Todo ano celebramos o Natal. Não, porém, como uma mera repetição. Tanto mudam as circunstâncias em que ocorre o Natal, como mudamos nós. Em nossas lembranças, certamente conservamos a memória de Natais felizes. Mas também de Natais não tão felizes. Natais na abundância e Natais na carência. Natais rodeados de amigos e familiares, e Natais na solidão. Natais pacíficos e Natais nas trincheiras. Natais com saúde e Natais na doença, na dor e na perda.
Nestes dias, somos invadidos por sentimentos contraditórios e ambivalentes. Aliás, assim é a vida humana. Só que, nesta época, esses sentimentos correm o risco de serem exacerbados pela propaganda, pela música, pelas luzes. Há de se evitar a euforia inconsequente, mas também não podemos cair na melancolia.
Talvez a mensagem do anjo aos pastores nos ajude na busca do equilíbrio: “Não tenham medo. Vejam: dou-lhes uma boa notícia, uma grande alegria para todo o povo” (Lc 2, 10). Que boa notícia será essa, senão que “nasceu-nos um menino”? É certo que é um menino frágil, “envolto em panos”, mas nele podemos ver a possibilidade de um recomeço, de uma nova oportunidade.
Valho-me dessa mensagem escrita para chegar até você e desejar-lhe um feliz e santo Natal. Tenhamos um coração leve e desarmado, de tal maneira que possamos seguir o exemplo dos pastores:
Vamos já a Belém e vejamos o que aconteceu, o que o Senhor nos deu a conhecer (Lc 2, 15).
+ José Belisário da Silva
- Arcebispo Metropolitano –
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Arquidiocese de São Luís
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