazeres terrenos
(poder, dinheiro, drogas, sexo, comodismo, hedonismo etc.), tudo que servir
para desviar a atenção do Sumo Bem.
Não existem dois “sumo bem", apenas um. Um soldado não pode servir a
dois senhores, lutar em ambos os lados. Não, em algum
momento todos nós, soldados de Deus, seremos confrontados e teremos que
escolher. Orígenes afirmou com propriedade: “diante de uma tentação, um cristão
ou sai idólatra ou sai mártir."
Assim, somente a íntima, profunda e convicta adesão ao único Sumo
Bem que é Deus, pode ser o caminho para a vitória. Não somente a vitória da
guerra cultural, da vitória da batalha travada pelo Bem e pelo Mal, mas sim, a vitória que trará a salvação
das nossas almas.
____________________________________
Cristo Nihil Praeponere
Nenhum comentário:
Postar um comentário